sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

CONCERTO DOS IDIOTAS

Recebi apelo para “abaixo-assinar” a favor da cessação imediata das hostilidades na Faixa de Gaza, por uma iniciativa vinda da “Brett-Salomon‑Avaaz.org”, entidade que se estende por diversos países à procura de espaço para ações de “boa-vontade” e, neste caso, “em busca da paz na Palestina, tanto na ainda livre quanto na ocupada por Israel”.
Surpreendente convite que nivela a usurpação militar e política das terras palestinas por Israel (Jerusalém, o Rio Jordão, Cisjordânia, fronteiras) com a reação patriótica dos palestinos agredidos, enxotados e espoliados. Mais chocante quando, a pretexto de propor-impor a paz e de salvar vidas humanas, nasce de evidente parti pris ao considerar os fatos e resultados da política colonialista israelense como fundamento para um “equilíbrio de forças” nas fronteiras palestinas (e em Gaza) e base para um “acordo do Hamas em cessar fogo” como condição de uma paz subseqüente (?).
A má consciência de judeus dentro e fora de Israel tem levado muitos deles a defender a paz, só que a “lebensraum” anexatória imposta pelo sionismo e titulada no partido Likud, esquecendo até mesmo as fronteiras arbitradas pela ONU em 1947 (e que já significavam privilégio territorial), como parte de uma “justiça salomônica” para a Palestina.
Ingênuos e ignorantes têm acolhido esse tipo de política “não-política” de entidades políticas defensoras de “direitos civis”, “da paz” e “humanitárias” em seus propósitos etnopolíticos, sem prestar-lhes atenção ao móvel e sentido. Neste caso a má-fé é patente, pois a “tarefa mediadora” assumida pela “Brett-Salomon‑Avaaz.org” alicia assinaturas (adesões) para o statu quo colonialista judeu, ademais “com a nobreza” de clamar pela cessação das hostilidades em Gaza, igualando assim responsabilidades políticas e nivelando ações e reações: sob conspurcação de direitos, opressão colonialista e o terrorismo de Estado praticados por Israel. Tudo resquiecat in pace, é o que nos pedem.
Entrementes, apesar do controle norte-americano pró-judaico das notícias de guerra, crescem as manifestações políticas contra o genocídio na Palestina, a par das denúncias à complacência da ONU ante os vetos de Washington ao cumprimento das resoluções sobre as fronteiras de Israel. E sabemos, ainda, o que não esperar de Barak Obama, condicionado na Realpolityk ianque à diplomacia de seus interesses imperialistas.
Apoiado nessa conjura político-militar e em seu noticiário de falsificações e distorções fatuais, o Estado nacional-socialista e enclave sionista-imperialista de Israel se atreve a desafiar decisões e consensos mundiais da consciência crítica dos povos com o seu assumido espólio do holocausto nazista.

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