terça-feira, 16 de setembro de 2008

VITÓRIAS DE PIRRO, DERROTAS DE LÊNIN

Pirro venceu “vitórias” que eram derrotas; e Lênin perdeu “derrotas” que foram vitórias. Da dialética, vivemos; porém como a idiotia pode obscurecer ‑ e com certeza escurece a razão ‑, explico esses paradoxos: Ações políticas têm determinado fim, definido e obfirmado, mas o seu contexto nos informa de suas aparências e dimensões reais; para quem sabe ler.
Não tratemos de Pirro, de quem se presume conhecer a história. Tratemos de Lênin, da dialética histórico-materialista, do marxismo. Quem imaginou que uma estratégia política, uma revolução ou um sistema econômico-social inovadores fossem movimento de uma simples decisão, uma linha, um caminho firmado é um sensitivo delirante ou intelectual confuso aprisionado à “metafísica da ordem e do caos” ‑ onde separa “o certo” do “errado” para ficar com o seu duvidoso porque não entende de classes sociais, vida econômica e política e suas sínteses políticas datadas.
Quando a dogmática do “marxismo burocrático” impôs a crédulos e oportunistas que a revolução num só país,1917-1967, (*ao fim da Era Kruschov-Breznev) se estava consolidando (*porque, principalmente, seus “inimigos extrínsecos” se tornavam cada vez mais nítidos), o processo dialético marxista fora estuprado por esse oportunismo burocrático-estamental-“marxista-stalinista”. A maioria dos “marxistas revolucionários” não se dava conta de que “revoluções também são realizadas por etapas sob contra-revoluções externas e internas”. Assim, as “derrotas” marxistas revolucionárias” não são “vitórias de Pirro” e sim processos dialéticos inconclusos. A acreditar ‑ como eu ‑ que “os processos políticos socialistas” são afirmações políticas dos trabalhadores e de sua razão social-produtiva, que podem aglutinar as classes oprimidas e exploradas, até vencer algumas lutas político-institucionais impondo novo sistema econômico-social, mas seus intentos de poder e realização não erradicam de vez a propriedade privada e uma sociedade de classes em suas práticas produtiva e social. E se isso não se tornar muito claro é porque lideranças contra-revolucionárias e reacionárias se apropriaram da condução da revolução (Vide Stalin e os “expurgos de 1937/38” e a repressão policial exacerbada desde então. Seguida da “restauração política burguesa de Kruschov-Brejnev até a dêbacle Ieltsin-Gorbachov-Putin)Destarte, se me concederem o direito de pensar e opinar com fundamentos, as invariantes dos revolucionários de cátedra e as posições dos dogmáticos de ofício e dos seguidistas na política ao dia, devem ser radicalmente acrisoladas na discussão e no debate políticos, para assim fortalecer o compromisso fundamental de classe e com sua revolução. O resto é retórica e maledicência de que se valem metafísicos embuçados, oradores de ocasião e os eternos oportunistas que se organizam à sombra e a pretexto do processo político real

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