quarta-feira, 30 de julho de 2008

HOMENAGEM À CORRUPÇÃO

Se alguém souber me diga: quem fez de Anibal Cury o modelo ético-político do Paraná?
Grileiro de terras dos índios, inventor de parte significativa das rabulices decisórias da Justiça paranaense, co-autor de aprovações indecentes no TC, legislador de quase todas as ilegitimidades de privatizações ‑ da localização de cartórios à lotação de delegados, do pedágio aos bingos, das concorrências ao fornecimentos para obras públicas; e o mais capital, até decisor nos financiamentos do BANESTADO ‑ que seus cúmplices e sócios de todos os partidos (inclusive cavaleiros, escudeiros e petistas) fizeram questão de incinerar as contas ‑. Eis “o homem público” homenageado agora com um Parque Ecológico em Almirante Tamandaré; levantado do chão e seu declínio, como um deboche público nessa afronta de seus epígonos, negociantes do Erário e caudilhetes políticos, coroados e floreados ora como epífetos ora exalando as “honrarias” por estranha osmose.
Sabemos que os discípulos do político, que por 40 anos construiu uma rede de influência e corrupção no Estado, estão ainda presentes em orientação e direcionamento da Assembléia Legislativa do Paraná e que o Ministério Público Federal tenta levantar às mãos de quem ficaram seus despojos. No Tribunal de Justiça, no de Contas e no Poder Executivo permanecem feitos e desfeitos pelo esquema da degenerescência de que ele foi o maior líder, onde a mão da lei exata não chega.
Os agentes sociais de nossa sociedade tendem à indiferença senão à leniência com esse tipo de criminoso político e seus herdeiros. Enquanto esta sociedade não for passada a limpo pela história e bacharéis e escribas continuarem a exaltar-lhes o poder, Anibal Cury, Haroldo Leon Peres, Jaime Lerner e seus discípulos continuarão renascendo a cada eleição, e o pior, com herma à entrada dos poderes e placas espalhadas desde o Parque Ecológico à cabeça de nossos “estadistas”.

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