terça-feira, 2 de setembro de 2008

NOTÍCIAS & INFORMAÇÕES

A imprensa globalizada (antes chamada internacional) distribui uma nômina (*) para seus profissionais, que ganharão mais realce e tantos pontos na carteirinha de habilitação quantas mezinhas recitarem nas informações do dia. Sabendo disso, as pessoas inteligentes compreendem como pensam e agem os “grandes veículos da comunicação social”, porém eu, infeliz obnóxio, sou presa de paroxismos cada vez que vejo o noticiômetro da GloboBandRecord,etc. (*Nomina: bolsa de fé, com patuás e breves para livrar o crente do mal; ademais, prego dourado dos arreios das bestas.)
Esse escapulário é para lembrar o jornalista de “não cair na tentação” de perseguir e tratar informações com critérios jornalísticos de real importância nacional e internacional. Daí por que as “notícias do dia” vagueiam das bolsas de valores longínquas aos acidentes naturais e escândalos do dia... Agora tá na vez o vento Gustav, esse furacão que estaria infernizando a vida dos brasileiros e ameaçando a paz mundial. Não dá pra agüentar toda essa ventania...
O Brasil atravessa continuada crise político-institucional como síndrome do processo de expansão capitalista e das demandas sociais em retraso. De algum tempo, as investigações institucionais (Ministério Público e ABIN) e policiais (Polícia Federal) têm incidido sobre conexões entre renomados especuladores e falsários e membros dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Toda vez que os “grampos” telefônicos vão de algum Lalau ao Legislativo e deste aos tribunais superiores e depois são apreciados como “bisbilhotice policial” sobre alguns “veneráveis”, a crise institucional se reacende: De Garibaldi a Gilmar e Lula. Resultado: o povo apóia as investigações sem privilégios; e os privilegiados reagem contra essas investigações. E os “patifes ilustres” acusam a polícia e a própria justiça sem corrupção de investigar, ouvindo (com autorização dos juízes) o que e com quem os especuladores e bandidos conversam; mesmo com os mais altos camaradas.
A crise do petróleo ultrapassa seus efeitos sobre as bolsas de valores e põe a sociedade mundializada diante de uma forte crise do capitalismo, com acentuados reflexos sobre a economia mundial e sua nave-mãe, os EUA. A crise do capitalismo não é crise da hipoteca imobiliária norte-americana. As reações dos oito países (mais) imperialistas é uma parte dela.
O problema dos “novos sudetos” na Europa do Leste (semelhantes aos que Adolph Hitler confiscou na Tchecoslováquia de 1938-39 porque ali residiam colonos alemães), avocado pela “Grã-Rússia” contra sua fronteira comum (Ossécia) à Geórgia, destaca-se como um novo contencioso da extinta Guerra Fria, com os Estados Unidos protegendo a “ocidentalização” dessa ex-integrante do “Bloco Soviético”. De um lado, a Rússia neocapitalista de Mevdev-Putin invadindo o território georgiano nas cercanias das fronteiras Geórgia-Turquia-Irã-Rússia; de outro o “imperialismo-ocidental-democrático-cristão”, sequioso do controle sobre a região fronteiriça e petrolífera.
Enquanto isso, os jornalistas brasileiros beijam o breve, esperando graduar-se em Nelson Rodrigues ou Arnaldo Jabur, com afeto e com estilo; sob a aprovação da nossa intelligentsia. Enquanto isso, a “grande imprensa” acompanha a força do vendaval alienígena na sua adorada metrópole.

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