sábado, 13 de dezembro de 2008

MUDOU A RAZÃO OU MUDOU O NATAL

A modéstia não permite pensar direito. Toda vez que faço o chamado “juízo de valor” me assalta uma leve desconfiança de que devo não estar sendo muito inteligente ou esteja fora já de meu alcance cotejar dialeticamente nas contradições os seus aspectos fundamentais e, então, descobrir o principal. Vício do apedeuta como dialeta.
O governo Henrique Meirelles, que tem como porta-voz Luiz Inácio Lula da Silva, com certeza não aproveitará nossa auto-sustentação em inteligência, força de trabalho e recursos humanos e naturais para promover um salto de qualidade em nossa situação e posição nacionais. O estadista que conhecemos foi Getúlio Dorneles Vargas e sua progênie política a Revolução de 1930; depois, só “governos liberal-conservadores” como prebostes.
Sei também que não se pode acusar o ministro Gilmar Mendes de degenerado e oportunista e o ministro Aurélio Mello de farsante, por causa de suas exuberantes atitudes e procedimentos aparentemente personalistas e alheios à procura da justiça mais do que do direito; já que não sei direito o que os move, embora eu tenha vontade de justiça. Assinalo, também, que me deixo influenciar pela vivência política em que os vejo exemplares dessa nobreza burocrática que condomina o Brasil através de controles institucionais. Os “patifes ilustres” fazem da sua hermenêutica constitucional e legal o instrumento dos interesses de classe. Está aí a verdadeira crise de desenvolvimento nacional: na corja institucionalizada.
Estava ansioso quando ouvi o sapiente deputado federal do PCdoB Aldo Rabelo divagar sobre a “Raposa Serra do Sol”, repetindo o que outro picareta, do PT, diz para defender seu eleitorado arrozeiro e latifundiário: “Índio não pode ter fronteira”. Estou cansado dos malandros de esquerda!
Agora podemos tentar começar a discutir a crise brasileira: esta crise política no confronto das demandas sociais com as oligarquias da propriedade rural, das finanças e do Estado em administração, obras e serviços públicos e seus consórcios. O Estado são eles (só eles depois de 1964). Então, o lulismo é esse populismo elevado à cena pública como “ideologia trabalhista” para um mercado futuro.
Tudo o que sabemos é que somente um partido democrático-trabalhista e honesto tendo à frente gente provada na direção das lutas sociais poderá realizar as “reformas de base” interrompidas em 1964 e com as quais Luízes Inácios Lula da Silva, os Josés Dirceus, os Ricardos Berzoínes, os Arlindos Chinaglias e CIA. não têm compromissos.

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