quinta-feira, 9 de julho de 2009

CONFISSÕES LULISTAS

Alienações políticas de lado, esperanças desarrazoadas à parte, sempre tive de reconhecer no companheiro Luiz Inácio Lula da Silva a liderança social formada no duro combate da existência subalterna. Experiência no trato humano + intuição e coragem fizeram dele o ícone político proletário esperado pelos movimentos de massa organizada ‑ vinha preencher o vazio que o agitpropôs do Partido Comunista Brasileiro, na sua retórica revolucionária sem comando revolucionário e sem quadros políticos, espargiu pelas cabeças tontas da intelectualidade e do oportunismo sindical.
A formação do Partido dos Trabalhadores não tornou claro, entretanto, se a malícia da “Igreja de esquerda” por uma “terceira via” política frente ao apoio social conservador da classe média à ditadura militar havia feito suficiente advertência de que “no Ocidente” não haveria lugar para democracias “cristãs” regidas pela força do povo, Exceto tentativas em armas, então já superadas. Os rendidos pelo golpe e desiludidos de “organizações revolucionárias” se renderam: às comunhões pastorais salvacionistas e à agregação de centro-esquerda ora “revolucionária de massas” ora acenando com a “ascensão dos “trabalhadores” pela argúcia da fé,
Compreendemos:Lula não emburreceu; despiu-se da “coroinha”. A luta ideológico-política avançou e os liberais-conservadores aceleraram a corroer as instituições que sempre dominaram com alguma pudicície até o golpe; e agora às escâncaras com a cumplicidade do PT e sua nova classe de executivos. O PT e Lula, sendo sócios ideológicos da “primeira” e da “terceira” vias político-ideológicas tinham que cumprir sua missão: o “capitalismo social”, pequenas reformas capitalistas e o descaramento econômico-político público-privado. O poder político inteligentente sublimado.
Ao final, apascentar o gibão de Gilmar Mendes, ser defensor da corrupção de José Sarney e exaltar Nelson Jobim é demonstrar que vai chegando ao fim aquela ilusão trabalhista de 1980, como coroamento de alguma reorganização política do que restou do trabalhismo e do “revolucionarismo”. Agora vemos, Lula quer salvar a crise não as classes trabalhadoras da crise.
O besteirol que tomou a língua de Lula é a pá de cal da “terceira via proletária”.

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