sábado, 24 de janeiro de 2009

PRIVADA PÚBLICA

O Forum Social Mundial não é mais aquele? Não sabemos qual a antiforça da crise econômico-política que atacou o “pós-capitalismo” globalizado, e que exige seja esclarecido para os Pobres Diabos que somos nós neste mundo do Grande Deus que é o Wall-Davos.
Enquanto nossa atenção (“nossa”, desculpem os Stalinistas empertigados e Gramscianos recuperados para a “civilização”!) se concentra em possível descompressão política da força de trabalho ‑ paradoxalmente com nova e crescente dependência vital-política nesse breve hiato na dinâmica destrutivo-produtiva do sistema capitalista, em seus desvios da atividade produtiva real ‑ a “entente civilizatória” (desde Wall Street-Davos, passando pelo new-capitalism of State de Bush-Obama,Merkel-Sarcozy-Braun até Henrique Meirelles) não se volta para uma reavaliação econômico-social da falência sistêmica e apenas se empenha em revitalizar com dinheiro público as grandes perdas privadas (a pretexto de que o que “nosso público” pertence ao privado e sem reconhecer que o que é privativo não é público, portanto é uma falsa parceria social).
Os governantes viraram Estatistas e aos olhos desmedidos da “elite democrática” (de esquerda e direita) Estadistas, ou gente que em vez de “boas coisas em nome do Pai faz más causas em nome do Estado”, e não apenas assumiram a doutrina de Lord Keynes de que “O Estado somos nós capitalistas” e não “essa escória social sem herdade nem bens”, como jogam a pá-de-cal no túmulo da Walfare State cultivada pelo social-trabalhismo.
Olhe-se para a cara lavada da esquerda acadêmica; daí para a da esquerda sindical. Não estão atônitas, apenas deficitárias em demagogia. Logo qualquer ideodogmático cantará uma toada sobre o imperialismo, convocando adolescentes e reumosos para “o grande combate como vanguarda mundial”. E então você procure aferir as condutas não só da China, do Brasil e da Venezuela, mas especialmente de Francisco de Oliveira e Paul Singer que não posam de estatista, estadista ou imã porém navegam de bateia porém com GPS. Com certeza nem o eu desiludido como os dois vates não estamos sozinhos; mas onde algum forum social mundial? Aquele Fórum Social Mundial que se reúne agora em Belém está sendo tomado pelos “pós”, talvez essa metáfora de “ao pó retornarás”.
De qualquer modo, a multiversidade e a pluralidade cultural e eticopolíticas já não são respostas sequer enfrentamentos à unidade-davosiana-em-possiveis-fragmentações. “De repente”, aquele festejante “pós-político-apolítico” se vê diante de um desafio maior do que o seu absenteísmo de categoria social e posição produtiva. Impõe-se: unidade na diversidade e não a difringente (fenômeno também físico) “diversidade na unidade” ou silepse social.
Em resumo, meu caro Luiz Inácio: negociador no governo ou administrador de Estado capitalista não é Estadista; a não ser que este termo seja expressão doutrinária de um neoliberalismo keynesiano. O Estado para Getúlio Vargas era socialiberal e capitalista mas tentava antecipar uma Walfare State e para isso firmar-se anticolonialista e independente; e para tanto definir espaços próprios para todas as forças sociais no sistema econômico-político.

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