quinta-feira, 25 de junho de 2009

POEMÁTICA

Ao inventor do quadrado de quatro pontas
José Luiz Gaspar

Xamãs tupiniquins alvoroçados
‑ cada qual com seu fado ‑
vão denotando como que se faz
‑ um pouco na frente, outro atrás ‑
espetar pelo ramos as rosas
‑ galhofando-as nas glosas ‑
de raspar seu lápis na lousa
‑ para extrair enfim outra coisa.

Apenas um som não faz sentido
seu sentido é que procura o som.
como criança brinca de bandido
enquanto o ególatra tasca seu tom.

Todas palavras gozam à ideofrenia
arritimando-se pelos batecuns,
sempre desiguais como um +um.
O coração despulsa nessa sangria
ensandecido numa feroz dislalia
em que coaxaria refaz sua cultura.
Aí, a bilurribina exsuda acumputura;
a pele triscada, um calor à mente
e no verbo um som intermitente:
Batecum! Batecum, mais um.

Nenhum comentário: