quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O NOVO NEOLIBERALISTMO

Não posso deixar esquecido no computador esse texto escrito pelo Marcellino poucos dias antes de ser internado. Reflexão incômoda a alguns e sua preocupação derradeira. Infelizmente!

O novo neoliberalismo
É verdade que “o socialismo” veio sendo depurado primeiro num nacionalismo anticolonialista e depois genericamente anti-imperialista, preferencialmente contra a hegemonia norte-americana, e hoje é uma pastrotcha composta por centro e esquerda acolchoada no proselitismo nacional-populista à Chávez, Morales, Rafael Correa ou até mesmo à Itamar Franco e Lula da Silva. Nenhuma corrente política sustentou no Brasil os estudos marxistas que se constituíram no cerne do pensamento socialista, e o resultado é que venceu o “internacionalismo de mercado” até no petróleo da Petrobrás.
À sua vez, os liberais pró anglo-americanistas vieram fazendo o jogo colonialista, neocolonialista, chegando enfim ao associacionismo subimperialista com o golpe militar de 1964. Nosso sistema estava finalmente casado: “se não podes combater inimigo poderoso, associa-te com ele, pois tens dependências a oferecer” ‑ diziam os canalhas Golbery do Coito e Roberto Campos.
De lá para cá a ideologia política brasileira ficou um sanduíche, em que “no meio está a virtude”, no nacionalismo o discurso e na prática capitalista a inteligência. Até o José Sarney virou herói de duas guerras: uma contra Getúlio, outra contra os impedimentos constitucionais à família.
Perdidos nas idéias, perdidos nas causas, perdidos nas virtudes, os esquerdistas saíram a campo na procura de cargo comissionado no governo ‑ que ninguém é de ferro ‑ e seu alinhamento passou a ser lulista, desprezando o PT do mensalinho e os partidos de jaqueta governista. Naturalmente, porque “esse é o homem”, conforme disse Obama: bem que merecia o terceiro e o quarto mandato...
Como disseram o Gilmar Mendes, o Nelson Jobim, o José Sarney, o José Serra, o Aécio Neves, a Yeda Crusius, Lula e os bancos e lojas especializadas em contrabando, essa é a nossa gente e esse é o sistema que podemos edificar. Pelo menos, o “nacionalismo” nos une contra o sociólogo picareta Fernando-Henrique Collor da Silva.
(Escrito em 31/8/2009)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A CANALHA SE ESPOJA

O povo é bom, mas é interesseiro e ingênuo, para não ser visto como burro. Este apotegma, a sua vez, é primarista, apofântico e cruel, mas a ele somos conduzidos pela atitude de classe e sua presunção de verdade. Essa “verdade” é o pensamento politicamente correto e conforma a ideologia civilizatória com que nos afagam.
Sem uma rigorosa análise de classe, de dentro das lutas sociais e com a responsabilidade de discerni-las do ponto de vista do trabalho, de sua dinâmica produtiva e de sua força inovadora, o discurso ideológico passou a ser o poder artificioso com que se explicam e garantem a hegemonia de classes e a justiça de sua imposição a todos.
(Walmor Marcellino, em 07/9/2009) último texto
Walmor nos deixou em 25/09/2009