domingo, 28 de dezembro de 2008

TERRORISMO COLONIAL

A besta nacional-socialista rediviva em Israel deu mais uma demonstração do seu colonialismo-étnico-militarista. (O nacional-socialismo germânico, ou nazismo, foi doutrina de tendências raciais e militaristas como refundação do movimento social de Estado sob a economia monopolista e demandas exasperadas de produção, emprego e mercado.) Despido de legitimidade na ocupação de terras árabes, o governo israelense ainda quer passar ao mundo a imagem de “vítima do terrorismo árabe-islâmico”, servindo-se do controle norte-americano das redes da informação mistificada.
O ataque de hoje (27-12-08) contra a população palestina na Faixa de Gaza, conquanto terrorista e em grandes dimensões, é somente mais um episódio brutal do confisco de terras palestinas com objetivo de expansão desse enclave sionista-imperialista ‑ autorizado e garantido pelos Estados Unidos da América no Conselho de Segurança da ONU.
A “lebensraum” (direito “alemão” de expandir fronteiras) judia, que adotou o nome bíblico de “a Grande Sion”, emula, com o Estado israelense, a “realpolityk” de Adolph Hitler e acaba com as justificações ideológicas de que os judeus representam o “estado de direito democrático” no Oriente-Médio e a “própria cultura ocidental” contemporânea no Levante.
Esse enclave israelense na Palestina foi o resultado da “realpolityk” das grandes potências do Pós-Guerra, tendo como justificação nosso débito para com os judeus por mais de cem anos de anti-semitismo europeu, com seus processos, discriminações e pogroms. Todavia, o “concerto internacional” devia tanto aos residentes semitas-palestinos quanto aos semitas-judeus, com a diferença de que a terra Palestina era um convívio nacional, multicultural étnico-religioso, então ocupado pelo colonialismo britânico-francês. A “justiça salomônica” da ONU rachou o projeto nacional palestino e entregou ao poder armado sionista a área central da artificialidade de seus territórios.
A canalha isralense com apoio do militarismo norte-americano procura inverter esses fatos: a legitimidade de propriedade da terra é palestina, a posse armada é judia. As ações legítimas palestinas e árabes contra as forças coloniais de usurpação é daí acusada de terrorista; e o terrorismo nazista de Israel, de “represália civilizadora”.
O governo brasileiro curvou-se ao “statu quo”, isto é, a legitimidade e o direito palestino foram ignorados e sobrelevada a diplomacia com Israel e seus patronos. Lula e Amorim podiam deixar a boca fechada, pra não exibir essa estúpida subserviência ao imperialismo e seus manipanços.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

IDIOPATIAS

Meus caros:O professor norte-americano Mark Bauerlein fez ampla investigação da juventude estadunidense e concluiu que o universo relacional e cultural da faixa etária com cerca de 16 anos transformou-o num prisioneiro tecnopata da computadorização. Assim esse nascente homo sócio-duvidans está fisicamente inserido nos problemas do nosso tempo, sendo, entretanto, um dos maiores problemas.E como tudo que vem da metrópole, até os maneirismos como as crises econômicas, reflete sobre o deslumbramento de todos os estúpidos antropóides, devemos também investigar o que viceja por cá.Do que sei, de tão má qualidade quanto essa exemplificativa geracional, nós os veteranos políticos em cena desde a década de 1960 estamos viciados não por tecnopatias mas sim por idiopatias do tipo "deixa que eu chuto porque tou vendo melhor!"Condicionamentos político-culturais de uns e culturais-políticos de outros continuamos tropeçando na ignorância e na má-fé, à espera das "revelações" com que eventualmente, a inteligência e o empenho social nos brinda.Saudações socialistas

CANTO PATRIÓTICO

(Estribilho:)
Muitos com dez, poucos com mil,
o dólar é quem vai salvar o Brasil!

Só direita que enxerga, esquerda não vê:
esse consenso de Washington termina
com Henrique Meirelles serrando de cima
e o Lula da Silva representando em tevê.

(Muitos com dez, poucos com mil
o dólar é quem vai salvar o Brasil!)

Tal seria expansão do mercado interno
mas você seguindo pela mesma trilha;
o discurso à esquerda, o povo na cilha,
a nobreza pro céu, descemos ao inferno.
Pela frente temos o superávit primário,
quente atrás, está o orçamento precário:
meia, metade vai pra dívida interna,
a outra metade é que está em cena...

Então que fará o Lula de Guaranhuns?
Enquanto a bolsa da família acredita
que toda essa dívida sobrará, bendita;
maioria perde por nós e ganham alguns.

Assim vamos, oh! cabisbaixa desdita
que ontem só nos fazia o Fernando;
descobre-se, lulalá! que está terminando
a esperança em que o povo acredita
(com todo esse entrudo ajustando:)
Bush se despede, entra o Obama,
um vai pra privada, outro pra cama.

(Muitos com dez, poucos com mil
o dólar é quem vai salvar o Brasil!)

Destarte este Brasil fechará seu ciclo
devendo muito mais inclusão social,
pois só a pobreza pagará o mico
porque os bancos dolarizaram mal.
E como o mal se paga com o bem,
sem camisinha gozamos também.
(Walmor Marcellino)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

OS RÉGULOS ESPERNEIAM

O Supremo Tribunal Federal iniciou debate sobre a ADI 4167, que trata do piso mínimo salarial dos professores para todo o País. São litigantes contra os novos direitos deferidos aos trabalhadores da educação os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Ceará; cada um deles sob quiasmos jurídico-políticos (retórica de justificações e alegações constitucionais cruzadas).
Antecipo minha convicção de que as questões nacionais de saúde, segurança, educação e sua defensoria social pública devem ter primazia na organização sociopolítica do Estado democrático de direito social: Contra qualquer evicção ou rabulagem político-legalista promovida pelos régulos provinciais ou simplesmente oligarcas condominiais da União brasileira, que ainda se fazem donos do poder diante de todas as “reformas de base” que desde 1954 vêm sendo proscritas.
Mais de perto, interessa-nos a impostura do governador do Paraná ao alegar (como os rábulas regionais) plena concordância com o “espírito da Lei Federal 1.738”, mas “pretendendo resguardar a independência do Estado” (do PR e assim dos Estados de SC, RS, MS e CE). Entre nós está em jogo a encenação dos prebostes paranaenses da educação ‑ seu monitor já guindado ao Tribunal de Contas do Estado ‑ querendo convencer o povo daqui e d’alhures de que o requifife do discurso requionista sobre os problemas sociais corresponde à cabal intelecção; portanto estejamos satisfeitos como já estariam aplainados os desafios político-administrativos.
Entrementes, a Lei Federal 1.738, que estabelece isonomia salarial e assegura regime e condições mínimas de trabalho para os professores, é ‑ como foi o salário-mínimo, ainda que minimista ‑ um daqueles passos para a nacionalização salarial, indicando caminho para a democracia social que exigimos nesse Estado Democrático de Direito.
Diante da magnitude da questão em causa e do seu conceito de responsabilidade nacional para com a educação ‑ sem as tergiversações oportunistas que visam manter a suserania aristocrática e a tutela política ‑, como é que os picaretas políticos se atrevem, de público, a contestar essa lei e sua esperada perspectiva democrática não só para os professores mas para toda a sociedade brasileira, que se encontra em grave débito especialmente ante todos os problemas sociais.
Esperemos que a sociedade civil democrática (que se tenha por tal) proteste contra essa atitude criminosa ante a lei de equilíbrio básico dos profissionais do ensino. Quanto à educação, só um grande debate público poderá dar conta de nossas faltas.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MASSAS, LÍDERES E QUADROS

Um grupo de militantes sociais avoca o debate político a respeito da relação das massas desejantes e as lideranças políticas sob a égide do socialismo. Debate permanente em qualquer organização econômico-política, desde que nossa individuação no contexto do sistema produtivo capitalista colocou a liberdade pessoal de direitos ao centro da institucionalização política. E assim o desejo de liberdade e autonomia se esgota numa “liberdade pessoal metafísica” (ou num individualismo econômico-político que é identificado como democracia do 1+1+1 até o conjunto, mas sem transcendência coletiva).
{Sem interpor com doutrina ou psicologia social, onde a expressão massa adquiriu conceitos muito especiais, existe um ideário que nos sugere que a “mais valia já entregue inconscientemente pelo costume” e as “fragmentárias funções produtivas” criaram um anonimato de produtores que se transmuda para um anonimato civil ‑ e antes de se compreenderem vítimas dessa “extração do corpo e do espírito” os grandes grupos de trabalhadores sem consciência de classe são apenas massas desejantes‑ à espera de esclarecimentos).
(Por sua vez os agentes politico-sociais caracterizados como “socialistas” são uma diversidade de sujeitos, alguns líderes profissionais e/ou de massa e outros, intelectualistas “libertos” de obrigações e razões, racionalizam sua visão de mundo (Weltanchaaung) e se reservam sua metodologia privada de ação e comportamento. Apenas um sofisma sob esse conceito os irmana, ilusoriamente.}
Chefias conscientes X massas inscientes constituíram um equívoco na experiência social, e entre os movimentos revolucionários um elitismo desnaturante e perverso. A complexidade da vida atual em todos os aspectos gerou situações profissionais e posições econômico-políticas novas ‑ ainda que persistam classes, estamentos e até mesmo castas sociais. Essas situações decorrentes da divisão social do trabalho e acorrentes na posição concreta dos trabalhadores industriais (e sob características diferentes no crescente setor de serviços, e bem ainda nas atividades rurais) foram mais submetidas a disciplinamento jurídico-político, agora ante a dispersão da atividade e com vida fragmentária, porém sob o guante do totalitarismo de instrução, doutrina e coerção social do dito “sistema perfeito”, ao “termo histórico” das nossas liberdades individuais e coletivas: esse sistema político-democrático-representativo, inspirado no dinamismo social do capitalismo. Ao qual é preciso oferecer análise rigorosamente crítica.
A inteligibilidade da dinâmica na atual antinomia fastígio-declínio do sistema capitalista coloca enigmas e exigências para aqueles que desejam destruí-lo: em primeiro lugar o entendimento de que “a alma” do sistema capitalista não pode “e não deve” ser salva (é indomável nas suas exigências de expansão e destruição!) e daí todos os “pesquisadores”, “cientistas” e “faiscadores” que costumam identificar as liberdades e os direitos humanos e sociais com o “espírito da revolução burguesa” se colocam como obnóxios no campo da contra-revolução socialista, ou simplesmente oportunistas.
Mais do que discutir “lideranças carismáticas” e “quadros” revolucionários (ou o que seja isso) importa deslindar o contexto político das relações sociais de classes institucionalizadas frente às demandas das classes trabalhadoras nos seus diferentes estados de consciência social e política. Sem espontaneísmos alienados, sim com a iluminação de teorias político-sociais orientadoras.

sábado, 13 de dezembro de 2008

MUDOU A RAZÃO OU MUDOU O NATAL

A modéstia não permite pensar direito. Toda vez que faço o chamado “juízo de valor” me assalta uma leve desconfiança de que devo não estar sendo muito inteligente ou esteja fora já de meu alcance cotejar dialeticamente nas contradições os seus aspectos fundamentais e, então, descobrir o principal. Vício do apedeuta como dialeta.
O governo Henrique Meirelles, que tem como porta-voz Luiz Inácio Lula da Silva, com certeza não aproveitará nossa auto-sustentação em inteligência, força de trabalho e recursos humanos e naturais para promover um salto de qualidade em nossa situação e posição nacionais. O estadista que conhecemos foi Getúlio Dorneles Vargas e sua progênie política a Revolução de 1930; depois, só “governos liberal-conservadores” como prebostes.
Sei também que não se pode acusar o ministro Gilmar Mendes de degenerado e oportunista e o ministro Aurélio Mello de farsante, por causa de suas exuberantes atitudes e procedimentos aparentemente personalistas e alheios à procura da justiça mais do que do direito; já que não sei direito o que os move, embora eu tenha vontade de justiça. Assinalo, também, que me deixo influenciar pela vivência política em que os vejo exemplares dessa nobreza burocrática que condomina o Brasil através de controles institucionais. Os “patifes ilustres” fazem da sua hermenêutica constitucional e legal o instrumento dos interesses de classe. Está aí a verdadeira crise de desenvolvimento nacional: na corja institucionalizada.
Estava ansioso quando ouvi o sapiente deputado federal do PCdoB Aldo Rabelo divagar sobre a “Raposa Serra do Sol”, repetindo o que outro picareta, do PT, diz para defender seu eleitorado arrozeiro e latifundiário: “Índio não pode ter fronteira”. Estou cansado dos malandros de esquerda!
Agora podemos tentar começar a discutir a crise brasileira: esta crise política no confronto das demandas sociais com as oligarquias da propriedade rural, das finanças e do Estado em administração, obras e serviços públicos e seus consórcios. O Estado são eles (só eles depois de 1964). Então, o lulismo é esse populismo elevado à cena pública como “ideologia trabalhista” para um mercado futuro.
Tudo o que sabemos é que somente um partido democrático-trabalhista e honesto tendo à frente gente provada na direção das lutas sociais poderá realizar as “reformas de base” interrompidas em 1964 e com as quais Luízes Inácios Lula da Silva, os Josés Dirceus, os Ricardos Berzoínes, os Arlindos Chinaglias e CIA. não têm compromissos.

domingo, 16 de novembro de 2008

CONFLITOS SOCIAIS E "PATIFES ILUSTRES"

1 - A CORTE SE AGITA
Não bastasse a farsa montada por Gilmar Mendes e Demóstenes Torres sobre um “grampo” institucional que ninguém provou e que, ao contrário ‑ segundo o testemunho do encarregado da segurança do STF nas suas transmissões e recepções ‑, foi uma montagem política para criminalizar investigações da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) a partir do fato de o delegado Protógenes Queiroz ter ajuntado ao inquérito da Polícia Federal contra Daniel Dantes et choldra serviços daquela inteligência do Governo Federal; não bastasse isso, a Polícia Federal e a ABIN passaram a ser eiva de interesses divergentes e escusos no sistema político brasileiro e na segurança e inteligência do governo federal.
Perdido em meio aos conflitos de interesses políticos contra o Poder Executivo e o País, o ministro Tarso Genro passou confirmação de alienado enquanto a corregedoria da PF, para apropriar-se das provas do inquérito Dantas e sua evolução processual, invadia a residência e o computador usado pelo delegado Protógenes e, ademais, tomava segredos de Estado na ABIN. Nesse pandemônio político, Gilmar Mendes, Demóstenes Torres, Nelson Jobim e seus cúmplices não serão processados; nem Daniel Dantas e seus notórios sócios. Protógenes Queiroz sim e talvez Paulo Lacerda, por se atreverem contra o sistema Dantas.

2 - A SOCIALIZAÇÃO DOS PRIVILÉGIOS
Medida que deveria ser de qualquer governo democrático-social, o senador Paulo Paim projetou restituir aos aposentados do INSS seus direitos salariais. Todavia está encontrando encarniçada resistência desse contubérnio de burocratas louvados, banqueiros autorizados à especulação financeira e exportadores laureados por subprimes. E não se pense tratar de mero neoliberalismo à européia, em que desativar trabalhadores e servidores equivale a pagar o trabalho e o empenho do profissional que vai descansar da carreira; é agora política de seguro social e de resgate dos direitos humanos do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Não é de estranhar que essa nova classe no poder, tendo por iluminado o negociador sindical Lula, decida elevar a socialização dos prejuízos dos poderes públicos e suas instituições decorrentes das aventuras em contratos e dólares de bancos e empresas e da má administração dos grandes cartéis sequiosos de integrar a festa financeira internacional. Isso já vinha fazendo sob a batuta do chefe Henrique Meirelles sobre nossa nação refém. Contudo restaurar condições de vida em degradação, restituir salários de aposentados são riscos para o Tesouro e compromisso-ameaça de excessivos bilhões de reais.
Ora, patifes ilustres!, tem quem compre a sua generosidade.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

PROJETO BRASIL

Vejo na TV Educativa Lessa, Darc, Ouriques, Gilberto analisando a crise Brasil dentro da crise mundial do capitalismo. Esclarecem: a embuçada ideologia (“pragmática”) Henrique Meirelles é quem imprime as diretivas ao “mercado transnacional-nacional” debaixo da retórica esponjosa de Lula. O país não tem projeto nacional e o Partido dos Trabalhadores não tem projeto político‑projeto social‑projeto nação, assim como Luiz Inácio Lula da Silva tem ignorado o que seja isso. Os aliados do PT no governo agem com o “seu projeto partidário”, de que, afinal, um “projeto Brasil” seria mera dependência.

Um retrato nacional: Tantos de nós falando, tanta imprensa vem interpretando, tanto intelectual vai comentando; como se fosse matéria escandalosa para o dia-a-dia do cliente de mercado, consumidor adimplente, dialogista impenitente. Enquanto aqueles entrevistados vão ao fundo das desídias brasileiras, dos interesses escusos no governo, os intelectuais orgânicos com destaque partidário fazendo seu serviço a interesses e comissões, os militantes políticos destacando o proselitismo e seu carreirismo, os adictos à burocracia de Estado fazendo ou cumprindo programas pontuais ao ponto. A burrice larvar suportando desde baixo esse cretinismo político, social e cultural.

Uma coisa vamos aprendendo: além da existência de classes e estamentos sociais sincronizadas ao poder político-institucional (a direção capitular dos três poderes é o retrato desse Brasil mais-ou-menos; mais pra menos!), além dos movimentos e partidos representativos desse “crisol democrático” com suas lideranças oligárquicas, além da violência jurídico-política com que o poder “inclui” e “democratiza” a subalternidade social, temos a esplendente retórica governista ‑ debaixo da qual todos os estultos se avassalam no voto “esperança”.

Eu, intelectual impotente, assisto àquele programa sério, profundo e motivador mas reconheço minhas incapacidades (não apenas “desistências”). O governador Roberto Requião faz “o ponto”, retorizando os pronunciamentos políticos dos mesários; assim cumprindo um papel complementar à coordenação de Beto Almeida. Nesse discurso, os presentes não têm dissonâncias, e até Requião abrilhanta-se na oratória. Então, cada um de nós em seu papel, sua função política, e eu ali me reconheço assistente inútil: meu discurso político além de não ser suficientemente fluente e estruturado vem rebatendo numa esquerda ideologicamente corrupta e comissionadamente viciada pela pecúnia.

Alguns programas de debates ‑ entre eles esse da TV-Educativa ‑ despertam a inteligência política e o compromisso social-nacional. E aqueles debatedores fazem sua missão social com clareza e descortínio, embora a continuidade política venha a se fragmentar no aristocratismo do governo Requião, como a se chocar com a “nova classe no poder político-administrativo” do governo lulista do PT-PC do B-PSB e outros “brasileiros”.

Estamos sem força para adiantar essas lições.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

GIRAMUNDO

O deputado Alexandre Cury, como se fosse fazer mero bota-fora levantino (mas na verdade, além de Seca e Meca, com roteiros no Extremo, Médio e Próximo Orientes); foi a um caravansará em Abu-Dabi, levando séquito de distintos gêneros, em que se destacam o vizir Roberto de Mello e Silva e alguns xarifes. Denominada “a grande viagem ao Oriente”, a excursão orientada pelo deputado Alexandre visitará durante 20 dias e 21 noites os mais famosos príncipes com seus haréns e potentados com seus negócios, podendo advir vantagens para nossas economias em descrédito.
A luzidia comitiva saiu a fazer negócios de alto proveito, pompa e circunstância, causando assombros além da materialização de interesses mercuriais. Uma parte dos compromissos da caravana segue o mesmo itinerário de Marco Pollo, descortinando horizontes, negociando com descendentes de Tamerlão, sucessor de Kublai e Gêngis Khan, e trazendo idéias e criações muito úteis à produção e comércios aqui no Ocidente.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

RESCALDOS ELEITORAIS

Não pensei voltar a comentários depois de ter verrinado condutas do PT degenerado-oportunista-negocista em que se transformou, particularmente no Estado e, exemplarmente, em Curitiba. Todavia, a campanha eleitoral de 2008 exigiu denúncias e acusações ‑ desde à disputa interna, em que uma demagogia proselitista acrescida à transformação de bases eleitorais em conturbérnio indecoroso de chefetes de bairro e cabos eleitorais cooptados se veio constituindo em redutos facciosos em busca de satisfações extrapartidárias; até a subsunção de lideranças petistas acamaradas por caudatários do sistema autoritário das cúpulas regionais e nacionais. Vale dizer, o oportunismo, o carreirismo e o seguidismo cartorialista têm transformado o Partido dos Trabalhadores numa crescente feira de influência autoritária sob condução “superior de classe” e merchandisings pouco explicáveis, com explicitação nas deformadas campanhas Vanhoni até a campanha Gleisi.
Não basta, entretanto, registrar o que todos sabem e desejam ignorar: o PT veio sendo tomado por um estamento de poder nascido eleitoral porém conservado como acoplamento às ações e desdobramentos escandalosos de diirigentes nacionais oportunistas, carreiristas; cúmplices da economia monopolista e do sistema financeiro, traficantes de empreitadas públicas e despachantes de serviços estatais. E vamos chegando a termo ‑ as liças internas como quedas de braço entre “grandes eleitores” que conduzem o rebanho mesclado de “ideológicos” com “ativistas-claques” contra os doutrinários e compromissados com a origem e os pretendidos destinos de um partido dos trabalhadores.
Feita essa preliminar, podemos falar do coroamento formal de toda essa política de oportunistas e falsários: o documento à guisa de prestação eleitoral, onde se esconde o que não se pode mostrar: 1) o desprezo à insegurança social, ainda que no quadro de melhoria relativa de salários, serviços e créditos: insegurança pessoal, familiar de assistência e promoção sociais: centros de convivência-creches, saúde, educação, trabalho, transporte, serviço público e cultura-lazer. A incapacidade de mostrar alguns testemunhais da população se transformou em retórica dispersiva e idiota das chefias de campanha como se os “achados” de algum marquetólogo substituísse a vivência comunitária. Tudo como se os magnos problemas de cada aspecto e setor da vida social se transformassem em frases de efeito; mostrando que o partido nem mais consegue mobilizar os que conhecem nossas realidades e podem propor soluções.
Sem pretender esmiuçar cada perspectiva sociopolitica e política aplicada, destaquemos que a oportunidade tecno-educacional para que crianças, jovens e adultos possam recuperar sua defasagem de conhecimento em capacidade de integração e ação (ensino-cultura-lazer tecnológicos) foi inteiramente ignorada, e como a atividade econômica (capitalista) mais à vista: o turismo, não teve sequer um capítulo de atenção. O transporte de massa com leito em superfície na linha verde, as reformas da educação formal, da saúde familiar e para segurança comunitária ficaram para o atual partido “mais à direita” que a administra contra a população.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

ME EXPLIQUEM!

Antes da atual depressão capitalista eu já não entendia dos mistérios do Estado dominado e dirigido pelo capitalismo. Depois, com a turvação das diretrizes neoliberais do Brasil, juntamente com outros “nacionalismos” com “democratizações” na América Latina, acreditamos que haveria mudanças significativas no aparelho de Estado, que então passaria a agir pelo menos em busca de um equilíbrio entre as classes sociais produtoras: os produtores diretos seriam ressarcidos da “produtividade extraordinária da mais valia” e dos confiscos públicos que tributam as avenças do trabalho mais do que ao capital.
Vimos a crise e a exposição de fraudes especulativas nas finanças reais e virtuais. E, desde aí, o falecido Lord Keynes foi chamado para ostensivamente salvar o capitalismo especulativo com os recursos públicos de Estado (afinal, especular é sua condição essencial de crescimento!), a pretexto de que estariam salvando a nação e seu sistema produtivo e a própria vida das pessoas; e não só os míseros acionistas classe-média do sistema especulativo das bolsas e de outras instituições financeiras.
Que os 7, 8 ou 20 países capitalistas “desenvolvidos” às custas da espoliação do trabalho e da apropriação do Estado “de bem ou mal-estar social” queiram remir seus déficits, “quebras”, perdas e prejuízos tidos na aventura do roubo e do lucro não é motivo de surpresa. Mas que os governos social-democratas ou democrata-sociais subdesenvolvidos entreguem as classes sociais subalternas para que os Guido Mântega‑Henrique Meirelles e seus tecnocratas desfaçam os últimos laços econômico-políticos do resgate sociopolítico do povo brasileiro é muito mais que um abuso e uma afronta.
Além da retórica bravateira de governo no próprio ato de “salvaguardar” os meios e interesses financeiros e especulativos das casas de crédito e de afiançar aos exportadores e às empresas de obras públicas que o espetáculo vai continuar, o que ficou acordado com as classes trabalhadoras e o sistema da produção de alimentos para a mesa nacional? (As garantias sociais do trabalho e da produção?)
Assusta-me que a “causa nacional do governo Lula” tenha um Brasil do capital e não do trabalho e a “causa democrática do petismo lulista” preconize que as instituições servem ao capital, como o “capital serviria a todos nós”. E foi para isso que nos vem convocando a representação democrática dos interesses nacionais?.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

CRÍTICA POLÍTICA

Qualquer pessoa pode, e não precisa autorização de fiscais ideológicos, para criticar políticos e os críticos dos políticos. Se não gostamos, respondemos. Esse é o jogo do diálogo e do bom combate.E se conhecemos alguma má-fé interveniente na luta interna partidária, temos o contrafogo político para usar ou para aglutinar idéias e ações.Quanto a Hora H, é mais um instrumento de uso e descarte do governo e da prefeitura e como tal deva ser analisado: o seu proprietário sempre foi apenas mais um.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

TÃO GRAVE

Confrangido pelas verdades, atormentado pelas incúrias, acometido de culpas, faço um pedido de anistia temporária: não mais perturbarei aqui o discernimento político dos “vigilantes socialistas” e de seu contrapeso, o redivivo “Clube da Lanterna” (“O preço da liberdade é a eterna vigilância!”‑ UDN). Porém antes de ir para um merecido ostracismo, vou re-expor algumas debilidades ‑ pouco entendo de política, sou malformado em filosofia e em ciências sociais; disponho de poucas informações histórico-políticas; sofro de inadimplência sensualista, estética e erótica, às vésperas dos 80 anos. Claro, também, que não estou de cabeça baixa ante os inquisidores.
Enquanto o tribunal revolucionário marxiano avalia este pedido, solicito que todos os comunistas, socialistas, democrata-populares e afins se mobilizem, reúnam e discutam a crise econômico-político brasileira dentro da crise sistêmica do capitalismo globalizado, da qual se foi conhecendo sucessivamente uma penhora imobiliária, um déficit financeiro, um vazio de investimentos produtivos, uma algaravia das bolsas especulativas de valores, uma “quebradeira” de especuladores e credores fraudulentos, mas com a extensão dos danos a toda a população mundial. Para cujo placebo sanitário, a sociedade emergente nos oferece o suicídio (das classes trabalhadoras e dos ingênuos “investidores”), sem a devida correção das relações entre a estrutura produtiva e as condições de vida dos produtores frente ao manipanço “Mercado” e seus gângsteres neoliberais; muitos acoplados ao complexo industrial-militar (EUA) onde se acumulam déficits gigantescos (a serem pagos pelos povos invadidos pela “democratização” militar).
Acredito que o Lula da Silva (não seja o da Selva) não faça do seu “Novo-Proer” e das ensanchas aos exportadores, a par de seu PAC com privatizações, o centro das respostas brasileiras à crise mundial. Ignorante da ciência econômica mas premido pelas responsabilidades sociais, atrevo-me a dizer que, na contracorrente da crise, devemos assegurar produção, sistema de trabalho com maior produção e distribuição de riquezas e consumo social. Se as reformas sociais ‑ como a agrária, urbana, educacional, sanitária, de previdência social, segurança pública e tecnológica, juntamente com a reforma política ‑ não receberem maior cuidado político e dedicação do que o “sistema financeiro e agrário-exportador” merecemos ir aos infernos: naufragar sob as investidas financeiras, as “salvaguardas nos preços” de gêneros e dos serviços sociais e com as transferências de custos e abusos para as classes trabalhadoras. E teremos então “vencido as procelas” com os comandantes no castelo de proa (ou Proer?) e a tripulação miserável comendo biscoitos bolorentos e grãos fermentados.
De assim, pleiteio que os republicanos não se submetam aos publicanos, que os democratas-populares rejeitem demagogos e populistas, que os socialistas recusem a liberal-democracia e que os comunistas lavem os pés com água quente e sal. Contudo mandem um recado ao Luiz Inácio Lula da Silva: Não é hora de discurso; é hora enfim de reformas.

CONFICTIO IDEOLOGICUS

Embora apertados pelos desafios a nossa práxis, cujos direcionamentos e soluções positivas são esperados, devemos lembrar os arcanos da dialética materialista: “a aparência é uma forma do ser que nos falta descobrir.” Assim, ao que aparece, também um espíritu inquinatus deve precaver-se de intempestividades: ao se confirmar que a luta de classes é a instância racional do processo político e das eleições censitárias, ainda que os oportunistas queiram justificar-se ardilosos “em lidar com a massa conformada pela ideologia corrente”.
Não é de estranhar que as classes deprimidas (confusas, oprimidas, exploradas, porém alegres convivas na sociedade do espetáculo) submetam-se a quem dá demonstrações de influência social e poder; daí a luta das classes sociais ser atravessada pelo “poder” (porque o “oráculo da esquerda”, o “retórico socialista”, o “intimorato lutador social” está tendo “esse poder” de liderar, organizar, educar e conduzir demonstrando um “poder real” dos trabalhadores? Em que sentido e com que resultados?) e esse poder “social” teria algum eixo nitidamente focado, com meios de ação coletivos e lideranças confiáveis pelo processo organizativo social e pelos caminhos políticos?
Nós, extratos alienados da classe burguesa e periféricos políticos às classes mais oprimidas e exploradas, estamos tentando fazer o quê? A quem servimos quando nos investimos no papel tutelar aos necessitados? À conquista do “poder de representação política das massas” (censo-eleitoral), em alguma promoção social das próprias lideranças sociais pré-existentes dentre a massa; ou a alguma “revolução político-social” na dinâmica de uma sociedade capitalista ‑ cujo centro econômico-político é a inelutável expansão do lucro, diretamente ou através de “ajustes progressistas” na produção e situação das classes sociais dependentes?
Nascido parte e umbilacalmente ligado às classes trabalhadoras, o PT foi cambiando ao sabor de sua “elite trabalhista” (artesanal, sindical, jurisprudencial-trabalhista, magisterial e “ativista do meio social”) até confirmar-se um estamento político “pequeno e médio-burguês” a serviço, em primeiro lugar do quê? Do “movimento sindical” e sua advocacia trabalhista, das ações sociais públicas, das ongs-“sic’, das empresas prestadoras à administração pública, dos fundos da previdência? Assessores do camarada Carlos Slin, das empresas de transporte coletivo, do pró-lixo, da educação, da saúde, da gestão do meio ambiente(?), para o Cecílio-Carvalhinho-Anibal-Alexandre-Derosso Cury, para os grupos de educação, saúde, segurança, ou para o Daniel Dantas?
Todavia, não adianta agora fulanizar culpados de desídias nem os que enricaram como rufião de luxo dos trabalhadores e do “pessoal da esquerda” se não tivermos consciência de que atitudes e posições de classe (que criaram essas variantes sob o nome de andrismo, anholismo, estiquismo ou...) de qualquer “afiliamento” dito ideológico de grupos que misturam sua ascensão social com os interesses da luta de massas. E, ademais, por que e como acusar quem fez ou faz algum trabalho de arregimentação mesmo ao seu modo (desde com direção clara social) quando também tem que “salvaguardar o seu grupo” (que “não deveria ser uma facção!”) dessa degenerescência que se vem revelando “poderosa” nas disputas de chefia partidária?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CARTADA FINAL

Fui desafiado e desfeiteado por alguém que se chama “Dr. Jocker”: “Você não percebeu, sociólogo do planalto? Gleisy com 30% seria candidata ao governo; com. menos de 20% terá que disputar o Senado. Com quem? Em dobradinha regional-nacional com Roberto Requião; enquanto Lula tentará “convencer” o Jorge Samek (íntimo de Requião e indisposto a deixar a boca livre, é claro) a disputar o governo do Estado.
Continua a provocação: “E o Beto Richa disputará o governo estadual apoiando Osmar Dias e mais alguém... não importa quem será o par... E então você viu o jogo encerrado, quando o baralho ainda está sendo carteado ?” Então, a partir daí minhas dúvidas passaram a ser também sobre palavras: “sociólogo ou geniozinho? As cartas estão sendo embaralhadas, ou o baralho está sendo carteado”?
Ele me estoca mais fundo: “Até o Alexandre Cury e o mano “passa contêiner” Eduardo, que não são lá essas cabeças de pensadores políticos, já compreenderam que “a divisão das eleições municipais era necessária para restabelecer a unidade impositiva e impostergável da eleição governamental-presidencial”. Você não havia sacado essa? E você ficou atirando flechinhas sobre um “acordo Beto Richa-Bebeto Requião, e o Carlos Moreira terá agora outra alternativa do que disputar deputado federal? Quem sabe, no mesmo espaço de disputa do Eduardo Requião, que vai perder a boca do pedágio?”
E acrescenta: “Veja mais, são muitas derrotas do PMDB sim, porém, quem mais perdeu: André Vargas em Londrina, Rosinha‑Tadeu Venéri em Curitiba. E Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Guarapuava... por aí, o melé não foi geral? Quem poderá reconstruir esse eleitorado em candidaturas majoritárias? Adivinhou?”
Gostaria muito de saber quem é esse “Dr. Jocker” (não revelo minhas suspeitas fabianas) porém naufrago relutante às provocações e acicates da esperteza. O que me revelou possível não foram apenas “esses fatos reais”, mas “os fatos” é que serão sempre duvidosos. O de que não se pode duvidar é da sinuosidade política e das evidentes ações oportunistas. Até especialmente quando parecerem proceder da Estrebaria de Áugias situada no poder político.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

As principais cidades-sede microrregionais (Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Araucária, Guarapuava, Paranavaí, Toledo, Cornélio Procópio, Paranaguá, São José dos Pinhais, Arapongas, União da Vitória...) têm o colégio eleitoral decisivo para as eleições majoritárias. O desempeno partidário nas eleições de 2008 aponta, no aspecto geral, as forças de apoio e sustentação dos possíveis candidatos ao Senado Federal e ao governo do Estado.
Assim, pelo que se viu, Curitiba e sua Região Metropolitana, Londrina, Maringá, Cascavel e suas microrregiões, se não criaram uma impossibilidade eleitoral para todo o PMDB, mostraram revés acachapante e de difícil retorno no nível de sua liderança estadual. Ainda mais que o descozimento da nova aliança nacional PT-PMDB chegou aqui à fragmentação total sob a batuta do requionismo confrontado ao andreísmo-bernardismo. Então, todos os cálculos que se basearem na relação partido + lideranças (e “autoridade-emblemática”) deverão colher os estilhaços político-ideológicos e verificar da possibilidade de reajuntá-los e até de ampliar sua base sociopolítica.
Muita verdade é que a derrota não foi do Requião e do Lula (por seus sátrapas regionais) e sim da caótica linha político-eleitoral dos partidos aliados a Lula e dos comissionados do governo Roberto-Eduardo-Maurício de Mello e Silva; e essa linha política é conseqüência de um “esquerdismo” reivindicativo, oportunista e a-ético encantado com o alcance ao poder, de que “as patrulhas necroideólogas” são a fanfarra eleitoral na internet e na Boca Maldita de Curitiba.
De minha parte, não me dou por compensado nem satisfeito, apesar do que possam assoalhar os “políticos velhos de guerra”. Todavia temos de reconhecer as desídias, vacilações e oportunismos dos “socialistas” de carteirinha e o tédio pequeno-burguês (não grande!) e o comodismo (como meu caso?) dos “teóricos sem classe nem base social”.
Apesar dessas faltas e mazelas, sempre me dispus a estudar, analisar, discutir, debater e avaliar as relações sociais de classe em relação ao poder dos estamentos políticos e suas formas de dominação. Sei que essas questões são abominadas pela idiotia dos carteiraços ideológicos com que se justificam os caciques partidários. Ainda assim, a luta continua (mais para expurgar o carreirismo e o oportunismo nas esquerdas do que demonizar nossos adversários de idéias e programas).

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MOLÉSTIA À PARTE

Assoberbado em afrontas e iras, faço-me uma vestal política, mas qual!... Ao sofrer provocações e acicates eles se tornam dislogias, como sabem acometer a tantos sábios, suábios e bessarábios. E assim me explico as verrinas que distribuo após tomar o chá da quelidônia, penitenciando-me por tantas fúrias.
Mal justificado, posso dizer que Luiz Inácio Lula da Silva é o Juscelino do Século XXI, mal-culpado das farsas ídeológicas e aspirações negocistas da cúpula do Partido dos Trabalhadores (Afinal, quem confirmou algum compromisso político-ideológico de José Dirceu, Luiz Gushiken, Celso Daniel, Antônio Palotti, Gilberto Carvalho, Marta Suplicy, Ricardo Berzoíni etcoetera?), pois como exigir postura e estatura de um inteligente e hábil negociador sindical, não afeito às maldades da corte? Assim, no plano da inclusão social, como dos ingressos formais em trabalho, previdência, saúde, educação, alguma previdência e em crediários diversos, o IBGE e o IPEA bimbalham os sinos. Porém, seria exigir demais de um político “à esquerda” formado no centrismo ideológico dessa disponibilidade tradicional das “classes trabalhistas em ascensão” que jogasse fora o joio petista e ficasse com o trigo político-técnico que lhe fundamentou a bandeira das grandes mudanças políticas. Hoje, ele é refém do “mensalão” e outros ãos; e de Meirelles, Jobins e afins, enrolado em tal estamento petista de picaretas políticos. Hosanas, heresiarca Lula!
Mal-lembrado, ouso repor que o trabalhismo (mesmo sindical-populista, porém progressista) no Paraná foi interrompido com a morte de Souza Naves, e pelo diversionismo cristão-populista (PDC de Ney Braga e Afonso Alves de Camargo, Norton Macedo, Campos Hidalgo e até José Richa ) e sob o golpe militar de 1964. E que a restauração democrática de 1983 pôs no governo José Richa-João Elísio Ferraz de Campos (corretor “político” de Jaime Canet Júnior), cujo programa de “reformas políticas” era autolimitado pelas matrizes ideológicas do ex-deputado federal-prefeito-senador de Londrina em sua nova associação, e pela leitura diária da Bíblia (precisava ver a cara do Otto Bracarense, quando era sua vez de ler um trecho “para iluminar o governo” sob vigilância da ditadura militar!, enquanto o Hidalgo cuidava do Banco Del Paraná, o Leo de Almeida Neves administrava e o Anibal Cury dava “cobertura política” o Banestado de cál). E daí à sucessão de descompromissos e demãos com as disputas Belmiro-Scalco X Garanhão; não por mentirosas moralidades mas pelo poder de grupo e a corrupção política de interesses econômico-eleitorais. Depois, o retórico radialista “de esquerda” Álvaro Dias assumiu o governo com uma claque de outros vigaristas, abrindo espaço político para que o PMDB alçasse qualquer aventureiro do “MDB velho de Guerra”. Pois bem, o resto vocês devem conhecer ouvindo quem possa babar-lhes os ouvidos moucos. Quanto ao que veio depois, nós também somos muito culpados de acoitar aventureiros “gauches”, negocistas e pilantras.

domingo, 28 de setembro de 2008

A MAZORCA "DEMOCRÁTICA"

Enquanto os “Patifes Ilustres” do Supremo cometiam o superior compadrio, afronta institucional e corrupção à decência, jurisprudenciando-se em confirmação ao nepotismo para um psicólogo (“Ali passa contêiner”) experto em transportes marítimos, terrestres e aéreos no Paraná, “Patifes Ilustrados” do Paraná negociavam o nepotismo local no Tribunal de Contas para um pára-psicólogo em educação física em troca de empregos para as carentes mulheres de altrano e beltrano. Tudo em famiglia: Avanti Paraná, avanti Brasilis!
Aquele “patifes ilustres” federais não sabiam do desliga Paranaguá‑liga disponibilidade secretaria-especial do Dudu‑pós religado na Secretaria de Transportes? Continuaremos sujeitos a mares e gilmares, jobs jobins, malacachetas e xistos e seus lances na hermenêutica político-institucional? Quanto a esta província, pois não é o Alexandre Cury que assere poderes e nomeia delegado (como fazia o capo de capo, seu avô Anibal, no Banestado, delegacias, cartórios e outras casas de tolerância)? E assim se asserta o baralho enquanto o Diabo pisca!
Quanto a tal, o Haras de Alcides Côltri em Almirante Tamadaré (aquele mesmo que foi grilado pela quadrilha Anibal Cury e o seu benefactor Bebeto Requião transformou em Museu e Memória das Negociatas (confortando seu amigo, assessor político e confidente Alexandre Cury) e agora está sendo preparado como nosso simbólico “11 de Setembro” da administração Mello e Silva. E, ao mesmo tempo, aquele rapaz promitente, Marcelo Almeida do Detran (cujo pai financiava a “política de pedágio” de Requião) continua alimentando nos balbucios da noite o seu Clube Político de Mefistos (a nata da inteligência política) à rua Mateus Leme, onde passam em revista o que ai se passa por esse reino de Massaranduba e Algures.
Em tempo. O boi de piranha “Reitor Moreira” só agora descobriu que o jogaram “numa fria” e seu padrino político já vai espalhando que “ele é uma decepção”, “um incompetente”; “culpado de impedir” que o gênio cavalariano do Atuba lançasse o Rafael Grecca a prefeito (Com aquele mesmo cinismo com que chamava o colega Vitório Sorotiuk de “caffoni”, o Romannelli de se haver mal com negócios imobiliários e o vice-governador Orlando Pessutti de “pouco apto” ao exercício, e de ter sido horrivelmente changeado nas últimas eleições pelo TRE).
Como a história dos “Patifes Ilustres” daqui e alhures ainda esta no entreato, deixo à fervilhante imaginação de gigantes políticos, feiticeiros ideológicos, barbeiros a domicílio, massagistas noturnos e alegres saltimbancos essa enorme expectativa e a impagável esperança.

sábado, 27 de setembro de 2008

MEMÓRIAS

Recebida de Carlos Silva

MemóriasCom a morte do Lamartine, grande figura humana, o Edésio assumiu o trabalho de respaldar juridicamente os movimentos urbanos de ocupação e com este deixando está atividade para se deslocar para as atividades junto ao movimento sindical quem assumiu como advogado do movimento de bairros foi o Roberto Requião, que retornava de Foz do Iguaçu aonde havia falido a filial da Loja Nacional.Ele foi apresentado pelo Edésio aos militantes lideres de ocupação Cesar Pelosi, Barbosa, Jairo Graminho e o Pedro Chávez entre outros.Em cima deste movimento cuja tutela herdou ele constrói as bases para oportunisticamente se lançar a candidato a deputado estadual.Dentro do PMDB, pois está história de ter sido do "MDB velho de guerra" é uma falácia, ele começa o projeto de tomar a agremiação, que também não havia ajudado a construir no período mais negro da ditadura, de assalto e lentamente para não despertar a atenção dos antigos dirigentes paridários começa a filiar moradores das comunidades carentes ao partido.Já como deputado e com o apoio de setores da esquerda ainda abrigados no PMDB lança as bases de um projeto de poder para a sucessão do Maurício Fruet, sendo o grande mote o transporte coletivo.É fixado um pneu na parede de seu gabinete na Assembléia e com o apoio técnico do Germinal Pocá começa a desvendar os custos das planilhas do transporte municipal.Com este gancho e mais a estrutura do movimento social começa a projetar o seu nome criando fatos midiáticos.Usando a militância social para as filiações assume o controle da maioria dos filiados ao PMDB e derrota o candidato do José Richa na Convenção municipal do partido em Curitiba.Como candidato respaldado por intelectuais de esquerda utiliza uma corruptela da teoria da GPP (o cerco das cidades pelo campo) aonde o centro seria cercado pelos bairros e usando todo tipo de estruturas populistas, até as paramilitares, consegue derrotar o Jaime Lerner, candidato da extrema direta.Chegando a Prefeitura começa logo de cara a romper com a estrutura social que o elegeu e assumir os compromissos empresarias com os setores que antes combatia, sendo o maior exemplo o não cumprimento com a proposta principal de ruptura com a estrutura empresarial ligada ao setor dos transportes de massa, aonde em vez de uma revolução faz pequenas reformas para iludir o povo que o elegeu, já que o "maior feito" foi o de cunhar os vales transportes com o próprio símbolo da gestão.Logo a pós a eleição ele que antes estimulava os processos de ocupação urbana começa a coibir os mesmos, pois alegava que já que ele era o poder a questão habitacional agora seria resolvida de forma pacífica, o que não ocorreu, pois a fila da COHAB continuou a aumentar assustadoramente.Em vez de moradias decentes como havia prometido começou o processo de "maquiar as favelas", pois as principais obras que ocorreram nestas comunidades foram realizadas pelo governo José Richa e não por ele, tal quais o direito ao acesso a água encanada e a luz.Outra proposta era de levar o saneamento a periferia, o que virou uma fonte de grandes desperdícios de recursos públicos com a implantação da "canalização minhoca" do que antes eram as valetas, sendo estas feitas sem nenhum critério técnico pelas regionais comandadas pelo nepote Maurício Requião, pois a Prefeitura montou a fábrica de manilhas e estas sendo retiradas dos depósitos sem estar totalmente prontas, pois o tempo necessário para a secagem não foi respeitado, acabavam já em grande parte sendo destruída no processo de transporte e na colocação.A colocação das mesmas eram feitas pelas próprias comunidades carentes e cada uma "fez do seu jeito", o que acabou por gerar uma estrutura de canalização sem respeito ao nivelamento das tubulações e estas em pouco tempo estavam entupidas.A idéia que tinha sido vendida era de que o que estava sendo feito era esgôto, mas não era, pois estas galerias não levavam a nenhuma estação de tratamento, portanto não passando de meras galerias de água pluvial sendo usadas de forma errada pelo poder público, já que a poluição de nossos riachos e rios pelos dejetos domésticos continuou a ser uma realidade.Com as creches e demais equipamentos sociais não foi diferente, pois a qualidade dos prédios construídos eram péssimas do ponto de vista funcional como da durabilidade dos mesmos, que foram pessimamente equipados e as equipes de funcionários tiveram de apesar de estarem mal preparadas assumir cargas de trabalho desumanas, pois nas creches uma babá tinha de assumir até mais do que 30 crianças, o que as levava em pouco tempo a necessitarem de acompanhamento psiquiátrico, sendo que nas escolas municipais e postos de saúde ocorreram o mesmo.Desta farsa de processo aos outros maiores foi só um passo!Já na Prefeitura ele amplia o seu leque de alianças com os segmentos empresariais ligados a obras no setor público e com os burocratas travestidos de servidores a eles ligados.Em vez das velhas lideranças populares (sindicalistas, presidentes de associações de bairros, ambientalistas, membros de partidos de esquerda, etc.) ele começa a se cercar de empresários, políticos reacionários e da técnico burocracia e os "antigos amigos", já que não sei se ele cultiva este hábito de ter amigos, começaram a serem dispensados, a sumirem de sua volta.Com os antigos lideres do PMDB aconteceu o mesmo, sendo a maior ingratidão e traição cometida por este pretenso estadista o abandono do Maurício Fruet a própria sorte, assim dando d presente a eleição a Prefeitura ao Jaime Lerner.O projeto para chegar ao governo do Estado passava pela direita e ele aos poucos foi se afastando do antigo discurso pseudamente popular, mas sim populista, e falsamente assumiu a pretensa pose de um "estadista de centro".Começa o discurso do "Paranismo Acima de Tudo" em substituição ao do "Curitiba é Requião Irmão".Saindo do cargo de prefeito ele é abrigado pelo Álvaro na SEDU, onde começa a alavancar a sua candidatura a governador usando a mesma estratégia que antes tinha usado em Curitiba ao investir em cima neste momento dos diretórios municipais do Partido, pois já neste momento controlava uma boa parte do Diretório Estadual com alianças a direita, a esquerda e ao centro.Oportunista viu as contradições que haviam dentro do governo, pois o vice Ary de Queiroz que assumiria logo o governo era ligado ao grupo oriundo do PP e usando muito bem a sua rede de boatos conseguiu convencer ao Álvaro do risco eminente que seria o seu afastamento do governo para a disputa ao senado e este permanece governador.Destruir no processo de sucessão com as candidaturas ligadas ao próprio Álvaro foi uma tarefa fácil, pois o controle do Partido a nível regional já era uma realidade.Para se eleger governador usou e abusou de todos os estratagemas legais ou não que foram possíveis, sendo o "grande marco" o factóide Ferreirinha, que transformou o reacionário Martinez, que na época em que os fatos aconteceram era apenas um menino, no líder no comando de um grupo de pistolagem para o grilo de terra!Com o José Richa, o homem que possibilitou a sua vitória a Prefeitura, foi um grande canalha ao rasteiramente destruir com a sua imagem de homem público o uso de questões secundárias (aposentado, velho, etc.) tal qual anteriormente já tinha feito com o Fruet!Com discursos chauvinistas patrioteiros/paranistas calcados no populismo exacerbado fez um governo na prática técnico burocrático de centro, onde os grandes empresários deitaram e rolaram e entre estavam inclusos os grandes grupos de comunicação, que por verdes razões sofismaram sobre os seus atos de governo, assim transformando a trajetória de um governo que não chegou a ser mediano em uma "epopéia heróica".Saindo do governo, que novamente entregou ao Lerner, é eleito senador graças as mentiras e promessas feitas de cidade em cidade sobre o orçamento que iria deixar para o próximo ano, mas que não deixou. Nestes discursos mentirosos, que deixou o Mário Pereira em má situação junto aos prefeitos e candidatos, prometeu escolas, ginásios cobertos, estradas vicinais asfaltadas, meras palavras ao vento que ao serem posteriormente desmentidas pelo Mário causou a ruptura entre os dois.No senado por trás de um discurso pretensamente progressista, mas na prática falso moralista, a serviço do planalto detona com os seus antigos aliados Arraes, etc. provocando o escândalo das precatórias e com isto consegue acesso a mídia global com tentativa de alavancá-lo para a volta ao governo estadual.Com o instituto da reeleição, o que a nível geral considero que foi um profundo golpe ao processo democrático realizado pelo FHC, acaba por sair derrotado pelo lernismo na disputa ao governo.Na eleição de 2.000 volta a ser candidato a governador e aliado ao que existe de mais reacionário do ponto de vista do empresariado (Paulo Pimentel, Xavier, Cecílio do Rego Almeida, etc.) e aliado a todas as forças políticas possíveis e antagônicas, o que hoje gera tantos escândalos, consegue retornar ao governo estadual para exercer mais um governo de fachada, onde se discursa para a esquerda e governa com a direita e subordinado aos seus interesses econômicos (farsa da luta contra o pedágio, escândalos na SANEPAR e no Porto, etc.).Na reeleição, de salto alto, não consegue ver a amplitude das alianças contra o seu governo (mídia, agro negócios vinculados aos transgênicos, etc.), que estavam aliados ao seu ex-pupilo Osmar.
Para poder reverter à derrota teve de transformar o atual governo em uma coisa mais medíocre que o anterior, pois hoje na sua máquina existem mais ex-lernistas do que restaram de lernistas ao lado do próprio Lerner!Ao Povo e aos seus interesses estas alianças pela governabilidade custam caro!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

SALVANDO O PMDB

Desde ontem (25-9) Roberto Requião se encontra no Norte Novo (Londrina-Cambé-Maringá, depois Cambará, juntamente com um deputado.”abre alas”.) e Orlando Pessutti (com Romanelli) no Velho (Jacarezinho, Cornélio Procópio, Bandeirantes e adiante), tentando reparar os estragos dos últimos anos quando foram transformando o “MDB Velho de Guerra” numa extensão nobiliárquica da paranóia ideológica e caudilhismo político do retórico tribuno que centraliza a política paranaense; em memória do Pai, do Filho e do Espírito Santo ‑ aquele mesmo que se aproveitou do equívoco político deixado pela dupla José Richa‑Álvaro Dias, depois agravado pelo oportunismo de Màrio Pereira; para enfim criar um estamento político a sua imagem e semelhança.. Esse saldo só não “conhece” quem tem cargo em comissão embrutecido com a retórica funambulesca do gênio da Loja Nacional. O PMDB de Requião, Xavier, Arruda e Alexandre Cury se aproxima do fracasso e do fiasco-asco. As últimas eleições não lhe serviram de escarmento pois ele é autocentrado.
Requião tenta restaurar o que ele mesmo foi destruindo ao longo de sua carreira numa base política peemedebista e de “alianças programáticas” com Anibal-Alexandre Cury, Dobrandino‑Samys‑Iatauro et cia, e na esteira de seu narcisismo-paranóico e aventureirismo eleitoral, a culminar com a sedução do “Reitor Moreira” para, ao menos, “deixar mais um nome ilustre” sob sua clientela político-eleitoral. Agora, sua eventual candidatura ao Senado Federal, como salvação pessoal e famíliar, já está derruída pela instabilidade emocional e imaturidade personal, com que ia conseguindo esconder da “esquerda comissionada” usando discursos eloqüentes em alguns atos democratizantes à esquerda e desastrosos retornos de apoios e negócios, com retribuíções, inclusive aos financiamentos eleitorais de Cecílio Almeida, e o aditivo de pedágio da Lapa além de outras decisões suspeitosas.
Resta comprovado que a publicitária campanha do burocrata-herdeiro Roberto Richa venceu a publicitária campanha do herdeiro-burocrata Roberto Requião de Mello e Silva, os dois posando de especialistas em marketing político, a tripudiar sobre a inteligência da Região Metropolitana e do Paraná, embaindo anseios de explorados e oprimidos.
Somente um “maquiavélico” acordo jogando Beto Richa contra Gleisy-Bernardo e contra pela ordem, Alvaro bodoque Dias, Osmar Dias paspalho e Rubens Bueno, seu concorrente ao espelho de narciso, é que poderia reconstruir-lhe oportunidade de ser o dito que o Benedito afirma que ele é. Ufa! “Que tristes são as coisas consideradas em ênfase”

sábado, 20 de setembro de 2008

O MAGMA POLÍTICO

Diz um antigo brocardo: a quem aproveita, sujeita! Por outro: a coisa é o que parece. Terceiro à Lênin: se assim pratica, então conduz! As três expressões dialéticas de aparecer e ser são também três oxímoros populares (embora os ingênuos só admitam contradições quando não as percebem. Perdão, os penitentes de esquerda, idem). Ouço vozes exaltadas contra as lógicas políticas do que aparece nesse eleitoralismo ‑ os acertos de legenda não são (só) coisas do caráter dos dirigentes de partidos e movimentos sociopolíticos; aproveitam a eles. Bingo!
Qual a razão central que levou o PPS, o PSB e o PDT a se filiarem às correntes de direita em Curitiba e o PSOL e o PSTU a se colocarem à esquerda de todos os partidos “populares”, “democráticos” e “nacionais”. Estes, num gargarejar político construído em oposição à farsa política do PMDB do Rei Kião (discurso nacionalista‑prática oligárquica; retórica social‑prática personalista-familista; fala(cia) moralista‑negócios à parte) e ao PT do Paraná, descaracterizado de seus primados políticos pelo andreísmo-bernardismo, e evidenciado como o PT mais à direita do País. E aqueles, richistas na direita “de esquerda”, tudo à feição comissionada. Bem, tudo é sério entendimento do melhor processo eleitoral.
O PSDB e o Demo, que são partidos de representação de claros interesses econômico-políticos (e não abstrações enganosas), estão nadando de costas por causa da investidas das piranhas, atravessando assim o procelário de boatos e desavenças!.Vão tranquilamente porque têm uma só certeza: Gleise-Bernardo faz campanha pro governo em 2010, Beto Richa e Roberto Requião para o Senado Federal. Tudo à feição!
Voltemos ao ponto: “Tudo à feição” é simples aparência; e como o que parece como, assim se mostra é a coisa. Se assim é a prática, assim os fatos conduzem para onde? E o povo, o eleitorado, Mané? Bem... a quem assim aproveita, assim sujeita (o cabresto, ou o bom cabrito berra, depois?). Balir ou mugir é nosso direito de eleitor consciente.
E onde fica o pragmatismo da incaracterização ideológico-política? Bem... onde sempre esteve: à direita da esquerda e à esquerda da direita, aos aperreios e meneios: Se não puder fazer séria militância, se não puder participar do movimento social, ficaremos acusando o Dito e o Benedito. Afinal, o mundo de Deus é nossa imagem e semelhança?
E o Beto Richa, e o Requião e o Bernardo-Samek ? Eu não sei de tudo, mas o que eles terão a perder se “assim praticam e assim conduzem”?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ORA, NOSSA CONSTITUIÇÃO!

Com a mesma convicção com que as leis e regulamentações constitucionais vêm sendo procrastinadas por um obstinado “compromisso com esse vazio legal”, o poder legislativo federal ataca “desvios de função” nas ações institucionais públicas e o descumprimento da estrita inferência legal nos processos e inquéritos criminais que afetem “personalidades públicas”. De Daniel Dantas a Heráclito Fortes e seus convictos.
Qualquer Heráclito Fortes (indigitado pelas investigações de corrupção), Marcelo Itagiba ou Jungmann sangra-se em saúde para crucificar a Polícia Federal e a ABIN (e, de fianco, o Gabinete de Defesa Institucional de Lula), na sucessão de fatos e compromissos desencadeados no inquérito Daniel Dantas e as correições Gilmar Mendes. Por “estranho” que pareça, como é que Heráclito Fortes preside uma CPI que trata dele mesmo? O que tem que ver Marcelo Itagiba com a “estrita aplicação” de investigações para averiguar e punir delitos de autoridade policial, tendo sido “chefe de polícia” sob permanente acusação de irregularidades? Esses são os investigadores, e os suspeitos serão outros que não Daniel Dantas e seus comparsas.
Os fatos? Daniel Dantas na cadeia, e então o ministro Gilmar Mendes no STF dirime na política institucional quem e como vai “em cana”; e no intermeio a Polícia Federal e o Ministério Público desfulanizam os acusados de crimes e corrupção, em vez de “personalizá-los” atenciosamente como exigem as práticas desta República com a subsequiosa e beneplácita hermenêutica do Supremo Tribunal Federal. Os fatos? Os delegados Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz investigavam ações do dirigente do Grupo Opportunity, e como se defrontavam com o “poder real” da política (Daniel Dantas, seu grupo e comparsas podem comprar membros e agentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de toda a imprensa “livre”), solicitaram (?) agentes da Agência Brasileira de Inteligência (organismo voltado a quaisquer investigações que envolvam a segurança nacional e de nossas instituições) para colaborar no processo.
As reações dantescas começaram no Congresso Nacional e se estenderam ao STF, para juntos pressionar politicamente Luiz Inácio Lula da Silva e impedir a continuação das investigações da PF que, atingindo o Opportunity, atingem “personalidades da República”, sócios, amigos e simpatizantes. Ao mesmo tempo, os grupos de pressão ameaçavam familiares de Lula como ativistas econômicos mal postos.
Para “pacificar essa Bolívia institucional” foi designado Nelson Jobim, famoso constituinte fraudatário, parlamentar ajeitado à divisão dos poderes, ex-presidente do Supremo e um sestroso e confabulante ministro de Lula.
Resumo: Os “patifes ilustres” deste mal-falado País (ou, simplesmente, a canalha política) contra-atacaram a sucessão de investigações sérias e isentas da Polícia Federal (a todas as investigações, inquéritos, escutas, processos) com o propósito de confiná-las às trivialidades, com a clara noção de que não devem “alcançar membros dos poderes

J'ACCUSE!

Ou o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres provam que foram objeto de escuta telefônica ilegal ‑ tudo a indicar, com objetivo reverso de desqualificar os procedimentos da Polícia Federal em (nesse ou em quaisquer?) processos por crimes de corrupção e prevaricação em que agentes públicos (entre eles, funcionários, parlamentares e ministros se tenham envolvido) ‑ ou devem ser não só investigados como processados na forma da Constituição Federal que eles dizem defender com entusiasmo cívico.
A cidadania da República, em seus plenos direitos, acusa o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de valer-se de seu cargo para tumultuar o processo em que é réu Daniel Dantas, falsificar provas para desnaturar o inquérito da Polícia Federal contra o capo do Banco Opportunity e de formação ilegal de grupo com o senador Demóstenes Torres e outros para intentar ações políticas ilegais contra o Poder Executivo e suas instituições.
E quando as perícias e laudos técnicos estão apontando a impossibilidade material de terem existido os alegados “grampos”, o cidadão-advogado Gilmar Mendes passa a desviar as atenções sobre seus procedimentos escandalosos, com enfáticas acusações de que a ABIN não pode colaborar com a Polícia Federal “em inquéritos criminais” (notadamente contra Daniel Dantas?). E, então, a sua mentira passaria a ser fundamentada? E acrescenta agora o titular da presidência no STF, especulando desmedidamente: “Há o risco de se formar uma ‘inconstitucional’ superpolícia’” (ou um superministro do STF a serviço próprio?).

terça-feira, 16 de setembro de 2008

VITÓRIAS DE PIRRO, DERROTAS DE LÊNIN

Pirro venceu “vitórias” que eram derrotas; e Lênin perdeu “derrotas” que foram vitórias. Da dialética, vivemos; porém como a idiotia pode obscurecer ‑ e com certeza escurece a razão ‑, explico esses paradoxos: Ações políticas têm determinado fim, definido e obfirmado, mas o seu contexto nos informa de suas aparências e dimensões reais; para quem sabe ler.
Não tratemos de Pirro, de quem se presume conhecer a história. Tratemos de Lênin, da dialética histórico-materialista, do marxismo. Quem imaginou que uma estratégia política, uma revolução ou um sistema econômico-social inovadores fossem movimento de uma simples decisão, uma linha, um caminho firmado é um sensitivo delirante ou intelectual confuso aprisionado à “metafísica da ordem e do caos” ‑ onde separa “o certo” do “errado” para ficar com o seu duvidoso porque não entende de classes sociais, vida econômica e política e suas sínteses políticas datadas.
Quando a dogmática do “marxismo burocrático” impôs a crédulos e oportunistas que a revolução num só país,1917-1967, (*ao fim da Era Kruschov-Breznev) se estava consolidando (*porque, principalmente, seus “inimigos extrínsecos” se tornavam cada vez mais nítidos), o processo dialético marxista fora estuprado por esse oportunismo burocrático-estamental-“marxista-stalinista”. A maioria dos “marxistas revolucionários” não se dava conta de que “revoluções também são realizadas por etapas sob contra-revoluções externas e internas”. Assim, as “derrotas” marxistas revolucionárias” não são “vitórias de Pirro” e sim processos dialéticos inconclusos. A acreditar ‑ como eu ‑ que “os processos políticos socialistas” são afirmações políticas dos trabalhadores e de sua razão social-produtiva, que podem aglutinar as classes oprimidas e exploradas, até vencer algumas lutas político-institucionais impondo novo sistema econômico-social, mas seus intentos de poder e realização não erradicam de vez a propriedade privada e uma sociedade de classes em suas práticas produtiva e social. E se isso não se tornar muito claro é porque lideranças contra-revolucionárias e reacionárias se apropriaram da condução da revolução (Vide Stalin e os “expurgos de 1937/38” e a repressão policial exacerbada desde então. Seguida da “restauração política burguesa de Kruschov-Brejnev até a dêbacle Ieltsin-Gorbachov-Putin)Destarte, se me concederem o direito de pensar e opinar com fundamentos, as invariantes dos revolucionários de cátedra e as posições dos dogmáticos de ofício e dos seguidistas na política ao dia, devem ser radicalmente acrisoladas na discussão e no debate políticos, para assim fortalecer o compromisso fundamental de classe e com sua revolução. O resto é retórica e maledicência de que se valem metafísicos embuçados, oradores de ocasião e os eternos oportunistas que se organizam à sombra e a pretexto do processo político real

DIREITA, VOLVER!

A classe média a prêmio (estipendiada pelo Erário público e crescentemente vindicativa) e sua agressiva burocracia institucional se alçam contra Evo Morales, Rafael Caldeira, Hugo Chávez, Tabaré Vasquez, Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva. E em qualquer lugar em que as reformas econômicas, sociais e políticas estejam em pendência, os grupamentos estamental-fascistas impõem seus privilégios de “elite social e política”, mas na verdade mascarando a grande “causa final” do verdadeiro poder econômico-político multinacional que a alimenta. Juntamente com setores da burocracia de Estado, atacam as reformas econômico-sociais em suas políticas públicas e bloqueiam uma divisão social de rendas. Ela é a massa atuante reacionária contra não só alguma revolução político-militar (o que alega para conhecidos golpes de Estado em todos os países do mundo e da América; para nós, mais sensitivamente no Cone Sul), mas a mudanças estruturais do sistema produtivo e social.
Todos os países globalizados pelo imperialismo temos essa dolorosa experiência, em que estão agora sitiados Evo Morales e Hugo Chávez. Nossos países (re)democratizados continuam sofrendo essa pressão e esse abuso, que vão chegando rapidamente ao desmonte constitucional como na Venezuela e na Bolíviae, sempre iminentes, em qualquer parte em que a CIA e seus sócios internacionais e nacionais insistem na conservação de privilégios de juros, câmbio e comércio; e no reconhecimento de que a aristocracia mundializada é a condutora da “livre” democracia formal-representativa.
Royalties, dividendos e juros advindos das riquezas nacionais, agora destinados às reformas por Evo Morales, estão no centro da questão política, porque uma “elite” da nobreza altiplana, essa escória de especuladores, fraudatários e argentários transnacionais, pretende conservar a “sua Nação”, a “sua República”, a sua “livre-determinação democrática””. E para isso, contam com a “Imprensa Livre” da América e a “mediação política” dos seus vassalos na OEA. Trinta anos depois da “Operação Condor” poderá surgir a “Operação Abutre” e seus gusanos.
Seu “capo” de sicários não é Leopoldo Fernández (de Pando) ou qualquer outro mercenário institucionalizado nos departamentos da “Meia Lua”; é o embaixador dos Estados Unidos da América e seus comparsas da CIA na Bolívia. E, expulso o chefe nominal, ficaram outros, muitos nas instituições públicas superiores (embuçados nas forças armadas e no judiciário, porque os do legislativo já são conhecidos).
Lutar por políticas nacionais justas e oportunas deve ser a base da unidade nacional e das classes sociais oprimidas e exploradas em cada país, construindo assim uma ponte da unidade política nas Américas e no mundo. Enquanto isso, divulgar e esclarecer é preciso.

domingo, 14 de setembro de 2008

ESPORTIVIDADES

Qualquer tema tem seu corte empirista-subjetivista e sua perspectiva sócio-política; e se um não se estorce no outro, pode integrar-se. Fui jogador medíocre porém atento, então, umas questões preliminares - Em quantos segundos Ronaldinho faz 100 metros? Como está a “explosão”, movimentação e agilidade de cada um? E, assim, qual a relação altura-peso-massa muscular dos jogadores? Eles têm feito exames biométricos, de dinâmica e funções musculares? E sua parte emotiva (porque essa imagem de aponia e dispersões) Que diabos, o que vemos em um Ronaldinho atleta? A alienação e o medo.

Desprezando Dunga, como vão os demais (anões?) seleto-desorientados? A seleção brasileira vem sendo vexame não-ocasional; tanto quanto reconhecemos alta qualificação técno-atlética na maioria desses jogadores. Até o presidente Lula (de quem não tenho procuração, mas se sabe ter espírito crítico e ser apaixonado pela bola) disse o que todos sabemos: se é esse sistema e jeito de jogar, a “escola brasileira faliu”; e nossos jogadores só podem aprender o jogo lá fora. Tanto bastou para que Ricardo Teixeira se distraísse, Dunga atribuísse tudo às emoções do destino; e um imbecil escoiceasse o presidente Lula com uma frase burra: por que não se nacionaliza argentino? Se não duvidávamos da condição atlética de Júlio César, teríamos agora razões de duvidar da sua higidez mental e compostura social: como goleiro pode fechar o gol mas abre a boca só para dizer exaltadas sandices, com pruridos de “pop star”?

Só um cretino poderia ignorar que falta para cada um dos jogadores da seleção noção clara de funções e reciprocidades, e, além de orientação, empenho nos jogadores da seleção brasileira. Porém, nessa maioria sobra-lhes efeitismos e maneirismos. Ninguém está obrigado a vencer mas a justificar responsabilidade baseada no encargo.

Admitindo certa ($) inapetência dos técnicos de seleção e de suas idéias de organização tática, somadas com pouco tempo disponível para treinos e determinação das funções a cada membro da equipe (há semelhanças com os treinadores de times, que esquecem o brocardo de Oto Glória: Movimentem-se! Quem desloca recebe, quem pede tem preferência?). Onde objetiva verticalidade na ação direcionada ao gol?

Fiquemos por ora apenas em Ronaldinho, como padrão e exemplo: Cena 1: Se não falha a memória, aos 27’ do segundo tempo contra a Bolívia, Ronaldinho livre a 8 metros da meta (bola na área, “sobrando”), em vez de atirar a gol, a devolve infantilmente para o “bolo” de jogadores ao lado.Cenas 2 e 3; nesse e em jogo anterior: em mais de uma oportunidade, em vez de disputar com drible, ou sem ele, para ultrapassar o adversário em direção ao gol, surge-lhe insegurança e inibição que o levam a derivar em dribles e “gratificar-se” em passes. Quem quiser fazer análises, decomponha os momentos de Ronaldinho durante os últimos jogos, em sua atitude tímida em relação a investidas diretas a gol. Depois faça o mesmo com os nossos demais “grandes narcisos” do Olimpo

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

ORTODOXOS X OPORTUNISTAS

Ter princípios é fundamento do ser social, porque já é princípio esta ortodoxia (não heterodoxia!) da responsabilidade coletiva de classe; dela decorrendo uma práxis (não duas ou três). Não há heterodoxia de princípios revolucionários concretos, como não há de filosofia, posição e atitude políticas revolucionárias de classe. O que pode haver são análises e avaliações variadas a respeito dos fatos sociais, ações e comportamentos, à espera de uma confirmação prática (o critério da verdade política ainda é a prática social).
Pode haver discordâncias e até heterodoxias ‑ entendamos: justificadas, às claras ‑ apontando objetivos, linhas e (táticas) políticas; subordinadas aos interesses de classe e não a conveniências pessoais e de grupos. Dai por que “contradições” de forma e método podem dissentir “em quase tudo”, menos em nítida identificação de classe social e em sua estratégia política (proletária, que não comporta inversões oportunistas). Para quem queira assumir e manter essa posição filosófica e política.
A nomeação de “Partido dos Trabalhadores” é conceitualmente revolucionária, das classes trabalhadoras tendo por eixo o Trabalho em sua oposição ao Capital. É uma certificação política revolucionária, e algumas “digressões petistas” sobre “socialismo”, “revolução” e “eleitorado”, “brasileiros” não passam de fraude político-filosófica. Aqui não se trata de primeira, segunda ou terceira via socialistas, à Blair, Brandt ou Dirceu, ou dos frades cristão-marxistas e dos socialistas de casaca. Porém não se incomodem: não fui eu quem inventou isso, nem os paradoxos filosóficos e políticos.
Agora, se a dita democracia representativa nesta sociedade de classes instiga a desnaturar qualquer representação de classe trabalhadora para transformar-se em um “coletivo extraclasse” de cunho sufragista, esse desafio é para quem pode e sabe assumir. E mesmo fosse um convite a uma “política de frente” (se fosse o caso de aceitá-lo) haveria que resguardar a estratégia do trabalho (ou proletária, se preferir-se) e não entregar-se às mãos de uma pequena burguesia “revolucionária” (que insiste na disfarçada divisão social entre o pensamento e o trabalho produtivo, o conhecimento e a prática social, entre o saber e a ação coletiva, a operação intelectual e a físico-mental). Como se fosse apenas uma questão “pragmática” ou conjuntural, de que o negociante sem norte e o empresário sem energia pudessem dar conta. Ah! os oportunistas...
Entrementes, a adesão política a uma corrente social concreta, seja à direita dirigida por Fernando-Henrique ou Serra e Artur Virgílio, seja “à esquerda” dirigida por Luiz Inácio, José Dirceu ou Mangabeira Unger, é assunto de cada um, cobrando ou não compromissos objetivos com uma “revolução do trabalho” ou alguma “causa progressista”. E até compreender isso viveremos a conveniência e oportunidade do praticismo sem princípios e adesismo a qualquer preço. Com direito a acenos e apupos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

PSYCHO BRASILIS

Do meu sobrinho Alex, que vive em Bruxelas.
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Caros;
ainda meio atordoado, volto de 1 mês no Brasil lamentando não conhecer
mais sobre psicologia, psiquiatria e psicanálise para expor melhor
impressões e sentimentos que acumulei neste mês (além da diária terapia
que preciso para discernir o que é hoje em dia para mim este senso de
"pátria mãe", ainda, de alguma forma, chamada Brasil, que felizmente ou
infelizmente ainda me prende freudianamente a este país).
A questão é que, desta vez, me assustei com o Brasil. Sei que muito do
que vi e sentí já existe há muito tempo mas tive a impressão que o
momento político, econômico e social que passa o Brasil atualmente,
entre outros com a queda do PT (última esperança!?) para um
"centro-direita" terceira via estilo Tony Blair, a possibilidade de ser
Arábia Saudita com o pré-sal, a corrupção sistemática do judiciário e a
reinvenção agro-business do superávit primário, isto e muito mais tem
ajudado a tornar sintomas mais extremos.
Além de Erich Fromm, não são poucos os autores na psicanálise a cogitar
a possibilidade que processos patológicos descritos por Freud possam
existir também, ou até serem provenientes, de grupos, classes ou
sociedades. Além do que, muitas das idéias de Marx, Lacan, Foucault,
Deleuze, Guatari, entre tantos outros, "jogam" com esta possibilidade.
Sei também que existem as críticas a esta visão pois seria necessário
dizer que uma sociedade ou um grupo de pessoas podem ser um organismo em
si com uma psiquê própria. Deixo a discussão para os que entendem mais
do que eu do assunto e me resumo apenas a dizer que a impressão que
tenho é que as classes de média a alta do Brasil estão entrando numa
fase avançada de neurose psicopata que se agrava relativamente à
ascensão econômica.
Se alguém se perguntou o que aconteceria numa sociedade onde o fetiche
pelo dinheiro criado pelo capitalismo se encontrasse com uma economia
crescente, com uma falta total de divisão de renda e com a possibilidade
real e fácil de, literalmente, comprar qualquer entidade um pouco
reguladora (como o poder judiciário, por exemplo, chegando até ao
Supremo Tribunal), se alguém se perguntou aonde esta espiral neurótica
pode dar, aconselho fazer uma visita ao Brasil!
Já chegando ao aeroporto do Rio, aprendí do "ascensorista" (sujeito que
aperta os botões num elevador para uma certa classe de indivíduos que,
me parece, são incapazes de fazê-lo) que ele trabalha em turnos de 5
horas dentro do elevador, sem ter o direito de pausa nem para ir ao
banheiro(!), para ganhar um salário um pouco mais que o "mínimo" de 450
Reais (180 Euros!). Aprendí também, logo depois, que, para se viver na
Zona Sul do Rio de Janeiro com 2 filhos numa boa escola, era necessário
ganhar à partir de 20.000 Reais (8.000 Euros) para ter uma vida descrita
como "razoável" pela classe a quem estes pertencem! Aprendí também, já
na capa de uma revista, que a Fundação Getúlio Vargas publicou as
últimas estatísticas que a "classe média" é hoje finalmente maioria no
Brasil. Por um lado, segundo esta fundação, é uma tendência que veio se
concretizando nos últimos 6 anos (por "coincidência" exatamente o tempo
do governo Lula!). Por outro lado, quem era "classe baixa" e conseguiu
se afundar em alguma dívida para comprar carro, ou geladeira, ou celular
foi diretamente catapultado para a "classe média", mesmo continuando com
o mesmo nível de vida de antes, ou, até pior por ter agora dívidas! Com
isso, nesta neura de ser catapultado para a classe acima, tanto os de
baixo como os de cima que querem sempre mais, tive a impressão que o
grande fetiche pelo dinheiro e pelo consumo estão ganhando a corrida
contra qualquer interesse outro que se possa ter na vida, qualquer
vontade de realidade não psicótica, qualquer vontade de uma real
sociedade...
Apesar disto sempre ter existido no Brasil, tenho a impressão que agora,
esta classe dos "20.000 prá cima", liberalisada para ganhar mais, mandar
mais e comprar mais, com gostinho de superávit na boca e já babando pelo
petróleo do pré-sal, atordoada com a "violência" urbana, a
desorganisação política e social e, tendo como desculpa a bagunça
nacional para deixar finalmente cair o "peso" moral ou ético de ter que
ter uma visão mais ampla do que seu próprio umbigo, entrou numa espiral
psicopática onde nada mais vale à pena e, já que nada mais vale à pena,
funciona ou pode funcionar um dia como sociedade ou país, o que vale na
vida passou a ser unicamente comprar, consumir, ter, brincar com sempre
novos brinquedos... um mundo à parte, excluso de qualquer realidade.
Estatisticamente, golfe foi o esporte que mais cresceu no Brasil nos
últimos anos!
Assim, como a classe dos "20.000 prá cima" é o exemplo para as outras
classes, o Brasil se tornou um país onde o dinheiro serve para o
indivíduo poder se extrair da sociedade. Extrair-se do transporte
público para o seu carro, extrair-se da escola pública para a
particular, extrair-se do sistema de saúde pública para o privado,
extrair-se até da própria cidade para os condomínios fechados e ainda
inúmeros outros "extrair-se" que não mais acabam. E o modelo segue para
as classes mais baixas, onde nos bairros mais "populares", há também os
condomínios fechados, escolas privadas, etc, para que, não importando
quanto você ganhe a mais do que a classe baixa, haja algo que você
possa pagar para também se extrair da sociedade que te rodeia. Depois,
quando políticos, que, por terem bons salários, também se extraem da
sociedade e não tem interesse em fazer com que os organismos públicos
funcionem, afinal de contas não há ninguém que interessa se usando
destes, chega o grupo dos extraídos que fazem a mídia nacional e ficam
reclamando por reclamar em jornais e tvs, sem nenhuma proposta ou
vontade de mudança, prá fazer bom circo, alegrar e aliviar moralmente o
país.
Enquanto isto, basta sentar-se 2 horinhas no aeroporto de São Paulo, na
sexta-feira à tarde ou no Domingo para ver a enormidade de pessoas com
raquetes de tênis ou tacos de golfe que passam pelo saguão. "Eles" foram
a Miami jogar enquanto "elas" foram a New York fazer compras!
As neuroses e o fetiche pelo dinheiro parece que se instalaram para
ficar, estão na mídia, nas conversas, nas livrarias (sempre cheias de
livros ou de auto-ajuda ou que ajudam a enriquecer!). O culto ao medo da
"sociedade lá fora", medo do outro e o culto à inveja e ao "EU posso
tudo sozinho" são a religião predominante. A psicopatia é óbvia pelo
individualismo exacerbado, eu, eu, eu e + eu = subir na vida, comprar,
brincar, mostrar. A psicose é voluntária para viver na exclusão social,
no mundo ilusório, no próprio fetiche, na própria alucinação, no
mundo-shopping.
Doutor, me parece que o Brasil vai mal!!!!
Porém, há esperança e está nos taxistas!
Hoje em dia, no Rio de Janeiro, grande parte dos taxistas são
diplomados, engenheiros, arquitetos, ex-microempresários, mestres,
doutores etc, que, dentro de estatísticas, já foram várias vezes durante
a vida catapultados para alguma outra classe, de baixo para cima, de
cima para baixo ou até em diagonal! Assim, cansados e desiludidos com as
possibilidades de ascensão de classe, com as possibilidades de se
extrair da sociedade, com as possibilidades de não ver e viver a
realidade eles cansaram também da psicose e da neurose. São as pessoas
mais lúcidas que encontrei. Obrigados a viver na realidade e vendo as
diferentes classes passar ou pelo banco de traz do seu taxi, ou pelo
pára-brisa da frente ou simplesmente ao lado da cerveja no boteco do fim
do dia de trabalho, eles são a classe média desiludida da ilusão
capitalista e, por consequência, uma possibilidade real para além das
classes baixas, infelizmente ainda surradas demais para se levantarem,
de construir uma realidade sadia.
Que bom seria se "taxismo" fosse contagioso!!!!
abraços;
alhures;
alex.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Vereador está sendo um despachante da prefeitura municipal e um adsorvente descartável na intermediação do prefeito nos bairros e subúrbios. Em vez de ser um delegado dos seus eleitores, está sendo um negocista político em proveito próprio como agente de um obscuro grupo social. Defeito de pessoas ou do sistema? Dos dois, principalmente do sistema, e, enquanto os meios de comunicação social forem agentes do poder econômico e desse “poder público”, a “galera”, a “patuléia”, a “escória” de voto à mão vai continuar chancelando cargo e poder ao João Derosso, ao Mário Celso, à Julieta, ao Bernardi, ao Camargo, ao Feltrin e a qualquer Rodrigues que a partir de seu cargo em comissão pleiteiam ser despachante do patrão, pois assim continuaremos brincando de democracia representativa. Façam o jogo, senhores! E paguem o “barato”!
Então, o que chamam “esquerda” embarca nesse jogo da direita? Como é que democrata, republicano, socialista ou comunista fazem esse jogo e até usam as mesmas armas político-ideológicas que o poder burguês capitalista sofisticou como fosse expressão da liberdade individual e coletiva, da tal “igualdade jurídico-política” e de sua propalada igualdade de direitos, meios e oportunidades? Quem foi que apagou a luz?
Teoricamente, as eleições comunitárias seriam a expressão do voto qualitativo que os eleitores podem alcançar. Tais eleitores conhecem os candidatos da sua comunidade e, ainda que o poder de classe seja marcante na força e no prestígio de proprietários, dos titulados e dos ricos, vêem suas atitudes e condutas no dia-a-dia, por sua observação e pelo consenso dos vizinhos. Seria esse tipo de eleição um “preço razoável” para tentar obter igual credencial na portaria onde Daniel Dantas a tem para entrar livremente até no Supremo Tribunal Federal?
Sei que os espertos vão me chamar de comunista heterodoxo, os melífluos me acusarão de oportunista, os apedeutas me inquinarão de delirante; e eu na verdade sei que revolver tal monturo é renda pra Cavo, reciclagem de ONG ou desespero de sobrevivência; e pessoas apontadas pelo IBGE como afluentes têm mais é que ficar amoitadas. Ou gritar “Afluente é o Rio Negro! Ou o Iguaçu, Ó!”.
Pois é! Como é que vamos nessa? Com o pragmatismo do clube de amigos e comissionados nesse “sistema democrático-representativo”? De máscara pra ninguém saber da nossa preferência; de guarda-chuva para evitar a tempestade de merda; ou, mesmo, pondo voto político em quem aponta para o desmonte da quadrilha e seu sistema; e voto ideológico para quem levanta bem alto a bandeira vermelha (não cor-de-água-de-rosa) do esclarecimento? Então, estamos assim: os atuantes lideres de esquerda privatizam as empresas estatais, público-privatizam as atividades públicas, pedagiam as estradas, bolsa-valorizam o capital-trabalho, mancomunam as instituições públicas e, ademais, discursam que a verdadeira liberdade nacional-popular é o aceite de mercado somado à estratégia nacionalista dos grandes negócios multinacionais.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

QUEM GRAMPEIA QUEM?

“As leis vêm de ti, e a guerra também vem de ti. Em vez da paz, os superiores fazem a guerra contra seus subordinados. Trazem na boca palavras de paz e de ordem, mas seu espírito é um espírito de violência”. (Na concepção nkundô, a autoridade deve ser suave, tranqüila, respeitadora da liberdade, em uma palavra, paternal: (provérbio Mongo, Tanzânia, Coletânea UNESCO, Edição “Conquista”)
A sabedoria humana é mãe das leis que servem aos homens; mas a opressão política e a exploração econômico-social fazem legislação do desvirtuamento dessa serventia. A sociedade brasileira avança para um estado democrático de direito social, porém “os superiores trazem na boca a ordem e a paz mas fazem a guerra contra seus subordinados”, porque esta sociedade de classes é uma sociedade de poderes das instituições econômicas, políticas, jurídicas, burocráticas e militares; numa democracia tutelada por estamentos e seus privilégios.
Todos são iguais perante a lei. Que iguais e que lei? Iguais mas sem as mesmas condições e sem as mesmas oportunidades. Iguais em direito à liberdade e autonomia política até o momento em que nós subordinados somos suspeitos de crime, vigiados pela polícia, indiciados em processo e detidos para algum julgamento em processo penal. Arbitrariamente presos, algemados por periculosidades, enviados às masmorras porque não temos “confiança” para responder acusações em liberdade. A classe superior não pode ser algemada e tem direito a prisão especial; e pode delongar processos e opor-lhes tantos e sucessivos recursos.
Nos últimos 20 anos, com a redemocratização do País e a Constituição refeita por parlamentares ordinários e mesmo sob vigilância dos grupamentos fascistas remanescentes a 1964, os direitos individuais e sociais foram reinstituídos. Todavia, a democracia política não contemplou uma democracia econômico-social, permanecendo a tradicional divisão de classes e poderes de classes e estamentos que se apropriam das instituições.
Guerra contra o povo é esse arbítrio e arrogância de poder; quando existem duas leis: uma para os senhores e outra para o gentio; e também quando, no cumprimento da lei, juízes, meirinhos e policiais grampeiam telefones para escutar maquinações criminosas, prendem suspeitos e indiciados por atos ilegais, e têm, em nome da democracia, suas ações legais impedidas e os processos anulados

sábado, 6 de setembro de 2008

ELEIÇÕES: CURITIBA 2008

Nada mais emblemático das políticas públicas municipais desses anos de antimoneto (1970/1998) no Paraná, e no Brasil, do que o tumulto urbano de Curitiba ‑ onde como num ônibus-expresso” e em amor de mãe sempre cabe mais um. A canalha militar expulsou os camponeses das áreas rurais e os acantonou nas cidades à espera de futuro “milagre industrial”; a seguir fez uma “reforma agrária” de mentirinha; e desde Ivo Arzua a Omar Sabbag os tecnocratas do urbanismo exercitaram sua “criatividade” oportunista, inventando novos eixos viários com paralelas edificações “sincronizadas”, Curitiba virou uma festa de negócios especulativos e de criatividade autoritária.
(Já, Maurício Fruet tentou, com mandato tampão de dois anos, implantar um troleibus, mas José Richa só raciocinava espremido, e, para materializar algum desses projetos estratégicos, precisava de muita pressão política (enquanto isso, a “esquerda” só queria disoutar cargo em comissão e usufruir o poder!).
Com a era tecnopolítica dos sucessores de Omar Sabbag, tendo como oportunista-coordenador do IPPUC Jaime Lerner, os megaprojetos urbanísticos só nasciam de e para negócios imobiliários. Jaime Canet e seu grupo compraram terrenos no que seria a Cidade Industrial; e o IPPUC de Jaime Lerne projetou a preços escandalosos (com a cumplicidade da ditadura) a localização e os incentivos industriais para a “grande revolução modernizadora” da Capital. Entretanto, entre os grandes negócios lerneristas, o creme de creme, a pedra fillosofal foi o acerto dos transportes coletivos (fora troleibus, xô metrô!) entre a nova estrutura-eixoviária (com toda a especulação imobiliária), as estações-tubo e (aleluia!) a Volvo. Ora viva o “progresso inevitável” e essa esquerda boquiaberta!
Apesar disso, a capital do Paraná virou “pop star” porque as políticas fundiárias nas grandes cidades brasileiras nunca foram sujeitas a grampo no planejamento urbano e a cadeia para as quadrilhas de “urbanistas” como Jaime Lerner & Cia. E, de toda forma, certos negócios na administração pública favorecem grupos de amigos, incentivam o bem-estar de parentes ou encantam pela “invenção e criatividade”. Os estultos e os sabujos festejam o foguetório. E nas campanhas eleitorais o PT dos picaretas também pega dinheiro do pedágio e embarca nas aventuras e negociatas imobiliárias. Ora viva, então!
O simbolismo do que tem sido o “planejamento urbano” de Curitiba pode ser encontrado nos cartórios. Basta relacionar as mudanças de zoneamento, as obras mais destacadas e seu entorno e vizinhança com os “pré-compradores” e “pré-construtores” de edifícios requintados e shoppings; e as residências no Barigüi, na Conectora 5 e toda sua extensão Campo Comprido. Em cada “momento das decisões” do IPPUC o grupo de sócios e malandros se antecipava aos anúncios do “progresso” e reservava áreas, comprava terrenos, registrava plantas; fazia negócios muito maravilhosos. Uma foto da Rua 24 Horas, abandonada aos seus custos fabulosos, pode sintetizar esse impagável projeto Jaime Lerner.

SELETA POEMAS

Florilégio
Todas as palavras pertencem um vocabulário.Negaceiam, me fogem, refulgeme exsurgem, introvertas.
Não me aceitam, fingem.De tal fingimento, bolem:comigo se deitam, comigose perdem.São dicionários com sentidos esconsos;querem ser lavradas,lapidadas diametralmente escandidas peremptória ou afavelmente.Pertencem ao Moraes(Antonio de Moraes e Silva)a Cândido de Figueiredo a Caldas Auletea Laudelino, o Freire.Exceto Petená, Macê, Barbra e Roz,Evrei e alguma outra que flutua no céu da boca... Tantilá!E nunca foi ínsita no dicionário.Evrei há-de chegar à boca como cantiga contigo:Evrei, meu amor!Evrei, minha vida!Como cântico de cântaro fresco,Com-tigo e comi-go... Adeus!
Teu Nome
Como te cai o nome:uma transparência um manto uma armadura um engodo?
É talvez um sinal de amigo,uma herança uma tempestade emocional?Levas o teu nome por campos e caminhos.Passas amargurado,tu passas indelével e ele te segueou te puxa mordendo a lembrança.

I - As Facilidades
Um poema de facilidades nasce em agressão;faz-se de transgressão no suor da epiderme.Quebra a cara pra vestir sua máscara.
Um poema de facilidades mais fácil cuida da imagem:veste-se de petit-pois cuidando de carnaval.Faz-se no toucador,com make-up esconde as facilidades do poema.Musculação inerte sem cores nem bandeiras.
Ele perde sua substância em caminho. Perde-se.Perde o pulsare o frenesi da composição.Rende-se ao lay-out publicitário,em algumas frases de efeito.Um poema de facilidades apanha, costura qualquer matéria dó de peito, imagem e constrói em epigrama,certas lágrimas melancólicas.
Um poema de facilidades não é sebastianista;é traição premiada.Mas sendo obra fraudada não sofre acusação.

II - As Facilidades
Um poema de facilidades não bate tambores não dissemina ânimos.Sequer tem que ver contigo e comigo.É conta da alienação.
Em sua medida quer pendurar-se à parede em cores esfuziantes;gobelins e debruados radiosos enchendo os ares...Em seus guizos ele nos nega por seus sufrágios.
Um poema de facilidades nasce vitorioso por nossas debilidades.

III - As facilidades
Aparecem já vestidas de seus artifícios.Resplandecem de blips com brilho moderno e, até, fazem-se inteligentes.Curvam-se ao bom gosto e fazem sua curvatura com requintada elegância de ossos texturizados...É seu texto, assim,de alguma carpintaria e tanta excelsa valia.Vale mais,para quem caça epigramas para superar o tédio de sua arrivia.Para quem ganha,vai descosturando os seus dias,a quem se arruína com excesso de estima...

IV- As Facilidades
Antecedem o poema.Na sua faina de percussão estão por aí,na sua dialética emotiva como nós e vós nosco e vosco;é sua persuasão.
As facilidades substituem no sangueo estandarte possível.Põem-se em nossa boca ora como mordêncianas rascante papilas ou como anestesia,no palato adocicado pela falsificação.
Canción
Despacito por si
despacito no más,
despacito en si
despacito además.
Entienda-me se for capaz:
Despacito por si
despacito no más:
uma muchacha bonita
e um guapo rapaz
entraram adentro no mato,
ela na frente ele atrás;
pra eles bonito fato,
reclusaram-se em paz...

E tudo o que saberemos
é o ai, ai... que siempre se faz
Ai, ai, ai... ai-ai!... amor demás...
Ela se gemia de espanto
ele cantarolava loquaz.
O lobo uivava no campo,
no mato canoro o alcatraz;
a moça sacudia a trança
que ele agarrava por trás...
Pra quem abisme tal dança
toda fremente soando em fiesta...
pra isso recontei essa gesta...

Cantei o amor e... cantarei esperança:
Despacito por si
despacito por mim.
Despacito no más... sim
despacito además:
um lobo uivava no campo,
no mato, canoro o alcatraz.

As dificuldades
Um poema de dificuldades nasce, por assim dizer,sem jeito e sem começo.Não troca de mão,não empresta sentimento.
É uma coisa bruta,pressentida desde o pulso;forte e timorata.Afirmativa e envergonhada,derrama o pranto juvenil,essa ganga surda efêmera e suspensa como tremor de cabelos brancos.
Ela nos transpõe ao limiarde sentimentos,às vésperas da linguagem;aos muros da tensão onde a vida pode valer nossas astúcias.
Joeirar & Entrigar
Não estava eu a separar o joio do trigo,que o trigo já tivera consumido quando seu deu necessário.
Não estava eu a colher joios, ainda que joeirar seja sincero e exumar a cizânia importante.Porém os joios são só aparências e inadvertências;mas hão de se fazer úteis ditames.
Estava eu a dialetar que o trigo se planta ou não planta; que se imatura ou se floresce e engrana.Ainda que certas pessoas julguem que sempre hão de envilecê-las joios,na pureza dos trigais.E que o trigo,se colhe e bate e se recolhe e moinha com a mó que apolva sobre a pedra viandeira.
E que o pão não se formasem água e algum sale esforço humanopor infermento ázimo;ou fermento natural que azedae se faz mais acre.E talvez o joio tenha sua finalidade.
Ao trigo não só a fome abrasamas o calor das brasasassa nossa espera.E haveremos de comê-lo com feixes de joios para enfeitá-lo em vasos ou cântaros.E terão ânforas; no seu lugar lhe poremos água e não vinho porque não o temos.Todavia, hemos fome e não restam sequer vitualhas sobre a mesa;e ao chão está os pós e as sandálias daqueles que vieram comer.
Nossas faltas
Desculpem a nossa falha, mas eu não tenho coragem nem paciência.Até uso não sirvo.Minha tenças são poucas meus versos são parcos. Não tento mais serventia.João do Pulo perdeu uma perna meu pai, um salto na vida;Camões um olho meu irmão, a claridade de ida.O apontador perdeu o relógio,Maria, um filho prematuro;o supino perdeu a vergonha meu filho, seu nobre rumo. Shirlei perdeu o cabaço,minha mão está bem ferida.
Às voltas sou afeito em circunstância,arrostei-me em semicírculo,arremessei-me nesse currículo e com a conta encerrada soçobro em vida,escassa razão em agonia.

Pequena Elegia
Os homens ganharam seu pão podem comê-lo como o sistema os come.Podem amar em angústia,com amor e tristeza uma carga depositada crava seus ombros a nova marcha.
Podem gritar na noite como animais acuados sua indizível esperança.Podem comer o fumo banhar-se no álcool engolir a paçoca extenuar-se na enxerga povoar a fêmea de ruídose breves pensamentos.

Palavra e Espada
Pende à palavra uma espada com fio de vidro.Nasce tímida a palavra sobre a espada,e queima a boca a palavra em amargo sal.
Flora de perdido hilo em sereno vidro vai amanhecer depois.Agora é espada e seu fio de anúncio e olvido.
Ela tenta seu vôo expande a palavra seu ar de gorjeio.A palavra ameaça eu digo ameaça mas seu pássaro em perigo já não voa.Boca a boca ela resiste.A palavra em sua flora no espaço de suas ervasseu som puro e liberdade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

DÉFICIT EDUCACIONAL

Enquanto a prefeitura de Curitiba e o governo do Estado apostam políticas eleitorais sobre a eficácia de seu sistema de ensino e a eficiência de sua preparação pedagógica, a tragédia da educação continua à vista. Anísio Teixeira e Paulo Freire ficariam horrorizados com as pedagogias usadas em seu nome.
Em primeiro lugar, agrupamentos de 10 até o máximo de 30 crianças e adolescentes é o recomendado para uma sala de aula, para que o processo de ensino seja eficiente, supondo que o(a) professor(a) seja efetivamente habilitado(a) (e comprometido(a)) com sua escolha e adesão profissionais. E isso seria apenas o começo de uma solução educacional. (Nas escolas particulares e nas classes ricas, o critério seria nada menos do que o preço.)
Todavia, nem as políticas públicas nem os sistemas de ensino e formação (educação) conseguem equacionar esse número “funcional” de estudantes numa sala de aula; porém assim mesmo reconhecem que o coletivo de alunos numa sala deve ser proporcional a suas condições culturais, psicológicas e de capacidade de atenção-concentração (vale dizer, quanto mais pobre e “desassistido” ou sem recursos culturais e estabilidade emocional, maior atenção e menor deve ser o grupo discente para obter mais atenção pedagógica. E isso nega essa massificação de que “há escolas para todos”!). Mas eles não “conseguem equacionar” essa questão elementar, porque preferem a propaganda de que a Unesco lhes reconhece o esforço (não a solução, mesmo porque as políticas da UNESCO são políticas de “boa-vontade” e estímulos).
Assim, secretários e assessores comissionados no geral não passam de pelegos oportunistas que, a serviço das autoridades que os nomearam, mentem para a população sobre a educação que lhe é oferecida e fingem preocupação com o sistema educacional, com as condições técnicas de ensino e com a preparação e eficiência dos professores e da sua burocracia política, pretendendo assim justificar essa sua formidável propaganda enganosa.
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Vide a seguir matéria translata que nos envia Nelson Padrella.

Olá, amiguinhos!
Isso é política.

Alvíssaras
Padrella
EDUCAÇÃO INFANTIL
queremos sua opinião

Professores de cursos de educação básica (público e particular) que trabalham com crianças de até 12 anos de idade, queixam-se de sérios problemas de diciplina de alunos em todas as esferas sociais, desde as crianças de familias e escolas mais carentes, até em regiões nobres de elevado patamar social. Muitos casos seríos de abandono da responsabilidade familiar para com a educação e a formação de seus respectivos filhos tem levado a um total desvio das funções básicas da escola. Problemas de violência, desvios de comportamento e ética distorcida de crianças em formação. Já foram constatados casos de crianças problemáticas que interferem no bom andamento dos trabalhos de educação dos demais colegas, agressões, distúrbios, a até casos mais drásticos como entrada de armas, drogas, ameaças a professores e casos mais extremos como mortes em plena sala de aula.

Por outro lado, pais preocupados com a educação de seus filhos tomam satisfações diante da escola, mas raramente participam diretamente desse processo educacional, entregando aos professores a tarefa da educação de crianças em temas e assuntos que são exclusividade e responsabilidade da própria familia no tocante á ética comportamental e de berço

Em debates constantes entre educadores, apontam como causa o abandono da responsabilidade dessas crianças para a educação apenas nas mãos da escola.

Alguns professores acham que diariamente na sala de aula deveria ter a presença de um dos pais de seus alunos em REVESAMENTO, ou seja: a cada dia, um pai ou mãe deveria dar um plantão na sala de aula onde seu filho estuda para cuidar do aspecto diciplina e comportamento da sala para que a professora tivesse concentração para a tarefa de ensinar, tendo assim inclusive um monitoramento dos próprios pais no tocante ao programa pedagógico e o aproveitamento educacional da escola de seu filho.