quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A FESTA DA CARTOLAGEM

Um político qualquer propõe gastar RS$ 300 milhões para um estádio de futebol que poderá abrigar no máximo três (3) partidas da copa do mundo. Se for dinheiro dele, nada a opor; o restante Deus proverá; menos o dinheiro público municipal, estadual e, talvez do PAC. Nem De Gaulle nem Giorgio Napolitano podem dizer que o Brasil não é sério, mas nós podemos e devemos; e o povo do crédito de superespreds e fraudes, do consumo de porcarias, do voto em conivência aos populistas corruptos, do degenerado Big Brother, do dízimo para entrada no paraíso desses bandidos de igreja, e da festança para enganar sua própria estupidez; esse somos nós. Pois os picaretas políticos não criaram um Ministério dos Esportes para enganar nossos burros de que ração e espetáculo estarão garantidos.
Pode mudar de roupa, pode mudar de lenço, pode mudar de cuecas, o palhaço é o mesmo: nariz vermelho para nós que temos uma nação a organizar, um país a construir. O “clown” somos nós e o dono do circo não é uma qualquer sociedade do espetáculo, é essa oligarquia ao modelo mais opressivo e afrontoso.
Transformaram a espontaneidade do Carnaval de confraternização social e ele se trasmudou num elogiado espetáculo turístico para alienígenas, com o povo a curtir pela televisão. A sua vez, o futebol não poderia resistir às negociatas oficiosas (do Du Frois ao Teixeira, com as gangues dirigindo clubes e federações), coroadas com os “espirituosos” programas em que rapazes e mocinhas transformam a atividade esportiva em gracejos na televisão, rádio e imprensa, para encobrir os delitos. E, de vez em quando, a súcia de corruptos, negocistas eladrões aliados no poder público inventa um novo golpe na praça, com ou sem crise local e mundial.
Sediar a Copa do Mundo é conveniente para as negociatas e um ônus financeiro a ser pago pela população (que nem sabe como ela própria está ou anda, nem o que lhe custa). Todos os safados se lançaram a esse “belo esporte” de negociar dinheiro público para o circo esportivo ‑ com a pretensão do benefício turístico, a possível euforia dos alienados e a realidade do prejuízo nacional. E ainda se você sair de nariz vermelho num ato de contrição estará arriscado a ser achincalhado por uma turba dos homo loquax‑homo sacer e atropelado pela torcida do Big Brother.

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