segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MOLÉSTIA À PARTE

Assoberbado em afrontas e iras, faço-me uma vestal política, mas qual!... Ao sofrer provocações e acicates eles se tornam dislogias, como sabem acometer a tantos sábios, suábios e bessarábios. E assim me explico as verrinas que distribuo após tomar o chá da quelidônia, penitenciando-me por tantas fúrias.
Mal justificado, posso dizer que Luiz Inácio Lula da Silva é o Juscelino do Século XXI, mal-culpado das farsas ídeológicas e aspirações negocistas da cúpula do Partido dos Trabalhadores (Afinal, quem confirmou algum compromisso político-ideológico de José Dirceu, Luiz Gushiken, Celso Daniel, Antônio Palotti, Gilberto Carvalho, Marta Suplicy, Ricardo Berzoíni etcoetera?), pois como exigir postura e estatura de um inteligente e hábil negociador sindical, não afeito às maldades da corte? Assim, no plano da inclusão social, como dos ingressos formais em trabalho, previdência, saúde, educação, alguma previdência e em crediários diversos, o IBGE e o IPEA bimbalham os sinos. Porém, seria exigir demais de um político “à esquerda” formado no centrismo ideológico dessa disponibilidade tradicional das “classes trabalhistas em ascensão” que jogasse fora o joio petista e ficasse com o trigo político-técnico que lhe fundamentou a bandeira das grandes mudanças políticas. Hoje, ele é refém do “mensalão” e outros ãos; e de Meirelles, Jobins e afins, enrolado em tal estamento petista de picaretas políticos. Hosanas, heresiarca Lula!
Mal-lembrado, ouso repor que o trabalhismo (mesmo sindical-populista, porém progressista) no Paraná foi interrompido com a morte de Souza Naves, e pelo diversionismo cristão-populista (PDC de Ney Braga e Afonso Alves de Camargo, Norton Macedo, Campos Hidalgo e até José Richa ) e sob o golpe militar de 1964. E que a restauração democrática de 1983 pôs no governo José Richa-João Elísio Ferraz de Campos (corretor “político” de Jaime Canet Júnior), cujo programa de “reformas políticas” era autolimitado pelas matrizes ideológicas do ex-deputado federal-prefeito-senador de Londrina em sua nova associação, e pela leitura diária da Bíblia (precisava ver a cara do Otto Bracarense, quando era sua vez de ler um trecho “para iluminar o governo” sob vigilância da ditadura militar!, enquanto o Hidalgo cuidava do Banco Del Paraná, o Leo de Almeida Neves administrava e o Anibal Cury dava “cobertura política” o Banestado de cál). E daí à sucessão de descompromissos e demãos com as disputas Belmiro-Scalco X Garanhão; não por mentirosas moralidades mas pelo poder de grupo e a corrupção política de interesses econômico-eleitorais. Depois, o retórico radialista “de esquerda” Álvaro Dias assumiu o governo com uma claque de outros vigaristas, abrindo espaço político para que o PMDB alçasse qualquer aventureiro do “MDB velho de Guerra”. Pois bem, o resto vocês devem conhecer ouvindo quem possa babar-lhes os ouvidos moucos. Quanto ao que veio depois, nós também somos muito culpados de acoitar aventureiros “gauches”, negocistas e pilantras.

domingo, 28 de setembro de 2008

A MAZORCA "DEMOCRÁTICA"

Enquanto os “Patifes Ilustres” do Supremo cometiam o superior compadrio, afronta institucional e corrupção à decência, jurisprudenciando-se em confirmação ao nepotismo para um psicólogo (“Ali passa contêiner”) experto em transportes marítimos, terrestres e aéreos no Paraná, “Patifes Ilustrados” do Paraná negociavam o nepotismo local no Tribunal de Contas para um pára-psicólogo em educação física em troca de empregos para as carentes mulheres de altrano e beltrano. Tudo em famiglia: Avanti Paraná, avanti Brasilis!
Aquele “patifes ilustres” federais não sabiam do desliga Paranaguá‑liga disponibilidade secretaria-especial do Dudu‑pós religado na Secretaria de Transportes? Continuaremos sujeitos a mares e gilmares, jobs jobins, malacachetas e xistos e seus lances na hermenêutica político-institucional? Quanto a esta província, pois não é o Alexandre Cury que assere poderes e nomeia delegado (como fazia o capo de capo, seu avô Anibal, no Banestado, delegacias, cartórios e outras casas de tolerância)? E assim se asserta o baralho enquanto o Diabo pisca!
Quanto a tal, o Haras de Alcides Côltri em Almirante Tamadaré (aquele mesmo que foi grilado pela quadrilha Anibal Cury e o seu benefactor Bebeto Requião transformou em Museu e Memória das Negociatas (confortando seu amigo, assessor político e confidente Alexandre Cury) e agora está sendo preparado como nosso simbólico “11 de Setembro” da administração Mello e Silva. E, ao mesmo tempo, aquele rapaz promitente, Marcelo Almeida do Detran (cujo pai financiava a “política de pedágio” de Requião) continua alimentando nos balbucios da noite o seu Clube Político de Mefistos (a nata da inteligência política) à rua Mateus Leme, onde passam em revista o que ai se passa por esse reino de Massaranduba e Algures.
Em tempo. O boi de piranha “Reitor Moreira” só agora descobriu que o jogaram “numa fria” e seu padrino político já vai espalhando que “ele é uma decepção”, “um incompetente”; “culpado de impedir” que o gênio cavalariano do Atuba lançasse o Rafael Grecca a prefeito (Com aquele mesmo cinismo com que chamava o colega Vitório Sorotiuk de “caffoni”, o Romannelli de se haver mal com negócios imobiliários e o vice-governador Orlando Pessutti de “pouco apto” ao exercício, e de ter sido horrivelmente changeado nas últimas eleições pelo TRE).
Como a história dos “Patifes Ilustres” daqui e alhures ainda esta no entreato, deixo à fervilhante imaginação de gigantes políticos, feiticeiros ideológicos, barbeiros a domicílio, massagistas noturnos e alegres saltimbancos essa enorme expectativa e a impagável esperança.

sábado, 27 de setembro de 2008

MEMÓRIAS

Recebida de Carlos Silva

MemóriasCom a morte do Lamartine, grande figura humana, o Edésio assumiu o trabalho de respaldar juridicamente os movimentos urbanos de ocupação e com este deixando está atividade para se deslocar para as atividades junto ao movimento sindical quem assumiu como advogado do movimento de bairros foi o Roberto Requião, que retornava de Foz do Iguaçu aonde havia falido a filial da Loja Nacional.Ele foi apresentado pelo Edésio aos militantes lideres de ocupação Cesar Pelosi, Barbosa, Jairo Graminho e o Pedro Chávez entre outros.Em cima deste movimento cuja tutela herdou ele constrói as bases para oportunisticamente se lançar a candidato a deputado estadual.Dentro do PMDB, pois está história de ter sido do "MDB velho de guerra" é uma falácia, ele começa o projeto de tomar a agremiação, que também não havia ajudado a construir no período mais negro da ditadura, de assalto e lentamente para não despertar a atenção dos antigos dirigentes paridários começa a filiar moradores das comunidades carentes ao partido.Já como deputado e com o apoio de setores da esquerda ainda abrigados no PMDB lança as bases de um projeto de poder para a sucessão do Maurício Fruet, sendo o grande mote o transporte coletivo.É fixado um pneu na parede de seu gabinete na Assembléia e com o apoio técnico do Germinal Pocá começa a desvendar os custos das planilhas do transporte municipal.Com este gancho e mais a estrutura do movimento social começa a projetar o seu nome criando fatos midiáticos.Usando a militância social para as filiações assume o controle da maioria dos filiados ao PMDB e derrota o candidato do José Richa na Convenção municipal do partido em Curitiba.Como candidato respaldado por intelectuais de esquerda utiliza uma corruptela da teoria da GPP (o cerco das cidades pelo campo) aonde o centro seria cercado pelos bairros e usando todo tipo de estruturas populistas, até as paramilitares, consegue derrotar o Jaime Lerner, candidato da extrema direta.Chegando a Prefeitura começa logo de cara a romper com a estrutura social que o elegeu e assumir os compromissos empresarias com os setores que antes combatia, sendo o maior exemplo o não cumprimento com a proposta principal de ruptura com a estrutura empresarial ligada ao setor dos transportes de massa, aonde em vez de uma revolução faz pequenas reformas para iludir o povo que o elegeu, já que o "maior feito" foi o de cunhar os vales transportes com o próprio símbolo da gestão.Logo a pós a eleição ele que antes estimulava os processos de ocupação urbana começa a coibir os mesmos, pois alegava que já que ele era o poder a questão habitacional agora seria resolvida de forma pacífica, o que não ocorreu, pois a fila da COHAB continuou a aumentar assustadoramente.Em vez de moradias decentes como havia prometido começou o processo de "maquiar as favelas", pois as principais obras que ocorreram nestas comunidades foram realizadas pelo governo José Richa e não por ele, tal quais o direito ao acesso a água encanada e a luz.Outra proposta era de levar o saneamento a periferia, o que virou uma fonte de grandes desperdícios de recursos públicos com a implantação da "canalização minhoca" do que antes eram as valetas, sendo estas feitas sem nenhum critério técnico pelas regionais comandadas pelo nepote Maurício Requião, pois a Prefeitura montou a fábrica de manilhas e estas sendo retiradas dos depósitos sem estar totalmente prontas, pois o tempo necessário para a secagem não foi respeitado, acabavam já em grande parte sendo destruída no processo de transporte e na colocação.A colocação das mesmas eram feitas pelas próprias comunidades carentes e cada uma "fez do seu jeito", o que acabou por gerar uma estrutura de canalização sem respeito ao nivelamento das tubulações e estas em pouco tempo estavam entupidas.A idéia que tinha sido vendida era de que o que estava sendo feito era esgôto, mas não era, pois estas galerias não levavam a nenhuma estação de tratamento, portanto não passando de meras galerias de água pluvial sendo usadas de forma errada pelo poder público, já que a poluição de nossos riachos e rios pelos dejetos domésticos continuou a ser uma realidade.Com as creches e demais equipamentos sociais não foi diferente, pois a qualidade dos prédios construídos eram péssimas do ponto de vista funcional como da durabilidade dos mesmos, que foram pessimamente equipados e as equipes de funcionários tiveram de apesar de estarem mal preparadas assumir cargas de trabalho desumanas, pois nas creches uma babá tinha de assumir até mais do que 30 crianças, o que as levava em pouco tempo a necessitarem de acompanhamento psiquiátrico, sendo que nas escolas municipais e postos de saúde ocorreram o mesmo.Desta farsa de processo aos outros maiores foi só um passo!Já na Prefeitura ele amplia o seu leque de alianças com os segmentos empresariais ligados a obras no setor público e com os burocratas travestidos de servidores a eles ligados.Em vez das velhas lideranças populares (sindicalistas, presidentes de associações de bairros, ambientalistas, membros de partidos de esquerda, etc.) ele começa a se cercar de empresários, políticos reacionários e da técnico burocracia e os "antigos amigos", já que não sei se ele cultiva este hábito de ter amigos, começaram a serem dispensados, a sumirem de sua volta.Com os antigos lideres do PMDB aconteceu o mesmo, sendo a maior ingratidão e traição cometida por este pretenso estadista o abandono do Maurício Fruet a própria sorte, assim dando d presente a eleição a Prefeitura ao Jaime Lerner.O projeto para chegar ao governo do Estado passava pela direita e ele aos poucos foi se afastando do antigo discurso pseudamente popular, mas sim populista, e falsamente assumiu a pretensa pose de um "estadista de centro".Começa o discurso do "Paranismo Acima de Tudo" em substituição ao do "Curitiba é Requião Irmão".Saindo do cargo de prefeito ele é abrigado pelo Álvaro na SEDU, onde começa a alavancar a sua candidatura a governador usando a mesma estratégia que antes tinha usado em Curitiba ao investir em cima neste momento dos diretórios municipais do Partido, pois já neste momento controlava uma boa parte do Diretório Estadual com alianças a direita, a esquerda e ao centro.Oportunista viu as contradições que haviam dentro do governo, pois o vice Ary de Queiroz que assumiria logo o governo era ligado ao grupo oriundo do PP e usando muito bem a sua rede de boatos conseguiu convencer ao Álvaro do risco eminente que seria o seu afastamento do governo para a disputa ao senado e este permanece governador.Destruir no processo de sucessão com as candidaturas ligadas ao próprio Álvaro foi uma tarefa fácil, pois o controle do Partido a nível regional já era uma realidade.Para se eleger governador usou e abusou de todos os estratagemas legais ou não que foram possíveis, sendo o "grande marco" o factóide Ferreirinha, que transformou o reacionário Martinez, que na época em que os fatos aconteceram era apenas um menino, no líder no comando de um grupo de pistolagem para o grilo de terra!Com o José Richa, o homem que possibilitou a sua vitória a Prefeitura, foi um grande canalha ao rasteiramente destruir com a sua imagem de homem público o uso de questões secundárias (aposentado, velho, etc.) tal qual anteriormente já tinha feito com o Fruet!Com discursos chauvinistas patrioteiros/paranistas calcados no populismo exacerbado fez um governo na prática técnico burocrático de centro, onde os grandes empresários deitaram e rolaram e entre estavam inclusos os grandes grupos de comunicação, que por verdes razões sofismaram sobre os seus atos de governo, assim transformando a trajetória de um governo que não chegou a ser mediano em uma "epopéia heróica".Saindo do governo, que novamente entregou ao Lerner, é eleito senador graças as mentiras e promessas feitas de cidade em cidade sobre o orçamento que iria deixar para o próximo ano, mas que não deixou. Nestes discursos mentirosos, que deixou o Mário Pereira em má situação junto aos prefeitos e candidatos, prometeu escolas, ginásios cobertos, estradas vicinais asfaltadas, meras palavras ao vento que ao serem posteriormente desmentidas pelo Mário causou a ruptura entre os dois.No senado por trás de um discurso pretensamente progressista, mas na prática falso moralista, a serviço do planalto detona com os seus antigos aliados Arraes, etc. provocando o escândalo das precatórias e com isto consegue acesso a mídia global com tentativa de alavancá-lo para a volta ao governo estadual.Com o instituto da reeleição, o que a nível geral considero que foi um profundo golpe ao processo democrático realizado pelo FHC, acaba por sair derrotado pelo lernismo na disputa ao governo.Na eleição de 2.000 volta a ser candidato a governador e aliado ao que existe de mais reacionário do ponto de vista do empresariado (Paulo Pimentel, Xavier, Cecílio do Rego Almeida, etc.) e aliado a todas as forças políticas possíveis e antagônicas, o que hoje gera tantos escândalos, consegue retornar ao governo estadual para exercer mais um governo de fachada, onde se discursa para a esquerda e governa com a direita e subordinado aos seus interesses econômicos (farsa da luta contra o pedágio, escândalos na SANEPAR e no Porto, etc.).Na reeleição, de salto alto, não consegue ver a amplitude das alianças contra o seu governo (mídia, agro negócios vinculados aos transgênicos, etc.), que estavam aliados ao seu ex-pupilo Osmar.
Para poder reverter à derrota teve de transformar o atual governo em uma coisa mais medíocre que o anterior, pois hoje na sua máquina existem mais ex-lernistas do que restaram de lernistas ao lado do próprio Lerner!Ao Povo e aos seus interesses estas alianças pela governabilidade custam caro!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

SALVANDO O PMDB

Desde ontem (25-9) Roberto Requião se encontra no Norte Novo (Londrina-Cambé-Maringá, depois Cambará, juntamente com um deputado.”abre alas”.) e Orlando Pessutti (com Romanelli) no Velho (Jacarezinho, Cornélio Procópio, Bandeirantes e adiante), tentando reparar os estragos dos últimos anos quando foram transformando o “MDB Velho de Guerra” numa extensão nobiliárquica da paranóia ideológica e caudilhismo político do retórico tribuno que centraliza a política paranaense; em memória do Pai, do Filho e do Espírito Santo ‑ aquele mesmo que se aproveitou do equívoco político deixado pela dupla José Richa‑Álvaro Dias, depois agravado pelo oportunismo de Màrio Pereira; para enfim criar um estamento político a sua imagem e semelhança.. Esse saldo só não “conhece” quem tem cargo em comissão embrutecido com a retórica funambulesca do gênio da Loja Nacional. O PMDB de Requião, Xavier, Arruda e Alexandre Cury se aproxima do fracasso e do fiasco-asco. As últimas eleições não lhe serviram de escarmento pois ele é autocentrado.
Requião tenta restaurar o que ele mesmo foi destruindo ao longo de sua carreira numa base política peemedebista e de “alianças programáticas” com Anibal-Alexandre Cury, Dobrandino‑Samys‑Iatauro et cia, e na esteira de seu narcisismo-paranóico e aventureirismo eleitoral, a culminar com a sedução do “Reitor Moreira” para, ao menos, “deixar mais um nome ilustre” sob sua clientela político-eleitoral. Agora, sua eventual candidatura ao Senado Federal, como salvação pessoal e famíliar, já está derruída pela instabilidade emocional e imaturidade personal, com que ia conseguindo esconder da “esquerda comissionada” usando discursos eloqüentes em alguns atos democratizantes à esquerda e desastrosos retornos de apoios e negócios, com retribuíções, inclusive aos financiamentos eleitorais de Cecílio Almeida, e o aditivo de pedágio da Lapa além de outras decisões suspeitosas.
Resta comprovado que a publicitária campanha do burocrata-herdeiro Roberto Richa venceu a publicitária campanha do herdeiro-burocrata Roberto Requião de Mello e Silva, os dois posando de especialistas em marketing político, a tripudiar sobre a inteligência da Região Metropolitana e do Paraná, embaindo anseios de explorados e oprimidos.
Somente um “maquiavélico” acordo jogando Beto Richa contra Gleisy-Bernardo e contra pela ordem, Alvaro bodoque Dias, Osmar Dias paspalho e Rubens Bueno, seu concorrente ao espelho de narciso, é que poderia reconstruir-lhe oportunidade de ser o dito que o Benedito afirma que ele é. Ufa! “Que tristes são as coisas consideradas em ênfase”

sábado, 20 de setembro de 2008

O MAGMA POLÍTICO

Diz um antigo brocardo: a quem aproveita, sujeita! Por outro: a coisa é o que parece. Terceiro à Lênin: se assim pratica, então conduz! As três expressões dialéticas de aparecer e ser são também três oxímoros populares (embora os ingênuos só admitam contradições quando não as percebem. Perdão, os penitentes de esquerda, idem). Ouço vozes exaltadas contra as lógicas políticas do que aparece nesse eleitoralismo ‑ os acertos de legenda não são (só) coisas do caráter dos dirigentes de partidos e movimentos sociopolíticos; aproveitam a eles. Bingo!
Qual a razão central que levou o PPS, o PSB e o PDT a se filiarem às correntes de direita em Curitiba e o PSOL e o PSTU a se colocarem à esquerda de todos os partidos “populares”, “democráticos” e “nacionais”. Estes, num gargarejar político construído em oposição à farsa política do PMDB do Rei Kião (discurso nacionalista‑prática oligárquica; retórica social‑prática personalista-familista; fala(cia) moralista‑negócios à parte) e ao PT do Paraná, descaracterizado de seus primados políticos pelo andreísmo-bernardismo, e evidenciado como o PT mais à direita do País. E aqueles, richistas na direita “de esquerda”, tudo à feição comissionada. Bem, tudo é sério entendimento do melhor processo eleitoral.
O PSDB e o Demo, que são partidos de representação de claros interesses econômico-políticos (e não abstrações enganosas), estão nadando de costas por causa da investidas das piranhas, atravessando assim o procelário de boatos e desavenças!.Vão tranquilamente porque têm uma só certeza: Gleise-Bernardo faz campanha pro governo em 2010, Beto Richa e Roberto Requião para o Senado Federal. Tudo à feição!
Voltemos ao ponto: “Tudo à feição” é simples aparência; e como o que parece como, assim se mostra é a coisa. Se assim é a prática, assim os fatos conduzem para onde? E o povo, o eleitorado, Mané? Bem... a quem assim aproveita, assim sujeita (o cabresto, ou o bom cabrito berra, depois?). Balir ou mugir é nosso direito de eleitor consciente.
E onde fica o pragmatismo da incaracterização ideológico-política? Bem... onde sempre esteve: à direita da esquerda e à esquerda da direita, aos aperreios e meneios: Se não puder fazer séria militância, se não puder participar do movimento social, ficaremos acusando o Dito e o Benedito. Afinal, o mundo de Deus é nossa imagem e semelhança?
E o Beto Richa, e o Requião e o Bernardo-Samek ? Eu não sei de tudo, mas o que eles terão a perder se “assim praticam e assim conduzem”?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

ORA, NOSSA CONSTITUIÇÃO!

Com a mesma convicção com que as leis e regulamentações constitucionais vêm sendo procrastinadas por um obstinado “compromisso com esse vazio legal”, o poder legislativo federal ataca “desvios de função” nas ações institucionais públicas e o descumprimento da estrita inferência legal nos processos e inquéritos criminais que afetem “personalidades públicas”. De Daniel Dantas a Heráclito Fortes e seus convictos.
Qualquer Heráclito Fortes (indigitado pelas investigações de corrupção), Marcelo Itagiba ou Jungmann sangra-se em saúde para crucificar a Polícia Federal e a ABIN (e, de fianco, o Gabinete de Defesa Institucional de Lula), na sucessão de fatos e compromissos desencadeados no inquérito Daniel Dantas e as correições Gilmar Mendes. Por “estranho” que pareça, como é que Heráclito Fortes preside uma CPI que trata dele mesmo? O que tem que ver Marcelo Itagiba com a “estrita aplicação” de investigações para averiguar e punir delitos de autoridade policial, tendo sido “chefe de polícia” sob permanente acusação de irregularidades? Esses são os investigadores, e os suspeitos serão outros que não Daniel Dantas e seus comparsas.
Os fatos? Daniel Dantas na cadeia, e então o ministro Gilmar Mendes no STF dirime na política institucional quem e como vai “em cana”; e no intermeio a Polícia Federal e o Ministério Público desfulanizam os acusados de crimes e corrupção, em vez de “personalizá-los” atenciosamente como exigem as práticas desta República com a subsequiosa e beneplácita hermenêutica do Supremo Tribunal Federal. Os fatos? Os delegados Paulo Lacerda e Protógenes Queiroz investigavam ações do dirigente do Grupo Opportunity, e como se defrontavam com o “poder real” da política (Daniel Dantas, seu grupo e comparsas podem comprar membros e agentes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de toda a imprensa “livre”), solicitaram (?) agentes da Agência Brasileira de Inteligência (organismo voltado a quaisquer investigações que envolvam a segurança nacional e de nossas instituições) para colaborar no processo.
As reações dantescas começaram no Congresso Nacional e se estenderam ao STF, para juntos pressionar politicamente Luiz Inácio Lula da Silva e impedir a continuação das investigações da PF que, atingindo o Opportunity, atingem “personalidades da República”, sócios, amigos e simpatizantes. Ao mesmo tempo, os grupos de pressão ameaçavam familiares de Lula como ativistas econômicos mal postos.
Para “pacificar essa Bolívia institucional” foi designado Nelson Jobim, famoso constituinte fraudatário, parlamentar ajeitado à divisão dos poderes, ex-presidente do Supremo e um sestroso e confabulante ministro de Lula.
Resumo: Os “patifes ilustres” deste mal-falado País (ou, simplesmente, a canalha política) contra-atacaram a sucessão de investigações sérias e isentas da Polícia Federal (a todas as investigações, inquéritos, escutas, processos) com o propósito de confiná-las às trivialidades, com a clara noção de que não devem “alcançar membros dos poderes

J'ACCUSE!

Ou o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres provam que foram objeto de escuta telefônica ilegal ‑ tudo a indicar, com objetivo reverso de desqualificar os procedimentos da Polícia Federal em (nesse ou em quaisquer?) processos por crimes de corrupção e prevaricação em que agentes públicos (entre eles, funcionários, parlamentares e ministros se tenham envolvido) ‑ ou devem ser não só investigados como processados na forma da Constituição Federal que eles dizem defender com entusiasmo cívico.
A cidadania da República, em seus plenos direitos, acusa o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de valer-se de seu cargo para tumultuar o processo em que é réu Daniel Dantas, falsificar provas para desnaturar o inquérito da Polícia Federal contra o capo do Banco Opportunity e de formação ilegal de grupo com o senador Demóstenes Torres e outros para intentar ações políticas ilegais contra o Poder Executivo e suas instituições.
E quando as perícias e laudos técnicos estão apontando a impossibilidade material de terem existido os alegados “grampos”, o cidadão-advogado Gilmar Mendes passa a desviar as atenções sobre seus procedimentos escandalosos, com enfáticas acusações de que a ABIN não pode colaborar com a Polícia Federal “em inquéritos criminais” (notadamente contra Daniel Dantas?). E, então, a sua mentira passaria a ser fundamentada? E acrescenta agora o titular da presidência no STF, especulando desmedidamente: “Há o risco de se formar uma ‘inconstitucional’ superpolícia’” (ou um superministro do STF a serviço próprio?).

terça-feira, 16 de setembro de 2008

VITÓRIAS DE PIRRO, DERROTAS DE LÊNIN

Pirro venceu “vitórias” que eram derrotas; e Lênin perdeu “derrotas” que foram vitórias. Da dialética, vivemos; porém como a idiotia pode obscurecer ‑ e com certeza escurece a razão ‑, explico esses paradoxos: Ações políticas têm determinado fim, definido e obfirmado, mas o seu contexto nos informa de suas aparências e dimensões reais; para quem sabe ler.
Não tratemos de Pirro, de quem se presume conhecer a história. Tratemos de Lênin, da dialética histórico-materialista, do marxismo. Quem imaginou que uma estratégia política, uma revolução ou um sistema econômico-social inovadores fossem movimento de uma simples decisão, uma linha, um caminho firmado é um sensitivo delirante ou intelectual confuso aprisionado à “metafísica da ordem e do caos” ‑ onde separa “o certo” do “errado” para ficar com o seu duvidoso porque não entende de classes sociais, vida econômica e política e suas sínteses políticas datadas.
Quando a dogmática do “marxismo burocrático” impôs a crédulos e oportunistas que a revolução num só país,1917-1967, (*ao fim da Era Kruschov-Breznev) se estava consolidando (*porque, principalmente, seus “inimigos extrínsecos” se tornavam cada vez mais nítidos), o processo dialético marxista fora estuprado por esse oportunismo burocrático-estamental-“marxista-stalinista”. A maioria dos “marxistas revolucionários” não se dava conta de que “revoluções também são realizadas por etapas sob contra-revoluções externas e internas”. Assim, as “derrotas” marxistas revolucionárias” não são “vitórias de Pirro” e sim processos dialéticos inconclusos. A acreditar ‑ como eu ‑ que “os processos políticos socialistas” são afirmações políticas dos trabalhadores e de sua razão social-produtiva, que podem aglutinar as classes oprimidas e exploradas, até vencer algumas lutas político-institucionais impondo novo sistema econômico-social, mas seus intentos de poder e realização não erradicam de vez a propriedade privada e uma sociedade de classes em suas práticas produtiva e social. E se isso não se tornar muito claro é porque lideranças contra-revolucionárias e reacionárias se apropriaram da condução da revolução (Vide Stalin e os “expurgos de 1937/38” e a repressão policial exacerbada desde então. Seguida da “restauração política burguesa de Kruschov-Brejnev até a dêbacle Ieltsin-Gorbachov-Putin)Destarte, se me concederem o direito de pensar e opinar com fundamentos, as invariantes dos revolucionários de cátedra e as posições dos dogmáticos de ofício e dos seguidistas na política ao dia, devem ser radicalmente acrisoladas na discussão e no debate políticos, para assim fortalecer o compromisso fundamental de classe e com sua revolução. O resto é retórica e maledicência de que se valem metafísicos embuçados, oradores de ocasião e os eternos oportunistas que se organizam à sombra e a pretexto do processo político real

DIREITA, VOLVER!

A classe média a prêmio (estipendiada pelo Erário público e crescentemente vindicativa) e sua agressiva burocracia institucional se alçam contra Evo Morales, Rafael Caldeira, Hugo Chávez, Tabaré Vasquez, Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva. E em qualquer lugar em que as reformas econômicas, sociais e políticas estejam em pendência, os grupamentos estamental-fascistas impõem seus privilégios de “elite social e política”, mas na verdade mascarando a grande “causa final” do verdadeiro poder econômico-político multinacional que a alimenta. Juntamente com setores da burocracia de Estado, atacam as reformas econômico-sociais em suas políticas públicas e bloqueiam uma divisão social de rendas. Ela é a massa atuante reacionária contra não só alguma revolução político-militar (o que alega para conhecidos golpes de Estado em todos os países do mundo e da América; para nós, mais sensitivamente no Cone Sul), mas a mudanças estruturais do sistema produtivo e social.
Todos os países globalizados pelo imperialismo temos essa dolorosa experiência, em que estão agora sitiados Evo Morales e Hugo Chávez. Nossos países (re)democratizados continuam sofrendo essa pressão e esse abuso, que vão chegando rapidamente ao desmonte constitucional como na Venezuela e na Bolíviae, sempre iminentes, em qualquer parte em que a CIA e seus sócios internacionais e nacionais insistem na conservação de privilégios de juros, câmbio e comércio; e no reconhecimento de que a aristocracia mundializada é a condutora da “livre” democracia formal-representativa.
Royalties, dividendos e juros advindos das riquezas nacionais, agora destinados às reformas por Evo Morales, estão no centro da questão política, porque uma “elite” da nobreza altiplana, essa escória de especuladores, fraudatários e argentários transnacionais, pretende conservar a “sua Nação”, a “sua República”, a sua “livre-determinação democrática””. E para isso, contam com a “Imprensa Livre” da América e a “mediação política” dos seus vassalos na OEA. Trinta anos depois da “Operação Condor” poderá surgir a “Operação Abutre” e seus gusanos.
Seu “capo” de sicários não é Leopoldo Fernández (de Pando) ou qualquer outro mercenário institucionalizado nos departamentos da “Meia Lua”; é o embaixador dos Estados Unidos da América e seus comparsas da CIA na Bolívia. E, expulso o chefe nominal, ficaram outros, muitos nas instituições públicas superiores (embuçados nas forças armadas e no judiciário, porque os do legislativo já são conhecidos).
Lutar por políticas nacionais justas e oportunas deve ser a base da unidade nacional e das classes sociais oprimidas e exploradas em cada país, construindo assim uma ponte da unidade política nas Américas e no mundo. Enquanto isso, divulgar e esclarecer é preciso.

domingo, 14 de setembro de 2008

ESPORTIVIDADES

Qualquer tema tem seu corte empirista-subjetivista e sua perspectiva sócio-política; e se um não se estorce no outro, pode integrar-se. Fui jogador medíocre porém atento, então, umas questões preliminares - Em quantos segundos Ronaldinho faz 100 metros? Como está a “explosão”, movimentação e agilidade de cada um? E, assim, qual a relação altura-peso-massa muscular dos jogadores? Eles têm feito exames biométricos, de dinâmica e funções musculares? E sua parte emotiva (porque essa imagem de aponia e dispersões) Que diabos, o que vemos em um Ronaldinho atleta? A alienação e o medo.

Desprezando Dunga, como vão os demais (anões?) seleto-desorientados? A seleção brasileira vem sendo vexame não-ocasional; tanto quanto reconhecemos alta qualificação técno-atlética na maioria desses jogadores. Até o presidente Lula (de quem não tenho procuração, mas se sabe ter espírito crítico e ser apaixonado pela bola) disse o que todos sabemos: se é esse sistema e jeito de jogar, a “escola brasileira faliu”; e nossos jogadores só podem aprender o jogo lá fora. Tanto bastou para que Ricardo Teixeira se distraísse, Dunga atribuísse tudo às emoções do destino; e um imbecil escoiceasse o presidente Lula com uma frase burra: por que não se nacionaliza argentino? Se não duvidávamos da condição atlética de Júlio César, teríamos agora razões de duvidar da sua higidez mental e compostura social: como goleiro pode fechar o gol mas abre a boca só para dizer exaltadas sandices, com pruridos de “pop star”?

Só um cretino poderia ignorar que falta para cada um dos jogadores da seleção noção clara de funções e reciprocidades, e, além de orientação, empenho nos jogadores da seleção brasileira. Porém, nessa maioria sobra-lhes efeitismos e maneirismos. Ninguém está obrigado a vencer mas a justificar responsabilidade baseada no encargo.

Admitindo certa ($) inapetência dos técnicos de seleção e de suas idéias de organização tática, somadas com pouco tempo disponível para treinos e determinação das funções a cada membro da equipe (há semelhanças com os treinadores de times, que esquecem o brocardo de Oto Glória: Movimentem-se! Quem desloca recebe, quem pede tem preferência?). Onde objetiva verticalidade na ação direcionada ao gol?

Fiquemos por ora apenas em Ronaldinho, como padrão e exemplo: Cena 1: Se não falha a memória, aos 27’ do segundo tempo contra a Bolívia, Ronaldinho livre a 8 metros da meta (bola na área, “sobrando”), em vez de atirar a gol, a devolve infantilmente para o “bolo” de jogadores ao lado.Cenas 2 e 3; nesse e em jogo anterior: em mais de uma oportunidade, em vez de disputar com drible, ou sem ele, para ultrapassar o adversário em direção ao gol, surge-lhe insegurança e inibição que o levam a derivar em dribles e “gratificar-se” em passes. Quem quiser fazer análises, decomponha os momentos de Ronaldinho durante os últimos jogos, em sua atitude tímida em relação a investidas diretas a gol. Depois faça o mesmo com os nossos demais “grandes narcisos” do Olimpo

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

ORTODOXOS X OPORTUNISTAS

Ter princípios é fundamento do ser social, porque já é princípio esta ortodoxia (não heterodoxia!) da responsabilidade coletiva de classe; dela decorrendo uma práxis (não duas ou três). Não há heterodoxia de princípios revolucionários concretos, como não há de filosofia, posição e atitude políticas revolucionárias de classe. O que pode haver são análises e avaliações variadas a respeito dos fatos sociais, ações e comportamentos, à espera de uma confirmação prática (o critério da verdade política ainda é a prática social).
Pode haver discordâncias e até heterodoxias ‑ entendamos: justificadas, às claras ‑ apontando objetivos, linhas e (táticas) políticas; subordinadas aos interesses de classe e não a conveniências pessoais e de grupos. Dai por que “contradições” de forma e método podem dissentir “em quase tudo”, menos em nítida identificação de classe social e em sua estratégia política (proletária, que não comporta inversões oportunistas). Para quem queira assumir e manter essa posição filosófica e política.
A nomeação de “Partido dos Trabalhadores” é conceitualmente revolucionária, das classes trabalhadoras tendo por eixo o Trabalho em sua oposição ao Capital. É uma certificação política revolucionária, e algumas “digressões petistas” sobre “socialismo”, “revolução” e “eleitorado”, “brasileiros” não passam de fraude político-filosófica. Aqui não se trata de primeira, segunda ou terceira via socialistas, à Blair, Brandt ou Dirceu, ou dos frades cristão-marxistas e dos socialistas de casaca. Porém não se incomodem: não fui eu quem inventou isso, nem os paradoxos filosóficos e políticos.
Agora, se a dita democracia representativa nesta sociedade de classes instiga a desnaturar qualquer representação de classe trabalhadora para transformar-se em um “coletivo extraclasse” de cunho sufragista, esse desafio é para quem pode e sabe assumir. E mesmo fosse um convite a uma “política de frente” (se fosse o caso de aceitá-lo) haveria que resguardar a estratégia do trabalho (ou proletária, se preferir-se) e não entregar-se às mãos de uma pequena burguesia “revolucionária” (que insiste na disfarçada divisão social entre o pensamento e o trabalho produtivo, o conhecimento e a prática social, entre o saber e a ação coletiva, a operação intelectual e a físico-mental). Como se fosse apenas uma questão “pragmática” ou conjuntural, de que o negociante sem norte e o empresário sem energia pudessem dar conta. Ah! os oportunistas...
Entrementes, a adesão política a uma corrente social concreta, seja à direita dirigida por Fernando-Henrique ou Serra e Artur Virgílio, seja “à esquerda” dirigida por Luiz Inácio, José Dirceu ou Mangabeira Unger, é assunto de cada um, cobrando ou não compromissos objetivos com uma “revolução do trabalho” ou alguma “causa progressista”. E até compreender isso viveremos a conveniência e oportunidade do praticismo sem princípios e adesismo a qualquer preço. Com direito a acenos e apupos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

PSYCHO BRASILIS

Do meu sobrinho Alex, que vive em Bruxelas.
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Caros;
ainda meio atordoado, volto de 1 mês no Brasil lamentando não conhecer
mais sobre psicologia, psiquiatria e psicanálise para expor melhor
impressões e sentimentos que acumulei neste mês (além da diária terapia
que preciso para discernir o que é hoje em dia para mim este senso de
"pátria mãe", ainda, de alguma forma, chamada Brasil, que felizmente ou
infelizmente ainda me prende freudianamente a este país).
A questão é que, desta vez, me assustei com o Brasil. Sei que muito do
que vi e sentí já existe há muito tempo mas tive a impressão que o
momento político, econômico e social que passa o Brasil atualmente,
entre outros com a queda do PT (última esperança!?) para um
"centro-direita" terceira via estilo Tony Blair, a possibilidade de ser
Arábia Saudita com o pré-sal, a corrupção sistemática do judiciário e a
reinvenção agro-business do superávit primário, isto e muito mais tem
ajudado a tornar sintomas mais extremos.
Além de Erich Fromm, não são poucos os autores na psicanálise a cogitar
a possibilidade que processos patológicos descritos por Freud possam
existir também, ou até serem provenientes, de grupos, classes ou
sociedades. Além do que, muitas das idéias de Marx, Lacan, Foucault,
Deleuze, Guatari, entre tantos outros, "jogam" com esta possibilidade.
Sei também que existem as críticas a esta visão pois seria necessário
dizer que uma sociedade ou um grupo de pessoas podem ser um organismo em
si com uma psiquê própria. Deixo a discussão para os que entendem mais
do que eu do assunto e me resumo apenas a dizer que a impressão que
tenho é que as classes de média a alta do Brasil estão entrando numa
fase avançada de neurose psicopata que se agrava relativamente à
ascensão econômica.
Se alguém se perguntou o que aconteceria numa sociedade onde o fetiche
pelo dinheiro criado pelo capitalismo se encontrasse com uma economia
crescente, com uma falta total de divisão de renda e com a possibilidade
real e fácil de, literalmente, comprar qualquer entidade um pouco
reguladora (como o poder judiciário, por exemplo, chegando até ao
Supremo Tribunal), se alguém se perguntou aonde esta espiral neurótica
pode dar, aconselho fazer uma visita ao Brasil!
Já chegando ao aeroporto do Rio, aprendí do "ascensorista" (sujeito que
aperta os botões num elevador para uma certa classe de indivíduos que,
me parece, são incapazes de fazê-lo) que ele trabalha em turnos de 5
horas dentro do elevador, sem ter o direito de pausa nem para ir ao
banheiro(!), para ganhar um salário um pouco mais que o "mínimo" de 450
Reais (180 Euros!). Aprendí também, logo depois, que, para se viver na
Zona Sul do Rio de Janeiro com 2 filhos numa boa escola, era necessário
ganhar à partir de 20.000 Reais (8.000 Euros) para ter uma vida descrita
como "razoável" pela classe a quem estes pertencem! Aprendí também, já
na capa de uma revista, que a Fundação Getúlio Vargas publicou as
últimas estatísticas que a "classe média" é hoje finalmente maioria no
Brasil. Por um lado, segundo esta fundação, é uma tendência que veio se
concretizando nos últimos 6 anos (por "coincidência" exatamente o tempo
do governo Lula!). Por outro lado, quem era "classe baixa" e conseguiu
se afundar em alguma dívida para comprar carro, ou geladeira, ou celular
foi diretamente catapultado para a "classe média", mesmo continuando com
o mesmo nível de vida de antes, ou, até pior por ter agora dívidas! Com
isso, nesta neura de ser catapultado para a classe acima, tanto os de
baixo como os de cima que querem sempre mais, tive a impressão que o
grande fetiche pelo dinheiro e pelo consumo estão ganhando a corrida
contra qualquer interesse outro que se possa ter na vida, qualquer
vontade de realidade não psicótica, qualquer vontade de uma real
sociedade...
Apesar disto sempre ter existido no Brasil, tenho a impressão que agora,
esta classe dos "20.000 prá cima", liberalisada para ganhar mais, mandar
mais e comprar mais, com gostinho de superávit na boca e já babando pelo
petróleo do pré-sal, atordoada com a "violência" urbana, a
desorganisação política e social e, tendo como desculpa a bagunça
nacional para deixar finalmente cair o "peso" moral ou ético de ter que
ter uma visão mais ampla do que seu próprio umbigo, entrou numa espiral
psicopática onde nada mais vale à pena e, já que nada mais vale à pena,
funciona ou pode funcionar um dia como sociedade ou país, o que vale na
vida passou a ser unicamente comprar, consumir, ter, brincar com sempre
novos brinquedos... um mundo à parte, excluso de qualquer realidade.
Estatisticamente, golfe foi o esporte que mais cresceu no Brasil nos
últimos anos!
Assim, como a classe dos "20.000 prá cima" é o exemplo para as outras
classes, o Brasil se tornou um país onde o dinheiro serve para o
indivíduo poder se extrair da sociedade. Extrair-se do transporte
público para o seu carro, extrair-se da escola pública para a
particular, extrair-se do sistema de saúde pública para o privado,
extrair-se até da própria cidade para os condomínios fechados e ainda
inúmeros outros "extrair-se" que não mais acabam. E o modelo segue para
as classes mais baixas, onde nos bairros mais "populares", há também os
condomínios fechados, escolas privadas, etc, para que, não importando
quanto você ganhe a mais do que a classe baixa, haja algo que você
possa pagar para também se extrair da sociedade que te rodeia. Depois,
quando políticos, que, por terem bons salários, também se extraem da
sociedade e não tem interesse em fazer com que os organismos públicos
funcionem, afinal de contas não há ninguém que interessa se usando
destes, chega o grupo dos extraídos que fazem a mídia nacional e ficam
reclamando por reclamar em jornais e tvs, sem nenhuma proposta ou
vontade de mudança, prá fazer bom circo, alegrar e aliviar moralmente o
país.
Enquanto isto, basta sentar-se 2 horinhas no aeroporto de São Paulo, na
sexta-feira à tarde ou no Domingo para ver a enormidade de pessoas com
raquetes de tênis ou tacos de golfe que passam pelo saguão. "Eles" foram
a Miami jogar enquanto "elas" foram a New York fazer compras!
As neuroses e o fetiche pelo dinheiro parece que se instalaram para
ficar, estão na mídia, nas conversas, nas livrarias (sempre cheias de
livros ou de auto-ajuda ou que ajudam a enriquecer!). O culto ao medo da
"sociedade lá fora", medo do outro e o culto à inveja e ao "EU posso
tudo sozinho" são a religião predominante. A psicopatia é óbvia pelo
individualismo exacerbado, eu, eu, eu e + eu = subir na vida, comprar,
brincar, mostrar. A psicose é voluntária para viver na exclusão social,
no mundo ilusório, no próprio fetiche, na própria alucinação, no
mundo-shopping.
Doutor, me parece que o Brasil vai mal!!!!
Porém, há esperança e está nos taxistas!
Hoje em dia, no Rio de Janeiro, grande parte dos taxistas são
diplomados, engenheiros, arquitetos, ex-microempresários, mestres,
doutores etc, que, dentro de estatísticas, já foram várias vezes durante
a vida catapultados para alguma outra classe, de baixo para cima, de
cima para baixo ou até em diagonal! Assim, cansados e desiludidos com as
possibilidades de ascensão de classe, com as possibilidades de se
extrair da sociedade, com as possibilidades de não ver e viver a
realidade eles cansaram também da psicose e da neurose. São as pessoas
mais lúcidas que encontrei. Obrigados a viver na realidade e vendo as
diferentes classes passar ou pelo banco de traz do seu taxi, ou pelo
pára-brisa da frente ou simplesmente ao lado da cerveja no boteco do fim
do dia de trabalho, eles são a classe média desiludida da ilusão
capitalista e, por consequência, uma possibilidade real para além das
classes baixas, infelizmente ainda surradas demais para se levantarem,
de construir uma realidade sadia.
Que bom seria se "taxismo" fosse contagioso!!!!
abraços;
alhures;
alex.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Vereador está sendo um despachante da prefeitura municipal e um adsorvente descartável na intermediação do prefeito nos bairros e subúrbios. Em vez de ser um delegado dos seus eleitores, está sendo um negocista político em proveito próprio como agente de um obscuro grupo social. Defeito de pessoas ou do sistema? Dos dois, principalmente do sistema, e, enquanto os meios de comunicação social forem agentes do poder econômico e desse “poder público”, a “galera”, a “patuléia”, a “escória” de voto à mão vai continuar chancelando cargo e poder ao João Derosso, ao Mário Celso, à Julieta, ao Bernardi, ao Camargo, ao Feltrin e a qualquer Rodrigues que a partir de seu cargo em comissão pleiteiam ser despachante do patrão, pois assim continuaremos brincando de democracia representativa. Façam o jogo, senhores! E paguem o “barato”!
Então, o que chamam “esquerda” embarca nesse jogo da direita? Como é que democrata, republicano, socialista ou comunista fazem esse jogo e até usam as mesmas armas político-ideológicas que o poder burguês capitalista sofisticou como fosse expressão da liberdade individual e coletiva, da tal “igualdade jurídico-política” e de sua propalada igualdade de direitos, meios e oportunidades? Quem foi que apagou a luz?
Teoricamente, as eleições comunitárias seriam a expressão do voto qualitativo que os eleitores podem alcançar. Tais eleitores conhecem os candidatos da sua comunidade e, ainda que o poder de classe seja marcante na força e no prestígio de proprietários, dos titulados e dos ricos, vêem suas atitudes e condutas no dia-a-dia, por sua observação e pelo consenso dos vizinhos. Seria esse tipo de eleição um “preço razoável” para tentar obter igual credencial na portaria onde Daniel Dantas a tem para entrar livremente até no Supremo Tribunal Federal?
Sei que os espertos vão me chamar de comunista heterodoxo, os melífluos me acusarão de oportunista, os apedeutas me inquinarão de delirante; e eu na verdade sei que revolver tal monturo é renda pra Cavo, reciclagem de ONG ou desespero de sobrevivência; e pessoas apontadas pelo IBGE como afluentes têm mais é que ficar amoitadas. Ou gritar “Afluente é o Rio Negro! Ou o Iguaçu, Ó!”.
Pois é! Como é que vamos nessa? Com o pragmatismo do clube de amigos e comissionados nesse “sistema democrático-representativo”? De máscara pra ninguém saber da nossa preferência; de guarda-chuva para evitar a tempestade de merda; ou, mesmo, pondo voto político em quem aponta para o desmonte da quadrilha e seu sistema; e voto ideológico para quem levanta bem alto a bandeira vermelha (não cor-de-água-de-rosa) do esclarecimento? Então, estamos assim: os atuantes lideres de esquerda privatizam as empresas estatais, público-privatizam as atividades públicas, pedagiam as estradas, bolsa-valorizam o capital-trabalho, mancomunam as instituições públicas e, ademais, discursam que a verdadeira liberdade nacional-popular é o aceite de mercado somado à estratégia nacionalista dos grandes negócios multinacionais.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

QUEM GRAMPEIA QUEM?

“As leis vêm de ti, e a guerra também vem de ti. Em vez da paz, os superiores fazem a guerra contra seus subordinados. Trazem na boca palavras de paz e de ordem, mas seu espírito é um espírito de violência”. (Na concepção nkundô, a autoridade deve ser suave, tranqüila, respeitadora da liberdade, em uma palavra, paternal: (provérbio Mongo, Tanzânia, Coletânea UNESCO, Edição “Conquista”)
A sabedoria humana é mãe das leis que servem aos homens; mas a opressão política e a exploração econômico-social fazem legislação do desvirtuamento dessa serventia. A sociedade brasileira avança para um estado democrático de direito social, porém “os superiores trazem na boca a ordem e a paz mas fazem a guerra contra seus subordinados”, porque esta sociedade de classes é uma sociedade de poderes das instituições econômicas, políticas, jurídicas, burocráticas e militares; numa democracia tutelada por estamentos e seus privilégios.
Todos são iguais perante a lei. Que iguais e que lei? Iguais mas sem as mesmas condições e sem as mesmas oportunidades. Iguais em direito à liberdade e autonomia política até o momento em que nós subordinados somos suspeitos de crime, vigiados pela polícia, indiciados em processo e detidos para algum julgamento em processo penal. Arbitrariamente presos, algemados por periculosidades, enviados às masmorras porque não temos “confiança” para responder acusações em liberdade. A classe superior não pode ser algemada e tem direito a prisão especial; e pode delongar processos e opor-lhes tantos e sucessivos recursos.
Nos últimos 20 anos, com a redemocratização do País e a Constituição refeita por parlamentares ordinários e mesmo sob vigilância dos grupamentos fascistas remanescentes a 1964, os direitos individuais e sociais foram reinstituídos. Todavia, a democracia política não contemplou uma democracia econômico-social, permanecendo a tradicional divisão de classes e poderes de classes e estamentos que se apropriam das instituições.
Guerra contra o povo é esse arbítrio e arrogância de poder; quando existem duas leis: uma para os senhores e outra para o gentio; e também quando, no cumprimento da lei, juízes, meirinhos e policiais grampeiam telefones para escutar maquinações criminosas, prendem suspeitos e indiciados por atos ilegais, e têm, em nome da democracia, suas ações legais impedidas e os processos anulados

sábado, 6 de setembro de 2008

ELEIÇÕES: CURITIBA 2008

Nada mais emblemático das políticas públicas municipais desses anos de antimoneto (1970/1998) no Paraná, e no Brasil, do que o tumulto urbano de Curitiba ‑ onde como num ônibus-expresso” e em amor de mãe sempre cabe mais um. A canalha militar expulsou os camponeses das áreas rurais e os acantonou nas cidades à espera de futuro “milagre industrial”; a seguir fez uma “reforma agrária” de mentirinha; e desde Ivo Arzua a Omar Sabbag os tecnocratas do urbanismo exercitaram sua “criatividade” oportunista, inventando novos eixos viários com paralelas edificações “sincronizadas”, Curitiba virou uma festa de negócios especulativos e de criatividade autoritária.
(Já, Maurício Fruet tentou, com mandato tampão de dois anos, implantar um troleibus, mas José Richa só raciocinava espremido, e, para materializar algum desses projetos estratégicos, precisava de muita pressão política (enquanto isso, a “esquerda” só queria disoutar cargo em comissão e usufruir o poder!).
Com a era tecnopolítica dos sucessores de Omar Sabbag, tendo como oportunista-coordenador do IPPUC Jaime Lerner, os megaprojetos urbanísticos só nasciam de e para negócios imobiliários. Jaime Canet e seu grupo compraram terrenos no que seria a Cidade Industrial; e o IPPUC de Jaime Lerne projetou a preços escandalosos (com a cumplicidade da ditadura) a localização e os incentivos industriais para a “grande revolução modernizadora” da Capital. Entretanto, entre os grandes negócios lerneristas, o creme de creme, a pedra fillosofal foi o acerto dos transportes coletivos (fora troleibus, xô metrô!) entre a nova estrutura-eixoviária (com toda a especulação imobiliária), as estações-tubo e (aleluia!) a Volvo. Ora viva o “progresso inevitável” e essa esquerda boquiaberta!
Apesar disso, a capital do Paraná virou “pop star” porque as políticas fundiárias nas grandes cidades brasileiras nunca foram sujeitas a grampo no planejamento urbano e a cadeia para as quadrilhas de “urbanistas” como Jaime Lerner & Cia. E, de toda forma, certos negócios na administração pública favorecem grupos de amigos, incentivam o bem-estar de parentes ou encantam pela “invenção e criatividade”. Os estultos e os sabujos festejam o foguetório. E nas campanhas eleitorais o PT dos picaretas também pega dinheiro do pedágio e embarca nas aventuras e negociatas imobiliárias. Ora viva, então!
O simbolismo do que tem sido o “planejamento urbano” de Curitiba pode ser encontrado nos cartórios. Basta relacionar as mudanças de zoneamento, as obras mais destacadas e seu entorno e vizinhança com os “pré-compradores” e “pré-construtores” de edifícios requintados e shoppings; e as residências no Barigüi, na Conectora 5 e toda sua extensão Campo Comprido. Em cada “momento das decisões” do IPPUC o grupo de sócios e malandros se antecipava aos anúncios do “progresso” e reservava áreas, comprava terrenos, registrava plantas; fazia negócios muito maravilhosos. Uma foto da Rua 24 Horas, abandonada aos seus custos fabulosos, pode sintetizar esse impagável projeto Jaime Lerner.

SELETA POEMAS

Florilégio
Todas as palavras pertencem um vocabulário.Negaceiam, me fogem, refulgeme exsurgem, introvertas.
Não me aceitam, fingem.De tal fingimento, bolem:comigo se deitam, comigose perdem.São dicionários com sentidos esconsos;querem ser lavradas,lapidadas diametralmente escandidas peremptória ou afavelmente.Pertencem ao Moraes(Antonio de Moraes e Silva)a Cândido de Figueiredo a Caldas Auletea Laudelino, o Freire.Exceto Petená, Macê, Barbra e Roz,Evrei e alguma outra que flutua no céu da boca... Tantilá!E nunca foi ínsita no dicionário.Evrei há-de chegar à boca como cantiga contigo:Evrei, meu amor!Evrei, minha vida!Como cântico de cântaro fresco,Com-tigo e comi-go... Adeus!
Teu Nome
Como te cai o nome:uma transparência um manto uma armadura um engodo?
É talvez um sinal de amigo,uma herança uma tempestade emocional?Levas o teu nome por campos e caminhos.Passas amargurado,tu passas indelével e ele te segueou te puxa mordendo a lembrança.

I - As Facilidades
Um poema de facilidades nasce em agressão;faz-se de transgressão no suor da epiderme.Quebra a cara pra vestir sua máscara.
Um poema de facilidades mais fácil cuida da imagem:veste-se de petit-pois cuidando de carnaval.Faz-se no toucador,com make-up esconde as facilidades do poema.Musculação inerte sem cores nem bandeiras.
Ele perde sua substância em caminho. Perde-se.Perde o pulsare o frenesi da composição.Rende-se ao lay-out publicitário,em algumas frases de efeito.Um poema de facilidades apanha, costura qualquer matéria dó de peito, imagem e constrói em epigrama,certas lágrimas melancólicas.
Um poema de facilidades não é sebastianista;é traição premiada.Mas sendo obra fraudada não sofre acusação.

II - As Facilidades
Um poema de facilidades não bate tambores não dissemina ânimos.Sequer tem que ver contigo e comigo.É conta da alienação.
Em sua medida quer pendurar-se à parede em cores esfuziantes;gobelins e debruados radiosos enchendo os ares...Em seus guizos ele nos nega por seus sufrágios.
Um poema de facilidades nasce vitorioso por nossas debilidades.

III - As facilidades
Aparecem já vestidas de seus artifícios.Resplandecem de blips com brilho moderno e, até, fazem-se inteligentes.Curvam-se ao bom gosto e fazem sua curvatura com requintada elegância de ossos texturizados...É seu texto, assim,de alguma carpintaria e tanta excelsa valia.Vale mais,para quem caça epigramas para superar o tédio de sua arrivia.Para quem ganha,vai descosturando os seus dias,a quem se arruína com excesso de estima...

IV- As Facilidades
Antecedem o poema.Na sua faina de percussão estão por aí,na sua dialética emotiva como nós e vós nosco e vosco;é sua persuasão.
As facilidades substituem no sangueo estandarte possível.Põem-se em nossa boca ora como mordêncianas rascante papilas ou como anestesia,no palato adocicado pela falsificação.
Canción
Despacito por si
despacito no más,
despacito en si
despacito además.
Entienda-me se for capaz:
Despacito por si
despacito no más:
uma muchacha bonita
e um guapo rapaz
entraram adentro no mato,
ela na frente ele atrás;
pra eles bonito fato,
reclusaram-se em paz...

E tudo o que saberemos
é o ai, ai... que siempre se faz
Ai, ai, ai... ai-ai!... amor demás...
Ela se gemia de espanto
ele cantarolava loquaz.
O lobo uivava no campo,
no mato canoro o alcatraz;
a moça sacudia a trança
que ele agarrava por trás...
Pra quem abisme tal dança
toda fremente soando em fiesta...
pra isso recontei essa gesta...

Cantei o amor e... cantarei esperança:
Despacito por si
despacito por mim.
Despacito no más... sim
despacito además:
um lobo uivava no campo,
no mato, canoro o alcatraz.

As dificuldades
Um poema de dificuldades nasce, por assim dizer,sem jeito e sem começo.Não troca de mão,não empresta sentimento.
É uma coisa bruta,pressentida desde o pulso;forte e timorata.Afirmativa e envergonhada,derrama o pranto juvenil,essa ganga surda efêmera e suspensa como tremor de cabelos brancos.
Ela nos transpõe ao limiarde sentimentos,às vésperas da linguagem;aos muros da tensão onde a vida pode valer nossas astúcias.
Joeirar & Entrigar
Não estava eu a separar o joio do trigo,que o trigo já tivera consumido quando seu deu necessário.
Não estava eu a colher joios, ainda que joeirar seja sincero e exumar a cizânia importante.Porém os joios são só aparências e inadvertências;mas hão de se fazer úteis ditames.
Estava eu a dialetar que o trigo se planta ou não planta; que se imatura ou se floresce e engrana.Ainda que certas pessoas julguem que sempre hão de envilecê-las joios,na pureza dos trigais.E que o trigo,se colhe e bate e se recolhe e moinha com a mó que apolva sobre a pedra viandeira.
E que o pão não se formasem água e algum sale esforço humanopor infermento ázimo;ou fermento natural que azedae se faz mais acre.E talvez o joio tenha sua finalidade.
Ao trigo não só a fome abrasamas o calor das brasasassa nossa espera.E haveremos de comê-lo com feixes de joios para enfeitá-lo em vasos ou cântaros.E terão ânforas; no seu lugar lhe poremos água e não vinho porque não o temos.Todavia, hemos fome e não restam sequer vitualhas sobre a mesa;e ao chão está os pós e as sandálias daqueles que vieram comer.
Nossas faltas
Desculpem a nossa falha, mas eu não tenho coragem nem paciência.Até uso não sirvo.Minha tenças são poucas meus versos são parcos. Não tento mais serventia.João do Pulo perdeu uma perna meu pai, um salto na vida;Camões um olho meu irmão, a claridade de ida.O apontador perdeu o relógio,Maria, um filho prematuro;o supino perdeu a vergonha meu filho, seu nobre rumo. Shirlei perdeu o cabaço,minha mão está bem ferida.
Às voltas sou afeito em circunstância,arrostei-me em semicírculo,arremessei-me nesse currículo e com a conta encerrada soçobro em vida,escassa razão em agonia.

Pequena Elegia
Os homens ganharam seu pão podem comê-lo como o sistema os come.Podem amar em angústia,com amor e tristeza uma carga depositada crava seus ombros a nova marcha.
Podem gritar na noite como animais acuados sua indizível esperança.Podem comer o fumo banhar-se no álcool engolir a paçoca extenuar-se na enxerga povoar a fêmea de ruídose breves pensamentos.

Palavra e Espada
Pende à palavra uma espada com fio de vidro.Nasce tímida a palavra sobre a espada,e queima a boca a palavra em amargo sal.
Flora de perdido hilo em sereno vidro vai amanhecer depois.Agora é espada e seu fio de anúncio e olvido.
Ela tenta seu vôo expande a palavra seu ar de gorjeio.A palavra ameaça eu digo ameaça mas seu pássaro em perigo já não voa.Boca a boca ela resiste.A palavra em sua flora no espaço de suas ervasseu som puro e liberdade.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

DÉFICIT EDUCACIONAL

Enquanto a prefeitura de Curitiba e o governo do Estado apostam políticas eleitorais sobre a eficácia de seu sistema de ensino e a eficiência de sua preparação pedagógica, a tragédia da educação continua à vista. Anísio Teixeira e Paulo Freire ficariam horrorizados com as pedagogias usadas em seu nome.
Em primeiro lugar, agrupamentos de 10 até o máximo de 30 crianças e adolescentes é o recomendado para uma sala de aula, para que o processo de ensino seja eficiente, supondo que o(a) professor(a) seja efetivamente habilitado(a) (e comprometido(a)) com sua escolha e adesão profissionais. E isso seria apenas o começo de uma solução educacional. (Nas escolas particulares e nas classes ricas, o critério seria nada menos do que o preço.)
Todavia, nem as políticas públicas nem os sistemas de ensino e formação (educação) conseguem equacionar esse número “funcional” de estudantes numa sala de aula; porém assim mesmo reconhecem que o coletivo de alunos numa sala deve ser proporcional a suas condições culturais, psicológicas e de capacidade de atenção-concentração (vale dizer, quanto mais pobre e “desassistido” ou sem recursos culturais e estabilidade emocional, maior atenção e menor deve ser o grupo discente para obter mais atenção pedagógica. E isso nega essa massificação de que “há escolas para todos”!). Mas eles não “conseguem equacionar” essa questão elementar, porque preferem a propaganda de que a Unesco lhes reconhece o esforço (não a solução, mesmo porque as políticas da UNESCO são políticas de “boa-vontade” e estímulos).
Assim, secretários e assessores comissionados no geral não passam de pelegos oportunistas que, a serviço das autoridades que os nomearam, mentem para a população sobre a educação que lhe é oferecida e fingem preocupação com o sistema educacional, com as condições técnicas de ensino e com a preparação e eficiência dos professores e da sua burocracia política, pretendendo assim justificar essa sua formidável propaganda enganosa.
'''''''
Vide a seguir matéria translata que nos envia Nelson Padrella.

Olá, amiguinhos!
Isso é política.

Alvíssaras
Padrella
EDUCAÇÃO INFANTIL
queremos sua opinião

Professores de cursos de educação básica (público e particular) que trabalham com crianças de até 12 anos de idade, queixam-se de sérios problemas de diciplina de alunos em todas as esferas sociais, desde as crianças de familias e escolas mais carentes, até em regiões nobres de elevado patamar social. Muitos casos seríos de abandono da responsabilidade familiar para com a educação e a formação de seus respectivos filhos tem levado a um total desvio das funções básicas da escola. Problemas de violência, desvios de comportamento e ética distorcida de crianças em formação. Já foram constatados casos de crianças problemáticas que interferem no bom andamento dos trabalhos de educação dos demais colegas, agressões, distúrbios, a até casos mais drásticos como entrada de armas, drogas, ameaças a professores e casos mais extremos como mortes em plena sala de aula.

Por outro lado, pais preocupados com a educação de seus filhos tomam satisfações diante da escola, mas raramente participam diretamente desse processo educacional, entregando aos professores a tarefa da educação de crianças em temas e assuntos que são exclusividade e responsabilidade da própria familia no tocante á ética comportamental e de berço

Em debates constantes entre educadores, apontam como causa o abandono da responsabilidade dessas crianças para a educação apenas nas mãos da escola.

Alguns professores acham que diariamente na sala de aula deveria ter a presença de um dos pais de seus alunos em REVESAMENTO, ou seja: a cada dia, um pai ou mãe deveria dar um plantão na sala de aula onde seu filho estuda para cuidar do aspecto diciplina e comportamento da sala para que a professora tivesse concentração para a tarefa de ensinar, tendo assim inclusive um monitoramento dos próprios pais no tocante ao programa pedagógico e o aproveitamento educacional da escola de seu filho.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

NOTÍCIAS & INFORMAÇÕES

A imprensa globalizada (antes chamada internacional) distribui uma nômina (*) para seus profissionais, que ganharão mais realce e tantos pontos na carteirinha de habilitação quantas mezinhas recitarem nas informações do dia. Sabendo disso, as pessoas inteligentes compreendem como pensam e agem os “grandes veículos da comunicação social”, porém eu, infeliz obnóxio, sou presa de paroxismos cada vez que vejo o noticiômetro da GloboBandRecord,etc. (*Nomina: bolsa de fé, com patuás e breves para livrar o crente do mal; ademais, prego dourado dos arreios das bestas.)
Esse escapulário é para lembrar o jornalista de “não cair na tentação” de perseguir e tratar informações com critérios jornalísticos de real importância nacional e internacional. Daí por que as “notícias do dia” vagueiam das bolsas de valores longínquas aos acidentes naturais e escândalos do dia... Agora tá na vez o vento Gustav, esse furacão que estaria infernizando a vida dos brasileiros e ameaçando a paz mundial. Não dá pra agüentar toda essa ventania...
O Brasil atravessa continuada crise político-institucional como síndrome do processo de expansão capitalista e das demandas sociais em retraso. De algum tempo, as investigações institucionais (Ministério Público e ABIN) e policiais (Polícia Federal) têm incidido sobre conexões entre renomados especuladores e falsários e membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Toda vez que os “grampos” telefônicos vão de algum Lalau ao Legislativo e deste aos tribunais superiores e depois são apreciados como “bisbilhotice policial” sobre alguns “veneráveis”, a crise institucional se reacende: De Garibaldi a Gilmar e Lula. Resultado: o povo apóia as investigações sem privilégios; e os privilegiados reagem contra essas investigações. E os “patifes ilustres” acusam a polícia e a própria justiça sem corrupção de investigar, ouvindo (com autorização dos juízes) o que e com quem os especuladores e bandidos conversam; mesmo com os mais altos camaradas.
A crise do petróleo ultrapassa seus efeitos sobre as bolsas de valores e põe a sociedade mundializada diante de uma forte crise do capitalismo, com acentuados reflexos sobre a economia mundial e sua nave-mãe, os EUA. A crise do capitalismo não é crise da hipoteca imobiliária norte-americana. As reações dos oito países (mais) imperialistas é uma parte dela.
O problema dos “novos sudetos” na Europa do Leste (semelhantes aos que Adolph Hitler confiscou na Tchecoslováquia de 1938-39 porque ali residiam colonos alemães), avocado pela “Grã-Rússia” contra sua fronteira comum (Ossécia) à Geórgia, destaca-se como um novo contencioso da extinta Guerra Fria, com os Estados Unidos protegendo a “ocidentalização” dessa ex-integrante do “Bloco Soviético”. De um lado, a Rússia neocapitalista de Mevdev-Putin invadindo o território georgiano nas cercanias das fronteiras Geórgia-Turquia-Irã-Rússia; de outro o “imperialismo-ocidental-democrático-cristão”, sequioso do controle sobre a região fronteiriça e petrolífera.
Enquanto isso, os jornalistas brasileiros beijam o breve, esperando graduar-se em Nelson Rodrigues ou Arnaldo Jabur, com afeto e com estilo; sob a aprovação da nossa intelligentsia. Enquanto isso, a “grande imprensa” acompanha a força do vendaval alienígena na sua adorada metrópole.