quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Vereador está sendo um despachante da prefeitura municipal e um adsorvente descartável na intermediação do prefeito nos bairros e subúrbios. Em vez de ser um delegado dos seus eleitores, está sendo um negocista político em proveito próprio como agente de um obscuro grupo social. Defeito de pessoas ou do sistema? Dos dois, principalmente do sistema, e, enquanto os meios de comunicação social forem agentes do poder econômico e desse “poder público”, a “galera”, a “patuléia”, a “escória” de voto à mão vai continuar chancelando cargo e poder ao João Derosso, ao Mário Celso, à Julieta, ao Bernardi, ao Camargo, ao Feltrin e a qualquer Rodrigues que a partir de seu cargo em comissão pleiteiam ser despachante do patrão, pois assim continuaremos brincando de democracia representativa. Façam o jogo, senhores! E paguem o “barato”!
Então, o que chamam “esquerda” embarca nesse jogo da direita? Como é que democrata, republicano, socialista ou comunista fazem esse jogo e até usam as mesmas armas político-ideológicas que o poder burguês capitalista sofisticou como fosse expressão da liberdade individual e coletiva, da tal “igualdade jurídico-política” e de sua propalada igualdade de direitos, meios e oportunidades? Quem foi que apagou a luz?
Teoricamente, as eleições comunitárias seriam a expressão do voto qualitativo que os eleitores podem alcançar. Tais eleitores conhecem os candidatos da sua comunidade e, ainda que o poder de classe seja marcante na força e no prestígio de proprietários, dos titulados e dos ricos, vêem suas atitudes e condutas no dia-a-dia, por sua observação e pelo consenso dos vizinhos. Seria esse tipo de eleição um “preço razoável” para tentar obter igual credencial na portaria onde Daniel Dantas a tem para entrar livremente até no Supremo Tribunal Federal?
Sei que os espertos vão me chamar de comunista heterodoxo, os melífluos me acusarão de oportunista, os apedeutas me inquinarão de delirante; e eu na verdade sei que revolver tal monturo é renda pra Cavo, reciclagem de ONG ou desespero de sobrevivência; e pessoas apontadas pelo IBGE como afluentes têm mais é que ficar amoitadas. Ou gritar “Afluente é o Rio Negro! Ou o Iguaçu, Ó!”.
Pois é! Como é que vamos nessa? Com o pragmatismo do clube de amigos e comissionados nesse “sistema democrático-representativo”? De máscara pra ninguém saber da nossa preferência; de guarda-chuva para evitar a tempestade de merda; ou, mesmo, pondo voto político em quem aponta para o desmonte da quadrilha e seu sistema; e voto ideológico para quem levanta bem alto a bandeira vermelha (não cor-de-água-de-rosa) do esclarecimento? Então, estamos assim: os atuantes lideres de esquerda privatizam as empresas estatais, público-privatizam as atividades públicas, pedagiam as estradas, bolsa-valorizam o capital-trabalho, mancomunam as instituições públicas e, ademais, discursam que a verdadeira liberdade nacional-popular é o aceite de mercado somado à estratégia nacionalista dos grandes negócios multinacionais.

Nenhum comentário: