segunda-feira, 29 de setembro de 2008

MOLÉSTIA À PARTE

Assoberbado em afrontas e iras, faço-me uma vestal política, mas qual!... Ao sofrer provocações e acicates eles se tornam dislogias, como sabem acometer a tantos sábios, suábios e bessarábios. E assim me explico as verrinas que distribuo após tomar o chá da quelidônia, penitenciando-me por tantas fúrias.
Mal justificado, posso dizer que Luiz Inácio Lula da Silva é o Juscelino do Século XXI, mal-culpado das farsas ídeológicas e aspirações negocistas da cúpula do Partido dos Trabalhadores (Afinal, quem confirmou algum compromisso político-ideológico de José Dirceu, Luiz Gushiken, Celso Daniel, Antônio Palotti, Gilberto Carvalho, Marta Suplicy, Ricardo Berzoíni etcoetera?), pois como exigir postura e estatura de um inteligente e hábil negociador sindical, não afeito às maldades da corte? Assim, no plano da inclusão social, como dos ingressos formais em trabalho, previdência, saúde, educação, alguma previdência e em crediários diversos, o IBGE e o IPEA bimbalham os sinos. Porém, seria exigir demais de um político “à esquerda” formado no centrismo ideológico dessa disponibilidade tradicional das “classes trabalhistas em ascensão” que jogasse fora o joio petista e ficasse com o trigo político-técnico que lhe fundamentou a bandeira das grandes mudanças políticas. Hoje, ele é refém do “mensalão” e outros ãos; e de Meirelles, Jobins e afins, enrolado em tal estamento petista de picaretas políticos. Hosanas, heresiarca Lula!
Mal-lembrado, ouso repor que o trabalhismo (mesmo sindical-populista, porém progressista) no Paraná foi interrompido com a morte de Souza Naves, e pelo diversionismo cristão-populista (PDC de Ney Braga e Afonso Alves de Camargo, Norton Macedo, Campos Hidalgo e até José Richa ) e sob o golpe militar de 1964. E que a restauração democrática de 1983 pôs no governo José Richa-João Elísio Ferraz de Campos (corretor “político” de Jaime Canet Júnior), cujo programa de “reformas políticas” era autolimitado pelas matrizes ideológicas do ex-deputado federal-prefeito-senador de Londrina em sua nova associação, e pela leitura diária da Bíblia (precisava ver a cara do Otto Bracarense, quando era sua vez de ler um trecho “para iluminar o governo” sob vigilância da ditadura militar!, enquanto o Hidalgo cuidava do Banco Del Paraná, o Leo de Almeida Neves administrava e o Anibal Cury dava “cobertura política” o Banestado de cál). E daí à sucessão de descompromissos e demãos com as disputas Belmiro-Scalco X Garanhão; não por mentirosas moralidades mas pelo poder de grupo e a corrupção política de interesses econômico-eleitorais. Depois, o retórico radialista “de esquerda” Álvaro Dias assumiu o governo com uma claque de outros vigaristas, abrindo espaço político para que o PMDB alçasse qualquer aventureiro do “MDB velho de Guerra”. Pois bem, o resto vocês devem conhecer ouvindo quem possa babar-lhes os ouvidos moucos. Quanto ao que veio depois, nós também somos muito culpados de acoitar aventureiros “gauches”, negocistas e pilantras.

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