sábado, 27 de setembro de 2008

MEMÓRIAS

Recebida de Carlos Silva

MemóriasCom a morte do Lamartine, grande figura humana, o Edésio assumiu o trabalho de respaldar juridicamente os movimentos urbanos de ocupação e com este deixando está atividade para se deslocar para as atividades junto ao movimento sindical quem assumiu como advogado do movimento de bairros foi o Roberto Requião, que retornava de Foz do Iguaçu aonde havia falido a filial da Loja Nacional.Ele foi apresentado pelo Edésio aos militantes lideres de ocupação Cesar Pelosi, Barbosa, Jairo Graminho e o Pedro Chávez entre outros.Em cima deste movimento cuja tutela herdou ele constrói as bases para oportunisticamente se lançar a candidato a deputado estadual.Dentro do PMDB, pois está história de ter sido do "MDB velho de guerra" é uma falácia, ele começa o projeto de tomar a agremiação, que também não havia ajudado a construir no período mais negro da ditadura, de assalto e lentamente para não despertar a atenção dos antigos dirigentes paridários começa a filiar moradores das comunidades carentes ao partido.Já como deputado e com o apoio de setores da esquerda ainda abrigados no PMDB lança as bases de um projeto de poder para a sucessão do Maurício Fruet, sendo o grande mote o transporte coletivo.É fixado um pneu na parede de seu gabinete na Assembléia e com o apoio técnico do Germinal Pocá começa a desvendar os custos das planilhas do transporte municipal.Com este gancho e mais a estrutura do movimento social começa a projetar o seu nome criando fatos midiáticos.Usando a militância social para as filiações assume o controle da maioria dos filiados ao PMDB e derrota o candidato do José Richa na Convenção municipal do partido em Curitiba.Como candidato respaldado por intelectuais de esquerda utiliza uma corruptela da teoria da GPP (o cerco das cidades pelo campo) aonde o centro seria cercado pelos bairros e usando todo tipo de estruturas populistas, até as paramilitares, consegue derrotar o Jaime Lerner, candidato da extrema direta.Chegando a Prefeitura começa logo de cara a romper com a estrutura social que o elegeu e assumir os compromissos empresarias com os setores que antes combatia, sendo o maior exemplo o não cumprimento com a proposta principal de ruptura com a estrutura empresarial ligada ao setor dos transportes de massa, aonde em vez de uma revolução faz pequenas reformas para iludir o povo que o elegeu, já que o "maior feito" foi o de cunhar os vales transportes com o próprio símbolo da gestão.Logo a pós a eleição ele que antes estimulava os processos de ocupação urbana começa a coibir os mesmos, pois alegava que já que ele era o poder a questão habitacional agora seria resolvida de forma pacífica, o que não ocorreu, pois a fila da COHAB continuou a aumentar assustadoramente.Em vez de moradias decentes como havia prometido começou o processo de "maquiar as favelas", pois as principais obras que ocorreram nestas comunidades foram realizadas pelo governo José Richa e não por ele, tal quais o direito ao acesso a água encanada e a luz.Outra proposta era de levar o saneamento a periferia, o que virou uma fonte de grandes desperdícios de recursos públicos com a implantação da "canalização minhoca" do que antes eram as valetas, sendo estas feitas sem nenhum critério técnico pelas regionais comandadas pelo nepote Maurício Requião, pois a Prefeitura montou a fábrica de manilhas e estas sendo retiradas dos depósitos sem estar totalmente prontas, pois o tempo necessário para a secagem não foi respeitado, acabavam já em grande parte sendo destruída no processo de transporte e na colocação.A colocação das mesmas eram feitas pelas próprias comunidades carentes e cada uma "fez do seu jeito", o que acabou por gerar uma estrutura de canalização sem respeito ao nivelamento das tubulações e estas em pouco tempo estavam entupidas.A idéia que tinha sido vendida era de que o que estava sendo feito era esgôto, mas não era, pois estas galerias não levavam a nenhuma estação de tratamento, portanto não passando de meras galerias de água pluvial sendo usadas de forma errada pelo poder público, já que a poluição de nossos riachos e rios pelos dejetos domésticos continuou a ser uma realidade.Com as creches e demais equipamentos sociais não foi diferente, pois a qualidade dos prédios construídos eram péssimas do ponto de vista funcional como da durabilidade dos mesmos, que foram pessimamente equipados e as equipes de funcionários tiveram de apesar de estarem mal preparadas assumir cargas de trabalho desumanas, pois nas creches uma babá tinha de assumir até mais do que 30 crianças, o que as levava em pouco tempo a necessitarem de acompanhamento psiquiátrico, sendo que nas escolas municipais e postos de saúde ocorreram o mesmo.Desta farsa de processo aos outros maiores foi só um passo!Já na Prefeitura ele amplia o seu leque de alianças com os segmentos empresariais ligados a obras no setor público e com os burocratas travestidos de servidores a eles ligados.Em vez das velhas lideranças populares (sindicalistas, presidentes de associações de bairros, ambientalistas, membros de partidos de esquerda, etc.) ele começa a se cercar de empresários, políticos reacionários e da técnico burocracia e os "antigos amigos", já que não sei se ele cultiva este hábito de ter amigos, começaram a serem dispensados, a sumirem de sua volta.Com os antigos lideres do PMDB aconteceu o mesmo, sendo a maior ingratidão e traição cometida por este pretenso estadista o abandono do Maurício Fruet a própria sorte, assim dando d presente a eleição a Prefeitura ao Jaime Lerner.O projeto para chegar ao governo do Estado passava pela direita e ele aos poucos foi se afastando do antigo discurso pseudamente popular, mas sim populista, e falsamente assumiu a pretensa pose de um "estadista de centro".Começa o discurso do "Paranismo Acima de Tudo" em substituição ao do "Curitiba é Requião Irmão".Saindo do cargo de prefeito ele é abrigado pelo Álvaro na SEDU, onde começa a alavancar a sua candidatura a governador usando a mesma estratégia que antes tinha usado em Curitiba ao investir em cima neste momento dos diretórios municipais do Partido, pois já neste momento controlava uma boa parte do Diretório Estadual com alianças a direita, a esquerda e ao centro.Oportunista viu as contradições que haviam dentro do governo, pois o vice Ary de Queiroz que assumiria logo o governo era ligado ao grupo oriundo do PP e usando muito bem a sua rede de boatos conseguiu convencer ao Álvaro do risco eminente que seria o seu afastamento do governo para a disputa ao senado e este permanece governador.Destruir no processo de sucessão com as candidaturas ligadas ao próprio Álvaro foi uma tarefa fácil, pois o controle do Partido a nível regional já era uma realidade.Para se eleger governador usou e abusou de todos os estratagemas legais ou não que foram possíveis, sendo o "grande marco" o factóide Ferreirinha, que transformou o reacionário Martinez, que na época em que os fatos aconteceram era apenas um menino, no líder no comando de um grupo de pistolagem para o grilo de terra!Com o José Richa, o homem que possibilitou a sua vitória a Prefeitura, foi um grande canalha ao rasteiramente destruir com a sua imagem de homem público o uso de questões secundárias (aposentado, velho, etc.) tal qual anteriormente já tinha feito com o Fruet!Com discursos chauvinistas patrioteiros/paranistas calcados no populismo exacerbado fez um governo na prática técnico burocrático de centro, onde os grandes empresários deitaram e rolaram e entre estavam inclusos os grandes grupos de comunicação, que por verdes razões sofismaram sobre os seus atos de governo, assim transformando a trajetória de um governo que não chegou a ser mediano em uma "epopéia heróica".Saindo do governo, que novamente entregou ao Lerner, é eleito senador graças as mentiras e promessas feitas de cidade em cidade sobre o orçamento que iria deixar para o próximo ano, mas que não deixou. Nestes discursos mentirosos, que deixou o Mário Pereira em má situação junto aos prefeitos e candidatos, prometeu escolas, ginásios cobertos, estradas vicinais asfaltadas, meras palavras ao vento que ao serem posteriormente desmentidas pelo Mário causou a ruptura entre os dois.No senado por trás de um discurso pretensamente progressista, mas na prática falso moralista, a serviço do planalto detona com os seus antigos aliados Arraes, etc. provocando o escândalo das precatórias e com isto consegue acesso a mídia global com tentativa de alavancá-lo para a volta ao governo estadual.Com o instituto da reeleição, o que a nível geral considero que foi um profundo golpe ao processo democrático realizado pelo FHC, acaba por sair derrotado pelo lernismo na disputa ao governo.Na eleição de 2.000 volta a ser candidato a governador e aliado ao que existe de mais reacionário do ponto de vista do empresariado (Paulo Pimentel, Xavier, Cecílio do Rego Almeida, etc.) e aliado a todas as forças políticas possíveis e antagônicas, o que hoje gera tantos escândalos, consegue retornar ao governo estadual para exercer mais um governo de fachada, onde se discursa para a esquerda e governa com a direita e subordinado aos seus interesses econômicos (farsa da luta contra o pedágio, escândalos na SANEPAR e no Porto, etc.).Na reeleição, de salto alto, não consegue ver a amplitude das alianças contra o seu governo (mídia, agro negócios vinculados aos transgênicos, etc.), que estavam aliados ao seu ex-pupilo Osmar.
Para poder reverter à derrota teve de transformar o atual governo em uma coisa mais medíocre que o anterior, pois hoje na sua máquina existem mais ex-lernistas do que restaram de lernistas ao lado do próprio Lerner!Ao Povo e aos seus interesses estas alianças pela governabilidade custam caro!

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